Fanfic: Noiva comprada (Adaptada) Anahí & Alfonso | Tema: Ponny romance

Sim, mas caia na real, Anahí, disse a si mesma. Um raio nunca atinge duas vezes o mesmo lugar. E ainda que isso aconteça, é a vida, e cabe a eu resolver isso. Nem mesmo o Príncipe Encantado, esperando-a no altar, poderia mudar sua visão.

Fazendo um coque com seus longos cabelos negros, ela ves­tiu uma camiseta verde, da mesma cor de seus olhos. Satisfeita por estar pronta para sua primeira entrevista de emprego, Anahí passou um pouco de batom e pegou sua bolsa.

A luz dourada do sol a envolveu no momento em que chegou à calçada. Anahí pôde sentir toda a tensão se esvaindo ao co­locar seus óculos escuros. Ela não tinha ideia do que a esperava.

Não demorou em que Anahí descobrisse que um amigá­vel indivíduo chamado Spiros era o dono da taverna.

— Esta é minha esposa, Agalia.

Anahí sorriu para Agalia, que era tão gorda e amigável quanto seu marido. Ela sentiu que tudo daria certo. A recepção do casal foi muito calorosa, e não demorou em que Spiros a oferecesse um emprego.

— Servir as mesas, cantar, trabalhar no balcão... Qualquer coisa, sempre que fosse necessário, disse ele.

Preocupada em não desapontá-lo, Anahí rapidamente ex­plicou que ela poderia não ser tão hábil quanto o resto de sua equipe e poderia se sair melhor na cozinha. Spiros somente dis­se que o pagamento era pouco, mas, raramente, a clientela era exigente, e acima de tudo ela era amiga deles e uma visitante bem-vinda à ilha.

Ela precisava daquilo como precisava de oxigênio, Miranda per­cebeu. Pessoas reais... Pessoas que não sabiam que ela havia sido uma celebridade. Kalmos era a terapia de que ela precisava. Ela podia sentir a tensão saindo de seus ombros, e sorriu alegremente quando Spiros e Agalia sugeriram que ela almoçasse com eles.

— Você deve estar cansada da viagem — disse Agalia, passando uma travessa de azeitonas verdes e uma cesta de pães recém-assados.

— Não, não estou. — Era verdade, Anahí percebeu. Ela esta­va se sentindo cheia de vida, como se a amizade e o sol a tives­sem aquecido por dentro. Há muito tempo que eu não me sentia tão bem assim. — Ela corou, percebendo que sua declaração tão franca havia causado estranhamento em seus anfitriões. — A Kal­mos — acrescentou ela, erguendo sua taça para fazer um brinde.

— A você, Miranda — falaram Spiros e Agalia calorosamente em coro.

Quando acordou, na manhã seguinte, Miranda estava decep­cionada e frustrada. O pesadelo havia voltado. Ela pensara que a mudança de cenário a ajudaria, mas aqui estava ela, tensa e tremendo, por causa da culpa que sentia sua sombra constante. Talvez ela nunca fique livre...

Mas se fosse esse o caso, ela teria que aprender a viver com isso e seguir em frente... Senão, a culpa a destruiria.

Nadar. Bocejando, ela se espreguiçou. Sim, ela faria isso. Iria lutar contra seus demônios nadando.

Ela adorava nadar, era boa nisso, e seria essencial para me­lhorar seu braço.

A vermelhidão das cicatrizes estava desaparecendo gradual­mente, mas seus dedos ainda estavam um pouco prejudicados, e seu braço ainda não estava na posição correta. Não havia, no entanto, lugar melhor para uma fisioterapia do que Kalmos.

Indo em direção à praia, Anahí viu que a água estava mor­na. Ela sempre fora uma boa nadadora, e muito confiante.

Alcançou a corrente quando já estava distante da costa. Ela não percebeu antes, pois não houve nenhum sinal, nenhum pu­xão nas pernas, nada a avisou da corrente com a qual iria se deparar. Esta veio rápido, puxando-a como se muitas mãos a carregassem para o alto-mar. Por alguns segundos, ela entrou em pânico e começou a se debater, mas então Anahí rela­xou, mantendo sua cabeça acima da água para tentar achar uma maneira de sair dali em segurança, ou encontrar alguma coisa para se segurar... Uma rocha, uma corrente de âncora, qualquer coisa...