Fanfic: Unidos pelo destino Anahí & Alfonso TERMINADA | Tema: Ponny romance

Alfonso se moveu na cadeira e fez que sim com a cabeça, en­corajando o grupo de meninos de uma escola que dançavam num dos salões do palácio. Fora uma semana dura, com quatro reuniões de governo, incluída a festa que terminava. Mas as úl­timas seis semanas, desde que tomara o lugar do pai como chefe de Estado, foram todas iguais — inúmeras reuniões, recepções, jantares e encontros com oficiais e visitantes.

Anahí ficara um pouco esquecida, cada vez mais, pensava Alfonso. E mesmo que estivesse sorrindo para as crianças, ele sa­bia que, uma vez ao seu lado, sozinha, ficaria com uma cara can­sada e infeliz. Ele conhecia essa cara, a mesma que via em sua infância. A expressão de tédio de sua mãe e sua eterna frustração com a vida palaciana rondavam sua memória — assim como as freqüentes brigas com pai.

Anahí não lhe contara sua insatisfação, mas o ressentimento que demonstrava sempre que faziam amor causava nele um sen­timento de culpa por ter envolvido sua mulher numa vida que odiava. O otimismo que revelou nos primeiros dias de casados fora prematuro. Graças aos seus compromissos, quase nunca a via durante o dia, somente à noite, e com uma fome que deixava seu corpo saciado com o excesso de prazer. Alfonso gostou de sua decisão de aprender árabe, e ficou feliz ao perceber que escolhe­ra uma esposa feliz e que devotava seus dias ao filho adotado e suas noites ao prazer.

Então, o que estava dando errado? Por que Anahí começou a fingir que dormia quando ele chegava à cama — claro que muitas vezes já passava da meia-noite, quando por fim tinha terminado suas reuniões com o conselho. Foram tempos de mudança em Qubbah — com a construção de novas estradas, escolas e hospitais, além do trabalho de Alfonso ao tentar conven­cer seu pai e os integrantes mais antigos do governo sobre as vantagens de aceitar investimentos externos. Os conselhos de Maite eram ótimos — mesmo tendo que escutá-la por horas em cada reunião.

Ele precisava de Maite, mas a má vontade de Anahí com ela não o deixava que comentasse suas idéias. Alfonso percebeu que gostava de conversar sobre os seus planos para Qubbah com Anahí. Mas o único momento que tinham juntos era na cama, e após o sexo, o silêncio entre os dois se mostrava cada dia mais tenso. Seu desejo por ela não diminuirá após o casamento, mas Alfonso estava nervoso com a relação sem vida que levavam, e nas últimas noites deixou que ela fingisse dormir, permanecendo ao seu lado da cama.

Ela ficaria no palácio ou abandonaria seu filho, como fizera sua mãe? Alfonso disse a si mesmo que não se importaria. Ficaria com Kazim, e não teria problemas ao preencher o lugar de Anahí naquela cama. Nas seis últimas semanas, tinha trabalhado 18 horas por dia e passado todo o tempo possível ao lado do pai. Mas felizmente o rei se recuperava bem — então por que Alfonso sentia como se carregasse o peso do mundo nas costas?

Logo percebeu que as crianças tinham terminado sua apre­sentação e que todos esperavam por sua reação. Anahí olhou para Alfonso, preocupada com sua falta de atenção, e ele rapidamente começou a aplaudir. Logo que os dançarinos saíram do palco, seu assistente Omram apareceu para informá-lo que o grupo de ceramistas local tinha trazido alguns trabalhos para sua inspe­ção. Deu uma olhada nos trabalhos e seguiu na festa, sob o sol abrasador.