Fanfics Brasil - 13. Inesperado Usted Se Me Llevó La Vida

Fanfic: Usted Se Me Llevó La Vida | Tema: A Feia Mais Bela


Capítulo: 13. Inesperado

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                                                  [Angélica]


 


               Acordei com o barulho infernal do telefone. Justo quando eu queria dormir até mais tarde, alguém resolve me ligar para atrapalhar o meu sono. Ouvi que Solange o atendeu e voltei a fechar os olhos, quase pegando no sono, até que ouvi o barulho da campainha. “Assim fica difícil dormir!” – Me levantei irritada, mas esperei um tempo, evitando sentir tonteiras. Andei devagar para fora do quarto e pude ouvir Solange e minha mãe conversando. Parei na entrada da sala e olhei para as duas arrumando a mesa do café.


- Bom dia. – Resmunguei.


- Bom dia meu amor! – Minha mãe sorriu.


- Bom dia Dona Angélica.


- Veio alguém aqui?


- Foi o Carlos. Ele deixou isso para a Senhora. – Solange me entregou um envelope, parecido com o do dia anterior. Imediatamente vi que era do Jaime.


- Ele... Não quis subir?


- Isso eu não sei. Carlos disse que ele apenas deixou o envelope e pediu para entregar a Senhora. Parecia com pressa.


- Hum.


- Não vai ler meu bem? – Minha mãe perguntou.


- Depois. – Coloquei o envelope em cima da estante e me sentei à mesa. – Quem ligou?


- Otto. Disse que mais tarde passa por aqui pra te ver.


- Ele ligou cedo.


- Ele não queria te acordar, é que ele foi trabalhar mais cedo para vir te ver.


- Ah.


- Otto sempre um amor.


               Olhei bem para minha mãe e vi que ela sorria de lado. O mesmo sorriso que ela dava quando estava satisfeita com alguma coisa.


- Mamãe... A Senhora sabe que mesmo depois de tudo, eu e Otto não podemos voltar, não é?


- Eu não disse nada.


- Mas sei que pensou. Estou passando por um momento difícil, estou noiva, ou estava noiva, de um homem que eu não me lembro, mas independente disso, eu me lembro do Otto, e lembro que nós dois decidimos isso. Não seria certo ficar com ele só porque não me lembro do Jaime.


- Eu sei disso. Mas Otto tem sido tão bom pra você e...


- E Jaime também. Ele está respeitando o tempo que pedi à ele, e não insistiu nesse noivado.


               Solange e minha mãe trocaram olhares.


- Filha... Você realmente não se lembra dele?


- Por que a pergunta mãe? Eu disse que não me lembro.


- Sim, eu sei... É que é um pouco estranho não se lembrar apenas dele.


               Preferi não responder. Queria ficar um tempo sem pensar em todos aqueles problemas, mesmo que fosse difícil. Por sorte mudamos o assunto e tomamos um café da manhã agradável. Depois que ajudei Solange a tirar a mesa, encarei o envelope na estante e o peguei. Fui para o meu quarto e fechei a porta, abrindo o envelope logo em seguida. Meu coração estava disparado e minhas mãos suavam, como no dia anterior.


 


“ 13 de Março de 2009.


 


Não consegui dormir bem essa noite, e a única coisa que veio em minha mente foi o seu sorriso. Não sei se já lhe disse que o seu sorriso é encantador. Faz com que eu esqueça de todos os meus problemas, e se eu pudesse, eu o manteria para sempre em seu rosto. Enquanto pensava no seu sorriso, me lembrei dessa data, que não foi a mais feliz, mas é algo que me recordo. Saímos para caminharmos juntos, depois que tínhamos decidido que não teríamos um relacionamento (sim, já tivemos muitas idas e vindas). Foi a primeira vez que te encontrei depois que tomamos essa decisão, e uma coisa eu digo com toda a certeza: Foi a pior sensação do mundo ver você tão linda em minha frente e não poder dizer o quanto eu te amava. Eu era imaturo naquela época, e não fui corajoso o suficiente para lutar por você. Hoje me arrependo.


Eu espero que você esteja seguindo a recomendação do médico, e que esteja de repouso e se alimentando bem. Ainda estou lutando contra o desejo de te ver, mas respeitarei o seu tempo. Só te peço que me dê notícias. Não quero viver de aparições em redes sociais para dizer aos fãs que você está bem. Preciso ouvir sua voz, preciso saber que você está bem. Então se não for pedir demais, me telefone, por favor. Acabe com essa agonia em meu peito, e me deixe com uma ponta de esperança para que eu continue lutando por você.


 


Ainda estou pensando em você, Angie.


Com amor,


James.”


 


               Dobrei a carta e a amassei contra meu peito. Eu queria conseguir lutar contra a vontade de vê-lo, contra aqueles desejos que aumentavam em meu peito, mas estava sendo doloroso. Eu também precisava ouvir a voz dele, precisava vê-lo, mesmo que por alguns minutos. Tomando essa decisão, peguei o meu celular e procurei seu número na agenda, ligando logo em seguida. O telefone chamou uma vez, e na segunda já pude ouvir sua voz eufórica do outro lado da linha:


- Angélica?


- Oi...


               Ouvi um suspiro e logo depois um som abafado, parecido com uma risada de alívio.


- Como você está?


- Estou bem.


- Não sentiu dores? Tonturas?


- Não... Estou realmente bem.


- Que bom. Eu... Fico muito feliz por isso.


- Bem... Está mais aliviado agora?


- Hum?


- Você disse na carta que queria saber se eu estava bem. Agora já sabe.


- Ah... Sim. Estou sim mais aliviado... Um pouco.


- Um pouco?


- É complicado... Você não ia querer saber por telefone.


- É, realmente não quero.


               Ele ficou em silencio.


- Por isso... Eu... Quero te convidar para almoçarmos juntos. Quero que me conte um pouco mais sobre... A gente. E sobre você. Afinal eu ia me casar com você, preciso saber quem seria o meu noivo.


               Ele deu uma gargalhada que aqueceu o meu coração.


- Angie, você não sabe o quanto eu fico feliz com isso. É claro que aceito o convite.


- Que bom. Você pode vir até minha casa.


- É claro. Estarei aí em algumas horas.


- Está bem. Então... Tchau.


- Tchau, Angie.


               Desliguei o telefone sentindo falta de alguma coisa, mas não dei importância. Ele estaria em minha casa em menos de três horas. Eu precisava arrumar algo para vestir.


 


 


 


 


                                                           -----------------------------------------------


 


                                                           [Jaime]


 


 


               Parecia até um sonho ter sido convidado pela Angélica. Enquanto escrevia as cartas eu imaginava se ela algum dia voltaria a me tratar como antes, ou se ao menos me daria uma chance de reconquistá-la. Eu sabia que não seria a mesma coisa, que ela me trataria com frieza como fez da ultima vez que nos encontramos, mas eu estava tão animado de finalmente revê-la que nada disso me abalava.


- Buenos dias Carlos. – Cumprimentei passando pela portaria.


- Sr. Camil! Good Morning!


               Sempre achava divertido o modo como Carlos tentava pronunciar o meu sobrenome. Ele já havia me contado que sua avó era mexicana, e que ele era fascinado pelo espanhol, mas não tinha facilidade com o idioma.


               Fui direto pela escada, estava ansioso demais para esperar o elevador. Subi os degraus de três em três, praticamente pulando metade da escada. Parei em frente a porta do seu apartamento e meu coração estava disparado. Respirei fundo e sorri, tocando a campainha. Em poucos segundos a porta se abriu e Solange abriu um sorriso para mim.


- Seu Jaime! – Ela abriu os braços. Me aproximei e a beijei no rosto enquanto a abraçava apertado.


Ela soltou uma gargalhada e separou-se do abraço, segurando meu rosto. Angélica sempre considerou Solange sua segunda mãe. Como Solange não tinha família, ela imediatamente aceitou se mudar com Angélica para LA, e desde então são inseparáveis. Como Solange sempre gostou mais de mim do que Maria, eu tinha um certo carinho por ela.


- Dona Angélica já está vindo, está terminando de se arrumar.


- Parece que as cartas deram certo. – Cochichei enquanto ela fechava a porta atrás de mim.


- Eu espero que sim, Seu Jaime. Desde que voltou para casa ela está diferente, infeliz. Com certeza sente falta do Senhor, mas ela não sabe.


               Ergui minhas sobrancelhas e apenas sorri. Antes que eu mudasse o assunto, meus olhos se ergueram e pararam em direção à ela. Parada no portal de entrada da sala, com um vestido vermelho, os cabelos jogados para o lado e um batom vermelho nos lábios. Estava absolutamente maravilhosa.


- Desculpe a demora. – Ela disse sem sorrir. Não me importava sua indiferença ou sua frieza ao dirigir a palavra à mim. Nada mais tirava minha atenção enquanto eu a olhava. – Você está bem? – Ela sorriu de lado.


               Só então percebi que estava parecendo um idiota olhando para ela hipnotizado.


- Er... Sim. – Limpei a garganta e me aproximei dela. Hesitei um pouco antes de beijá-la no rosto, mas ela não pareceu incomodada. – Eu... Trouxe isto. – Tirei uma garrafa de vinho de dentro da sacola. – É o seu preferido.


- É... É mesmo. – Ela sorriu parecendo surpresa. – Obrigada.


- Vou abrir para vocês e trazer alguns petiscos. O almoço logo ficará pronto. – Solange pegou a garrafa de Angélica e piscou para mim, antes de ir para a cozinha.


- Então... – Suspirei e coloquei as mãos no bolso, disfarçando a tensão.


- Podemos nos sentar? Eu ainda não estou boa o suficiente para ficar muito tempo em pé. Sinto um pouco de tonteira às vezes...


- É claro! É claro! Me desculpe. – Segurei a mão dela e seguimos em direção ao sofá. Ela sentou-se e cruzou as pernas. Parecia loucura, mas ela estava querendo me provocar de alguma maneira. Colocou um vestido da minha cor favorita, jogou os cabelos para o lado do jeito que me enlouquecia, e o batom vermelho...


- Antes de conversarmos sobre algumas coisas, eu queria pedir desculpas pelo modo que te tratei no hospital. Eu fui muito fria e...


- Não, não se preocupe. Eu te entendo. – Me sentei ao lado dela um pouco tenso, temendo que ela se assustasse com a minha aproximação. – Sei que está passando por um momento difícil.


- É... Não é fácil não me lembrar de muitas coisas que aconteceram. O estranho é que tudo que tem alguma ligação com você, eu não me lembro. E parece que nesse ultimo mês praticamente tudo que eu fazia tinha alguma ligação com você. É como se eu tivesse avançado dez casas da minha vida, sem me lembrar de nada. Como se eu tivesse congelado no tempo e só tivesse despertado agora.


- É por isso que estou aqui. Estou aqui para te explicar tudo o que quiser, contar tudo o que quiser.


- Eu li suas cartas. – Ela sorriu de lado. – Achei um gesto muito bonito.


- Ah, e por falar nisso... – Tirei um envelope dobrado e um pouco amassado do bolso. – A terceira carta.


- Você vai continuar mandando?


- É claro. Quero que você saiba todas as coisas importantes que nos aconteceram, sem pular nenhum detalhe.


- Como você se lembra de tanta coisa? – Ela deu uma leve gargalhada que aqueceu o meu coração.


- É, tenho esse defeito. Ou você causa isso em mim. – Sorri acompanhando sua gargalhada.


- Eu... Sinto muito por não me lembrar de você.


- Não sinta. Foi por minha culpa.


- Sua culpa? E por quê?


- Eu passo muitas horas acordado à noite pensando em você e em tudo o que nos aconteceu, Angélica. E foi nessas horas acordado que eu cheguei à conclusão que, talvez... Se eu não tivesse te magoado naquela noite...


- Jaime, por favor. Não diga nada.


- Mas Angélica...


- Nenhum de nós teve culpa. Eu não sei onde eu estava com a cabeça por não ter colocado o cinto de segurança. Eu que sempre sigo as regras, sou tão certa, justo nesse dia...


- Se eu não tivesse te deixado nervosa...


- Não. – Ela respirou fundo pegando folego. – Não quero que pense assim. Pelo que você me disse no hospital, eu fui precipitada pensando no pior. Deveria ter deixado você se explicar.


- Eu nunca faria isso com você, Angélica. – Disse sincero. Eu não esperava que fossassem tocar direto naquele assunto logo nos primeiros minutos de conversa.


- Eu sei.


               Senti o toque de suas mãos na minha e inevitavelmente me arrepiei. Juntei todas as forças que eu tinha para não beijá-la naquele momento. Por sorte, Solange voltou com o vinho e as taças, me fazendo desviar os olhos dela.


- Deixe que eu te ajudo. – Me levantei e peguei a garrafa enquanto Solange segurava as taças. Servi as duas igualmente e Solange me entregou as taças e pegou a garrafa, nos deixando a sós.


- Então... Um brinde a sua recuperação. – Entreguei uma taça para Angélica.


- Um brinde. – Ela sorriu e encostamos nossas taças, fazendo o inconfundível barulho. Tomei um gole de vinho e Angélica faria o mesmo, até que antes do vinho encostar em seus lábios ela afastou a taça de sua boca e colocou a mão em sua barriga.


- O que foi?


- ] Com licença. – Ela se levantou rapidamente me entregando a taça e literalmente correu adentrando em casa.


- O que foi? – Solange apareceu na sala com um pano de prato em mãos.


- Eu não sei, ela correu para dentro de casa.


               Coloquei as taças em cima da mesa de centro e fui atrás dela. Olhei pelos cômodos com as portas abertas e ela não estava em nenhum deles. Parei no único que estava com a porta fechada. O banheiro.


- Angélica? – Bati na porta.


- Eu já vou sair. – Ela gritou com a voz abafada.


- Está tudo bem?


               Ouvi o barulho da pia e logo depois a porta se abriu. Angélica estava pálida e o seu batom estava fraco e um pouco borrado.


- Desculpe. – Ela respirou fundo.


- Está tudo bem?


- Oh meu Deus! Olhe só para mim! – Exclamou olhando no espelho. – Não me olha.


- Sério isso? – Ri inevitavelmente. – Eu não ligo para isso. Estou preocupado com você.


- Eu estou bem, foi apenas um mal estar. Pode ser por causa dos medicamentos que tomei. Talvez seja melhor eu não beber por enquanto.


- Sim. Melhor.


- Estou bem. – Ela disse me olhando pelo reflexo do espelho, enquanto tirava o batom que restou nos lábios. – Podemos fingir que nada disso aconteceu?


- Sou bom nisso. – Sorri. – Vem, vamos voltar.


               Assim que voltamos para a sala, rindo como antigamente, o telefone tocou. Solange estava na cozinha e provavelmente estava ocupada preparando o almoço.


- Pode esperar um pouco? – Angélica perguntou.


- Claro. – Respondi me sentando no sofá.


- Alo? Sim, sou eu. – Ela ficou um tempo em silencio e suas sobrancelhas ergueram. – Mas... Hoje? Agora? Está bem então. Mas é algo grave? Ah... Ok. Já estou indo.


               Angélica desligou o telefone e novamente ficou pálida.


- O que houve? – Perguntei me levantando.


- Era a secretária do Doutor Victor. Ela disse que ele precisa conversar comigo. Disse que não é grave, mas ele quer me ver o mais rápido possível.


- Então eu vou com você.


- Não precisa se incomodar.


- Não será incomodo. Você esta sem o seu carro, não vou deixar você ir de taxi.


- Desculpe ter que atrasar o nosso almoço.


- Não se preocupe com isso.


- Você pode... Voltar para cá depois.


               Saber que ela estava gostando da minha presença me deixou aliviado.


- Com certeza. – Sorri.


- Vou avisar a Solange e pegar minha bolsa. Eu já volto.


               Balancei minha cabeça afirmando e me sentei pesadamente no sofá, pedindo do fundo do meu coração que não fosse mais notícias ruins em nossas vidas.


 


 


                                                           -------------------------------


 


                                                           [Angélica]


 


 


               Estávamos sentados na sala do Doutor Victor há alguns minutos. Não falávamos nada, mas era notável que Jaime estava tenso e ansioso, já que sua perna balançava freneticamente. Sorri olhando para ele.


- O que foi? – Perguntou curioso.


- Seu nervosismo.


- Ele está demorando. Se é tão urgente por que ele ainda não chegou?


- Fica calmo, não deve ser nada de mais.


               Pedir que ele tivesse calma era o mesmo que conversar com uma estátua. Aquilo não ajudou que ele se acalmasse, pelo contrário. Ele se levantou e colocou as mãos no bolso, andando de um lado para o outro. Abri a boca para pedir que ele se sentasse, quando a porta se abriu.


- Desculpem a demora. Estava em uma consulta de ultima hora. – Doutor Victor sorriu e olhou para Jaime. – Oh... Sr. Camil.


               Sempre me divertia com as pessoas tentando pronunciar o sobrenome do Jaime.


- Que surpresa vê-lo aqui. Pensei que estaria acompanhada de sua mãe, Angélica.


               Havia um tom de divertimento na voz dele, o que com certeza deixou Jaime irritado.


- Pedi para que ele me acompanhasse. Estávamos indo almoçar juntos.


               Jaime sorriu vitorioso para Doutor Victor.


- Fico muito feliz por isso. Então... Como você está?


- Estou bem.


- Tem sentido tonturas?


- Poucas, quase nada.


- Isso é bom. Mas e... A memória? – Ele olhou de relance para Jaime, que ainda estava impaciente, escorado no armário que havia no consultório.


- Ainda... Nada. – Respondi um pouco desconfortável. Doutor Victor e eu trocamos olhares e ele suspirou, se inclinando sobre a mesa.


- Bem, mas isso é o de menos não é?! Tenho certeza que logo irá se lembrar. – Senti um tom ameaçador em sua voz, mas ignorei. – O que tenho para dizer é algo muito importante, Angélica. E não tenho certeza se fez bem e vir acompanhada de outra pessoa que não fosse sua mãe. Sem ofensas, Sr. Camil.


- Não ofendeu. – Jaime disse irritado.


- Estou ficando preocupada. O que aconteceu?


- Não é um caso de preocupação. Aliás, é um caso bem curioso. Hoje recebi alguns resultados que faltava de seus exames. Examinei um por um, e sua saúde está em ótimas condições. Sem fraturas, como eu já havia dito, sem sequelas... Mas eu sinceramente não sei o que aconteceu. Antes de te liberar para ir para casa eu não havia notado nada diferente, mas quando peguei os resultados dos exames de sangue que fizemos no dia em que você deixou o hospital, eu confesso que fiquei paralisado e incrédulo.


- O que aconteceu? – Perguntei tensa com as mãos suando.


- Não tem sentido nada diferente no seu corpo? Mal estar?


               Parei um pouco para pensar.


- Eu... Tive um mal estar hoje. Mas com certeza foi por causa dos medicamentos que tomei, não foi?


- Como exatamente foi esse mal estar?


- Enjoo. – Respondi com a garganta seca. Aquela empolgação e aquele sorriso de Doutor Victor estava me deixando ainda mais nervosa.


- Não tem notado mudanças em seu corpo? Perdoe a pergunta, mas... Não tem sentido alguma parte do seu corpo dolorida?


Olhei tensa para ele e não precisei responder. Eu entendia perfeitamente aonde Doutor Victor queria chegar, mas não estava preparada para ouvir sua conclusão.


- É. É algo realmente extraordinário, levando em conta tudo o que aconteceu. – Ele escorou na cadeira sorridente.


- O que é? – Jaime perguntou confuso. – Eu não estou entendendo.


- Quer falar você, Angélica? – Ele perguntou divertido. Nunca tinha sentido tanta raiva pelo bom humor de Doutor Victor. Abaixei minha cabeça e balancei negativamente.


- Permita que eu diga?


               Balancei a cabeça afirmando.


- Pelo amor de Deus! Me diga logo! – Jaime disse nervoso.


- Bem, Sr. Camil, acontece que podemos dizer que aconteceu um milagre. Angélica sofreu um acidente, saiu ilesa...


- Exceto pela memória.


- É... A memória... – Doutor Victor me encarou. – Mas de fato, é algo extraordinário.


- Da pra parar de falar isso e contar logo o que aconteceu?


- Sr. Camil, o Senhor precisa trabalhar um pouco a sua paciência.


- Será que da pra me dizer logo?


- Eu estou tentando dizer, se o Sr.se acalmar...


- Mas eu estou calmo!


- Não parece.


- Que droga! – Me levantei impaciente e olhei para Jaime. - Ele quer dizer que eu estou grávida!


               O consultório ficou em total silencio, e nem mesmo Doutor Victor se atreveu a sorrir naquele momento. Jaime ficou com os olhos paralisados, e eu respirava ofegante. Sentia que desmaiaria a qualquer momento, mas segurei o máximo que consegui. Era quase inacreditável, principalmente quando eu mesma afirmei aquilo.



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Autor(a): solotumiamor

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1



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  • kekavalecamils2 Postado em 24/11/2014 - 20:47:53

    OMG que cap. mais perfeito :3 <3 ( Espero que a HB ñ estrague as coisas -_- ) *-* Continua


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