Fanfic: Usted Se Me Llevó La Vida | Tema: A Feia Mais Bela

                                                         [Jaime]

             Durante o caminho até a casa de Angélica ouvia-se apenas o barulho do transito no lado de fora do carro. Ela não havia dito uma palavra desde que saímos do hospital, e eu não me atrevi em perguntar nada. Eu tinha várias duvidas várias coisas que gostaria de dizer, mas não faria isso enquanto ela não se manifestasse antes.

- O cinto.

- O que?

- Você não colocou o cinto.

               Deixei apenas uma mão no volante e puxei o cinto com a outra. Tantas coisas que precisávamos dizer e ela apenas se preocupava com o cinto de segurança? Olhei de relance para ela, e percebi que ela estava segurando para não chorar. Eu não poderia deixar as coisas mal resolvidas, por isso abri a boca para tocar no assunto, mas ela me interrompeu:

- Não era o que eu planejava.

               Fiquei em silencio esperando que ela desabafasse.

- Durante toda a minha vida eu planejei os momentos exatos. Um dia eu me casaria, e depois de um tempo estabilizada eu teria um filho. Eu não planejei minha vida para um filho inesperado. Nem mesmo quando me casei com Otto eu pensei em ter um filho com tanta pressa.

               Continuei em silencio.

- Nós... Planejamos isso? – Ela me olhou.

- Não. Não desse jeito. Nós pensávamos em ter filhos, mas obviamente depois de nos casarmos, como você havia planejado.

- Como isso aconteceu?

- Eu não sei.

               Ela ficou pensativa por um tempo.

- Você... Você foi o ultimo homem que eu... Bem...

- O que quer dizer?

- Eu não sei. Eu não me lembro do que aconteceu na minha vida nesse ultimo mês.

- Angélica, até onde eu saiba eu fui o único homem com quem você manteve relação nesses últimos tempos. Durante o tempo que ficamos juntos você não foi para a cama com nenhum outro homem, nem mesmo com Otto. A não ser que você me diga que está se lembrando de alguma coisa errada que fez, eu...

- Não. Não, por Deus! Eu não faria uma coisa dessas, e eu não preciso ter a memória de volta para saber disso. Eu só... Bem... É difícil para mim. Eu não consigo me recordar de quando... Nós...

- Não entendo muito sobre gravidez, mas sei que não seria possível você ter engravidado em nossa ultima vez, porque foi na noite do acidente. Não faz tanto tempo assim.

- É... Não faz.

- Só pode ter sido na noite que você foi ao meu apartamento. Uma semana antes.

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                                                                           [Flashback]

               Os olhos de Jaime já estavam pesados. Havia passado a tarde inteira decorando as falas para o próximo comercial e no fim da noite ele já não aguentava mais tantas letras pequenas e juntas. Jogou os papeis em cima da mesinha e fechou os olhos por uns instantes, que pareceram durar horas, até que ele despertou com o barulho da campainha. Ele olhou no relógio que marcava onze horas e se levantou para atender a porta, estranhando que o porteiro não o tivesse avisado sobre visitas. Quem quer que fosse ele só queria que fosse rápido, para que ele pudesse descansar e dormir, mas ao abrir a porta, todos esses desejos se esvaíram.

- Boa noite. – Angélica sorriu.

- O que faz aqui essa hora? – Jaime abriu mais a porta para que ela entrasse.

- Vim pensando em uma resposta para isso o caminho inteiro, mas acho que você não acreditaria em nenhuma desculpa. Então... Apenas senti sua falta quando fui dormir. Você se importa? – Ela colocou as sacolas em cima da mesa.

- Hum, quer mesmo que eu responda? – Perguntou divertido enquanto fechava a porta.

- Se eu estiver atrapalhando alguma coisa posso ir embora e levar essa comida japonesa comigo. Você quem sabe.

- Comida japonesa? Posso repensar?

               Os dois riram e Jaime puxou Angélica pela cintura, beijando-a logo em seguida.

- Que bom que você sentiu minha falta. – Ele sussurrou olhando para ela. – Adoro surpresas, principalmente quando incluem você.

- Então você talvez goste da surpresa que eu tenho guardada. Mas vou deixa-la para a sobremesa.

               Jaime riu e novamente a beijou. O sono e o cansaço não existiram nas horas que se passaram ao lado de Angélica. Enquanto jantavam, eles assistiram a um filme indicado por ela. Um filme de suspense que virou comédia graças às piadas fora de hora de Jaime. No fim do filme ao invés de ficarem indignados com o final, eles estavam às gargalhadas.

- Quase uma da manhã, é melhor eu ir embora. Você deve estar cansado.

- Sério? Acha que me esqueci da surpresa?

- Eu não imaginava que ficaria tão tarde.

- Isso não é desculpa, você sabe muito bem que pode dormir aqui.

- Não sei se isso seria certo. Você ainda é um homem casado. – Ela sorriu.

               Angélica sabia muito bem como provocar Jaime.

- Odeio quando faz isso, sabia?

- Você mesmo disse que deveríamos ir com calma até que chegassem os papéis do divórcio.

- É... Eu disse. – Respondeu desapontado.

- Mas... Aprendi com você que devemos ser persistentes. Por isso... Vou te mostrar a surpresa. Mas você precisa me esperar no quarto.

- Eu já estou gostando. – Sorriu malicioso.

               Como Angélica pediu, Jaime foi para seu quarto. Aproveitou para uma rápida arrumada, guardando as roupas que estavam jogadas pelo quarto, ajeitando a cama e os travesseiros. Ansioso ele se sentou na cama, escorando as costas na cabeceira enquanto esperava pela sua surpresa.

- Está pronto? – Angélica perguntou do lado de fora do quarto.

- Estou.

               Angélica abriu a porta e logo apagou a luz, deixando apenas o abajur iluminando o quarto. Ela vestia um baby doll preto com detalhes rosas, combinando com a parte de baixo. Enquanto andava em direção a cama ela jogou os seus cabelos para o lado, e só com esse movimento deixou Jaime excitado. Ela se ajoelhou na cama em frente a ele e colocou as mãos na cintura, divertida.

- Gostou? Comprei hoje e pensei que poderia estreá-la. Mas... Se você ainda quiser esperar os papéis do divórcio eu...

- Não. Diga. Mais. Nada. – Jaime falou pausadamente se ajoelhando na cama e parando em frente ela, olhando-a de cima a baixo. – É claro que fez de propósito não é?! Sabe que eu não resistiria a isso.

- Você pode tentar resistir se quiser.

- É esse o problema, eu não quero. – Com apenas um movimento ele a puxou pela cintura e a deitou na cama fazendo-a soltar um grito abafado. – Você me enlouquece, sabia? – Foi uma pergunta retórica porque antes que ela respondesse, ele a beijou com desejo. – E por isso você merece ser castigada.

- Castigada?

- Uhum.

               Ele começou a beijá-la no pescoço enquanto dava leves mordidas. Angélica não sabia como aquilo poderia ser um castigo, já que ele estava fazendo exatamente do jeito que a enlouquecia. Enquanto ele a beijava, com uma das mãos ele apertou a coxa dela, fazendo-a dobrar a perna, ficando com o joelho na altura da cintura dele. Jaime se encaixou entre as pernas dela e prensou o seu membro rígido contra a intimidade dela. Apesar de ainda estarem vestidos, Angélica soltou um suspiro de excitação e fechou os olhos. Estava começando a entender o que ele queria dizer com castigo.

               Com a outra mão livre, Jaime a entrelaçou com a mão dela e lentamente a subiu, colocando-a prensada no travesseiro. Com um sorriso divertido ele fez o mesmo com a outra mão dela, deixando-a completamente presa. Ele se inclinou para olhá-la e sorriu de lado. O sorriso que a fazia enlouquecer.

- Isso não é justo. – Ela sussurrou.

- Não é só você que sabe provocar.

               Jaime soltou as mãos de Angélica e começou a distribuir beijos por todo o corpo dela, enquanto se inclinava para trás. Enquanto os beijos desciam cada vez mais, Jaime deslizava a calcinha dela, fazendo-a se arrepiar a cada toque dos lábios dele em seu corpo. Quando ele finalmente chegou ao local desejado, Angélica sentiu o calor da respiração dele próxima a sua intimidade. Antes que ela se quer pensasse em implorá-lo, ela sentiu a língua dele tocando-a. Ela se contraía na cama, agarrando os lençóis e os amarrotando em suas mãos. Não conseguia evitar em gemer, aquilo era bom demais. Jaime nunca havia provocado-a de tal forma, e ela não sabia quanto tempo mais conseguiria segurar. Assim que ela afagou seus dedos entre os cabelos dele, ele levantou a cabeça e sorriu malicioso. Ela queria perguntar por que ele parou, mas sabia exatamente o que ele estava fazendo.

               Novamente ele ficou por cima dela, e a beijou. Enquanto a beijava, Angélica não evitou tocar em seu membro. Ele estava rígido e quase saindo por fora do short de pijama. Angélica também queria provoca-lo, mas ele não lhe deu tempo. Antes que ela colocasse a mão por dentro da cueca, ele afastou a parte da frente de sua cueca, deixando seu membro despido. Delicadamente ele afastou a mão dela, entrelaçando-a na sua. Jaime parou de beijá-la e se inclinou para olhá-la nos olhos enquanto provocou a intimidade dela com seu membro.

               Angélica apertou a mão dele entrelaçada na sua e mordeu os lábios. Jaime sorriu maliciosamente e passou o membro dele sobre o clitóris dela, fazendo-a soltar um gemido abafado. Ele se afastou e se ajoelhou, ficando pouco inclinado para frente. Puxou Angélica com um movimento e enganchou as pernas dela em sua cintura. Novamente ele passou seu membro pela intimidade dela, mas dessa vez, a provocava penetrando-a aos poucos e tirando logo depois. Percebeu que Angélica estava no seu limite quando ela soltou um gemido alto, agarrou os lençóis e apertou a cintura dele com suas pernas.

- Talvez já seja suficiente. – Ele disse divertido.

- Isso vai ter volta. – Ela respondeu ofegante.

- Mas antes... – Ele se aproximou dela, deixando seus corpos juntos quase sem nenhum espaço, parou com seus lábios próximos ao ouvido dela e sussurrou: - Eu te amo.

               Angélica não conseguiu responder. Jaime apoiou seu corpo com apenas uma mão, e com a outra segurou seu membro próximo à intimidade dela. Antes de penetrá-la, ele a olhou, deixando seu pênis pulsando de excitação. Fez questão de deixar seus rostos próximos quando ele finalmente a penetrou por completo. Angélica soltou um gemido alto e fechou os olhos. Sem tirar os olhos dela, Jaime se movimentou lentamente, e a cada vez que a penetrava, ele prensava seu membro dentro dela por alguns segundos.

               Ele mesmo não aguentava mais se segurar e provoca-la, então não demorou para acelerar os movimentos. A cada prensada, Angélica soltava um gemido. Jaime também não se conteve, e soltava gemidos abafados acompanhando a velocidade em que a penetrava. Seu pênis se enrijecia cada vez mais por dentro dela, o que levava os dois a loucura. Ainda com as pernas entrelaçadas na cintura dele, Angélica o pressionou contra ela, deixando uma distancia mínima entre eles, apenas necessária para que ele se movimentasse. A cama balançava e rangia a medida que ele acelerou os seus movimentos. Jaime ergueu seu corpo e ficou ajoelhado na cama, penetrando-a com mais força.

               Angélica já não se continha mais, e já sentia o seu corpo inteiro tremer. Sentiu aos poucos a energia percorrendo pelo seu corpo, e abriu os olhos. Jaime a olhava, com a excitação estampada em seu rosto. Aquilo foi o suficiente para que ela perdesse o controle de tudo ao seu redor. Seu corpo inteiro se contraiu e ela apertou ainda mais os lençóis. Sentiu o corpo de Jaime pressionando por cima do seu e apertou os braços dele enquanto seu corpo se contraía e seus gemidos aumentavam. Quando a sensação passou e seu corpo relaxou, ela percebeu que Jaime não diminuiu os movimentos. Ela o olhou no mesmo instante em que ele fechou os olhos com força e acelerou os movimentos, gemendo alto. À medida que a sensação passava ele a penetrava pausadamente, até que a penetrou pela ultima vez e relaxou seu corpo por cima do dela.

- Parece que não foi um castigo só para mim. – Angélica disse divertida.

- A culpa é toda sua. – Ele respondeu respirando ofegante.

- Minha? Por quê?

- Por ser tão gostosa. – Ele sorriu e a beijou.

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                                                        [Jaime]

               Estacionei o carro um pouco mais a frente da entrada do prédio. Olhei para Angélica e ela continuava com o cinto.

- Como faremos? – Ela perguntou sem me olhar.

- Sei que deve estar sendo muita coisa para você. Acho que você precisa de um tempo para pensar em tudo isso, e depois resolvemos o que faremos.

- Eu não quero que meu filho seja criado longe do pai.

- Mas é claro que não. Acha que eu deixaria isso acontecer? Você não se lembra, mas eu sempre quis ter um filho com você. Não me importa se você não se lembra de mim ou se estamos separados por esse mesmo motivo. Eu não deixarei você cria-lo sozinha, e não vou abandonar vocês.

- Não foi isso que eu quis dizer.

               Fiquei confuso até que ela olhou para mim com os olhos cheios de lágrimas.

- Eu não quero que meu filho seja criado com pais separados. Não quero que ele divida o seu tempo ficando comigo nos dias de semana e com você no fim de semana. Eu não quero isso para ele.

- Então... Você...

- Não devemos decidir as coisas precipitadamente. – Ela suspirou limpando as lágrimas. – Muita coisa aconteceu, eu estou muito confusa. Mas... Eu estou disposta a tentar.

               Talvez não fosse apropriado para o momento, mas eu sorri.

- Fico feliz por dizer isso. – Segurei a mão dela e a beijei. – Fiquei esse tempo inteiro tentando controlar a felicidade que eu estou sentido.

- Está mesmo... Feliz? – Ela sorriu triste.

- Claro que estou feliz. Vou ter um filho com você. Um filho inesperado, mas isso não importa. Ainda vou amá-lo e protege-lo. Já pensou como isso é maravilhoso? Um filho nosso, Angie. Depois de tantas coisas que passamos.

               Ela abriu um sorriso e seus olhos voltaram a brilhar.

- É... É maravilhoso.

               Ela tocou sua barriga e olhou para ela. Segurei a emoção que eu estava sentindo até que ela puxou a minha mão e a colocou em sua barriga. Ergueu a cabeça para me olhar e novamente seu rosto estava marcado por lágrimas, mas dessa vez de felicidade.

- Eu te amo, Angie.

               A frase saiu com um impulso, sem a intenção de receber uma resposta. Eu sabia que Angélica não diria que me amava. Mesmo sabendo do que passamos, ela ainda não se lembrava de mim, mas o que eu fiz em seguida não precisava de uma resposta, bastava ela querer, e foi o que aconteceu. Me inclinei sobre o banco dela e coloquei minha mão por trás do seu cabelo. A olhei nos olhos e logo depois a beijei. Ao invés de me afastar, ela retribuiu o beijo, como se o tivesse esperado tanto quanto eu. Aquele era um momento único, e nada mais me importava.