Fanfic: O guardião | Tema: Ponny, romance, aya

Quatro anos depois

Nos anos que se seguiram a morte de Ucker, Anahí Portilla de algum modo conseguiu retomar a vida. Mas isso não aconteceu logo. Os primeiros anos foram difícies e solitários, mas com o tempo sua perda se tranformou em algo mais suave. Embora amasse Ucker e soubesse que parte dela sempre o amaria, a dor não era tão forte quanto antes. Ela se lembrava das lágrimas e de como a vida se tornara vazia depois da morte dele, mas a dor dilacerante havia ficado para trás. Agora, quando pensava em Ucker, era com um sorriso no rosto, grata por ele ter feito parte de sua vida.

Também se sentia grata por Singer. Ucker tinha feito a coisa certa ao comprar o cão para ela. De certo modo, o cachorro lhe possilibitara seguir em frente.

Mas neste momento, deitada na cama em uma manhã fria de primavera em Swansboro, Annie não pensava no apoio maravilhoso que Singer representara para ela nos últimos quatro anos. Em vez disso, maldizia a existência dele enquanto se esforçava para e respirar e pensava: não acredito que vou morrer assim.

Esmagada na cama pelo meu próprio cão.

Com Singer esparramado em cima dela, Annie imaginou seus lábios ficando azuis por falta de oxigênio.

- Levante-se, seu cão preguiçoso - disse, ofegante. - Você esta me matando.

Roncando profundamente, Singer não deu ouvidos a Annie, que começou a se contocer, tentando acordá-lo. Sufocando sobre seu peso, tinha a sensação de que havia sido enrolada num cobertor e jogada num lado, como a máfia fazia com seus desafetos.

- Estou falando sério - disse com dificuldade. - Não consigo respirar.

Singer enfim levantou sua grande cabeça, piscou os olhos e a encarou, sonolento. Por que esse barulho todo? - Parecia perguntar. Não está vendo que estou tentando descansar?

- Saia! - ordenou Annie.

Singer bocejou, encostando seu focinho frio no rosto dela.

- Ok, ok, bom dia. Agora saia.

Com isso, Singer bufou e se levantou, pisoteando várias partes do corpo de Annie. Ele ficou mais alto. Mais alto. E mais alto. Um intante depois, assomava acima dela com um único fio de baba escorrendo pela boca, parecendo ter saído de um filme de terror barato. Meu Deus, pensou Annie, ele é enorme. A esta altura eu já deveria ter me acostumao com isso. Ela respirou fundo e olhou para Singer, franzindo as sombrancelhas.

- Eu falei que você poderia dormir na minha cama?

Singer costumava dormir em um canto do quarto de Annie. Mas nas duas últimas noites havia se esgueirado para a cama e se deitado ao lado dela. Ou, mais extamente, em cima dela. Cão maluco. 

Singer abaixou a cabeça e lambeu o rosto de Annie.

- Não, não desculpo - disse ela, afastando-o. - Nem tente se safar. Você poderia ter me matado. Sabia que tem quase o dobro do meu peso? Agora saia da cama.

Singer gemeu como uma criança amuada e pulou para o chão. Annie se sentou na cama, com o peito e as costas doendo. Olhou para o relógio e pensou: Já? Ela e Singer se espreguiçaram ao mesmo tempo, antes de Annie afastar as cobertas.

- Venha - chamou. - Vou deixá-lo ir lá fora antes de eu entrar no chuveiro. Mas não revire as latas de lixo do vizinho de novo. Eles deixaram uma mensagem grosseira na secretária eletrônica.

Singer olhou para ela.

- Eu sei, eu sei - disse Annie. - É só lixo. Mas algumas pessoas são estranhas mesmo.

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Hj eu tento postar mais, to atolada de trabalhos escolares, mas eu tento mais um ou dois capitulos.