Fanfic: Begin Again ♥ | Tema: Ponny, AyA, Alfonso, Anahí

As horas correram rápidas e Any novamente não almoçou, tampouco comeu algo no jantar. Foi até sua sala, e encontrou ali Ian, seu melhor amigo.

- Hey – o moço beijou a testa de Anahí.

- Já estou indo embora. Você vai ficar no meu lugar?

- Aparentemente – Ian deu de ombros. – Como você está?

Any maneou a cabeça, sentando-se na cadeira macia de couro preto. Eram amigos desde a faculdade, com Ian ela nunca teve segredos. – Não muito bem.

- Você não tem comido. – observou.

- Eu tomei o café da manhã hoje. – vendo o rapaz erguer uma sobrancelha, ela emendou – Duas vezes.

- Vem cá – pediu, estendendo a mão. Any abraçou-se à ele, fungando baixinho. – Você não precisa ser forte o tempo todo, meu amor.

- Mas eu tenho que ser.

- Você não pode exigir tanto de você, Any. Permita-se chorar, permita-se sentir o luto.

- Luto? – a morena olhou Ian, torcendo o nariz em uma expressão de nojo. – Ele me trocou Ian. Ele me destruiu.

- Isso já não importa. Ele está no passado, e tem um bom motivo pra isso, Anahí. Deixe-o lá. Você precisa seguir em frente.

- Eu estou tentando.

A história era a seguinte: Anahí era noiva de um rapaz. Eles se conheceram na faculdade e ficaram juntos durante seis anos. O romance todo foi cheio de idas e vindas, e nos últimos anos ia de mal a pior. Anahí sabia que o fim foi o melhor, o problema não era esse: o que a feria era vê-lo casado com outra mulher. Apenas uma semana depois dela tirar suas coisas do apartamento onde eles viviam juntos, ele já pusera outra em seu lugar.

- Você vai conseguir, Any. Eu creio em você.

- Obrigada, querido.

- Não há de que. Você é minha família, sabe disso. Agora vá pra casa e descanse.

- Tudo bem – a moça fez menção de sair, mas ele ergueu um dedo.

- Ah.. Any?

- Sim? – ela se virou.

- Coma alguma coisa, por favor.

- Vou tentar.

Ela soprou um beijo pra ele, pegou suas coisas e saiu. Quando ia pelo corredor quase totalmente escuro, ouviu alguém chamar seu nome. Percebeu que o som vinha do 412, quarto de Alfonso.

- Oh, ainda está acordado Sr. Herrera?

- Poncho – o rapaz corrigiu.

- Quer que eu peça pra alguém lhe medicar para que consiga dormir, Poncho?

- Não, hum... Você estava indo embora?

- Sim – ela franziu o cenho -, por que?

- Ah, me desculpe. Eu só me senti sozinho e pensei que você poderia ficar e me fazer companhia – ele sorriu, sem jeito. – Mas você claramente precisa descansar.

Any não estava nem um pouco tentada com a ideia de ir pra casa e ficar sozinha. Além do mais, ela estava curiosa sobre aquele homem tão simpático e seus olhos que pareciam guardar milhares de segredos, então fechou a porta e sentou-se na poltrona. – Não na verdade. – Sorriu, virando-se para o homem. – Vou ficar um pouco aqui.

Eles conversaram por algumas horas, perdendo-se nos assuntos. Há muito tempo Anahí não conversava com alguém novo, e há muito tempo Alfonso não encontrava uma mulher tão interessante como ela.

Ele descobriu que ela era muito divertida, mas demasiado fechada. Perguntava demais, mas quando as perguntas eram pra si, respondia vagamente. Poncho era um ótimo observador, e os olhos azuis de Any o intrigavam. Ele queria descobrir os segredos que aquela mulher guardava.

- Onde está sua família? – ela perguntou em certo momento.

- Não tenho ninguém – respondeu, simplesmente -. Você já deveria estar em casa ou algo assim?

Ele sabia a resposta. Vira a marca de uma aliança no dedo da morena, e estava muito curioso sobre isso.

Ela baixou a cabeça, soltando um riso nervoso e se mexendo na poltrona. Bingo. – Não. Também não tenho ninguém aqui.

- Onde você nasceu, Anahí?

- Eu nasci no DF, mas minha família mudou-se há muito tempo para o interior. Só os vejo nas datas comemorativas. E você?

- Nasci em Puebla, mas vivo aqui há muitos anos – ele sorriu.

Any olhou em seu relógio, já passava das 2h00. – Nossa, quanto tempo eu fiquei aqui?

- Não o suficiente – Poncho murmurou pra si mesmo, e depois mais alto: - Só um pouco. Me desculpe se te atrasei para a soneca.

- Não se preocupe comigo. Você, no entanto, precisa descansar.

- Foi um prazer conversar com você, Anahí.

- Me chame de Any. Agora somos amigos, não? – a morena sorriu dando de ombros, os cachos perfeitos balançando sobre eles.

- Boa noite, Any.

- Boa noite, Poncho – ela murmurou, e saiu fechando a porta atrás de si.