Fanfic: Begin Again ♥ | Tema: Ponny, AyA, Alfonso, Anahí

Poncho não conseguiu dormir naquela noite. Ficou um bom tempo tentando lembrar-se de como o atropelamento acontecera, mas não conseguia. Quando os policiais foram interroga-lo na manhã seguinte, ele estava um trapo. A primeira pergunta foi se existia alguém que o queria morto.

- Por que estão me perguntando isso? – indagou ao detetive.

- Você foi encontrado no meio da noite, a rua estava totalmente deserta. Não é natural acontecer um atropelamento durante a madrugada, principalmente numa quarta-feira. Você estava acompanhado naquele restaurante?

- Sim. Estava com minha ex-esposa. Fomos resolver umas pendencias do divórcio. – Poncho respondeu, franzindo a testa.

- A conversa foi amigável, senhor Herrera?

- Espere... O senhor está insinuando que Julieta me atropelou?

- São perguntas de praxe, Alfonso. Qualquer um que esteve com o senhor antes do acidente vai ser intimado.

- Eu, bem... Nós discutimos, como sempre.

- Como você descreveria sua relação com sua ex-esposa? – o detetive perguntou.

- No momento ou no geral?

- Agora.

- Conturbada. – Poncho respondeu, sinceramente. A sua relação com Julieta era doentia, nem mesmo o divórcio amenizou a situação.

- Certo. Vamos aguardar mais alguns dias e esperar o resultado da perícia.

- Obrigado, detetive. – agradeceu, e os homens se foram.

Uma enfermeira chegou trazendo o café da manhã e arrastando uma asinha para Alfonso algum tempo depois. Ele riu, e obviamente não deixou de fazer um charminho com as ataduras.

Fora casado durante anos, mas nunca acreditou no amor. Alfonso era sedutor, mulherengo e colecionador de corações. Hmm... Na verdade ele os partia, mas você entendeu. Ele casou por interesse, admitia. A família de Julieta era uma das mais tradicionais do DF, e ele precisava de ascensão na carreira na época. Depois do casamento, Poncho continuou vendo várias mulheres aleatórias e assim que conseguiu o sucesso que queria, o casamento acabou.

Para ele, o amor não existia. Era só uma desculpa para as pessoas conseguirem o que queriam, e ninguém nunca conseguiu convencê-lo do contrário.

Agora, naquela cama de hospital ele se sentia tão solitário.

- Acho que isso é um reflexo do seu comportamento, Poncho – Christopher, o melhor amigo de infância de Alfonso comentou quando foi visita-lo mais tarde naquele dia. – Se você tivesse uma mulher que realmente amasse você, e você a amasse, jamais se sentiria assim.

Christopher Uckermann e Alfonso cresceram juntos. Quando Poncho mudou-se para o DF, Christopher o acompanhou. Quando Christopher começou a faculdade de Administração Empresarial, arrastou o amigo com ele. Nada mais justo.

- Cara, eu realmente estou feliz que você e Dulce estejam apaixonados – disse, com desdém -, mas eu simplesmente não acredito que o amor exista pra mim. Ninguém nunca me interessou o suficiente pra que eu queira me prender.

Ucker (era como Poncho o chamava) casara-se há 3 meses com uma moça chamada Dulce. Poncho adorava a nova “cunhada”, mas mantinha-se firme no pensamento de que a felicidade deles passaria conforme se conhecessem e descobrissem que de fato, o amor não existe.

- Um dia você vai encontra-la. E aí você vai entender, mano.

~ * ~

O interfone de Anahí tocou: - Sim?

- Srta. Portilla, a Srta. Perroni está subindo.

- Obrigada, Marco.

Maite Perroni era a melhor amiga de Anahí desde sempre. Elas haviam combinado uma tarde de compras, por isso Maite foi no início da tarde para buscar a amiga.

- Como você está?

- Bem, Mai. Juro. Não precisa se preocupar, vou ficar inteira. Tudo a seu tempo.

- Não disse nada - Mai enfezou -, louca. Vem, vamos tomar um sorvete e ir ao shopping. Tá precisando renovar esse guarda-roupa, gata.

E elas foram. Maite encucou que Anahí devia mudar tudo, começando pelo sabor do sorvete.

- Creme é sem graça. Sem graça. Nenhuma. Escolhe outro, algo ousado. Cereja?

- Não, Maite. Eu nem gosto de cereja - Any riu -, eu gosto e sempre vou gostar de creme.

- Ô Jesus, ajuda né? Moço, ela vai querer um mocca, brigada.

- Eu nem sou fã de chocolate, Maite!!! 

- Por isso que tá magra assim, menina. Anda, vai, me conta como estão as coisas. Quantos gatinhos no seu pé?

- Tá parecendo minha vó falando, nossa. Não tem "gatinho" nenhum - Anahí respondeu, cruzando os braços. - Não tô pronta pra isso.

- Sério? Nem um pouquinho? - Maite mordeu o lábio, fazendo a amiga rir. Era esse o objetivo dela, no fim das contas.

- Tudo tem sua hora certa, Perroni. Não vou ficar ciscando por aí. Sem ofensa, mas eu vou esperar ele chegar.

- Bem, acho que você vai saber quando o vir.

- Sabe? As vezes eu tenho medo de não perceber...