Fanfics Brasil - A Verdadeira Vida Diferentes Pensamentos - Dominatrix

Fanfic: Diferentes Pensamentos - Dominatrix | Tema: Amizade, Amor, Anjos, Bruxos, Centauros, Demonios, Dom, Dons, Drama, Fantasmas, Feitiços, Gay, Guerr


Capítulo: A Verdadeira Vida

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Estava tudo fora do normal. Os jornais mostravam noticias e mais noticias de desaparecimentos e mortes fora do comum. Muitas pessoas desesperadas atrás de seus parentes desaparecidos. Quem é que estivesse fazendo isso, estava fazendo direito. Não havia pistas e nenhuma das vítimas tinha algo em comum. As mortes eram sempre em locais diferentes, e os desaparecimentos sempre em lugares diferentes. O medo já tomava conta de todo mundo em BH, e as pessoas já desconfiavam umas das outras.
Eram 6hrs da manhã e eu fazia caminhada na Pampulha. Fingir que estava tudo bem, era o mínimo que eu podia fazer. O vento hoje estava frio e o sol fraco. Os que ainda não tinham sido envolvidos nessa carnificina precisavam seguir a vida como se nada tivesse acontecendo e eu posso dizer com certeza que essa era a parte mais difícil.


--- David? – minha mãe bateu na porta do meu quarto e entrou – Hora de acordar meu querido!
--- Só mais cinco minutos mãe – respondi meio sonolento e virei para o canto.
--- Nada disso rapaz – minha mãe foi até a janela e abriu as cortinas e as janelas, deixando o sol entrar.
--- Mããe! – eu afundei o rosto no travesseiro – Ainda falta muito tempo!
--- Mas você ainda tem que tomar banho, se arrumar e tomar seu café – minha mãe foi até meu guarda roupa e tirou um cabide com o uniforme do meu colégio – Anda logo, senão você vai perder o escolar. Maria já arrumou seu café, e seu pai está te esperando pra te dar o dinheiro da mensalidade para que você pague a mensalidade para o seu diretor.
--- Tudo bem – respondi me espreguiçando e levantando da cama – Bom dia mamãe!
--- Bom dia meu querido – minha mãe me abraçou e me deu um beijo na testa. Ela era a melhor mãe do mundo. Sara dos Santos Vasconcelos, é uma mulher linda. Morena clara, cabelos cacheados e corpo de uma rainha de bateria. Bem sucedida na vida, graças a Deus. Ela tem uma franquia de 25 salões de beleza. Ela e suas irmãs são donas de sua própria linha de cosméticos – Estou indo trabalhar, tudo bem?
--- Tudo bem – falei indo para o banheiro – Tchau!
--- Tchauzinho – minha mãe saiu e fechou a porta.

Meu quarto era impecavelmente limpo. Muito grande. Ainda tinha uma varando grande com vista pra rua e um banheiro. Minha cama era grande e espaçosa. Meu closet era de três partes: uma de sapato, uma de roupas e outra de perfumes, espelhos e acessórios. Sou muito vaidoso, Tomei um banho pra acordar, um daquele bem quente. Vesti minha calça jeans e minha blusa de uniforme. Penteei meu cabelo o deixando espetado. Meu cabelo era preto e liso. Eu era parda, uma mistura de cores já que minha mãe era morena e meu pai branco. Coloquei um dos meus tênis Converse, e peguei minha mochila. Fui até o espelho e espirrei um perfume leve. Peguei meu celular e conectei o fone de ouvido numa das musicas mais altas que eu tinha no meu celular: Paparazzi – Lady Gaga. Eu me amarrava nessa musica e ouvia ela repetidamente varias vezes.
Desci as escadas, passei pela sala de estar e fui até a cozinha onde o café estava servido. Dei um abraço em Maria. Ela era uma tia do meu pai que não se casara nunca, e ela acabou virando tipo uma governanta da minha família. Ela já tem 68 anos, mas está em pleno vigor. Ela é branca, seus cabelos mais brancos ainda. Sempre anda como se estivesse vestida pra ir à igreja. Ela arrancou os fones do meu ouvido e me deu um olhar de reprovação. Ela odiava meus fones, dizia todos os dias que eu iria ficar surdo.

--- Tome seu café que a van já vai chegar – Maria tirou minha mochila e a levou para a sala. Meu pai sorriu pra mim e continuou a ler seu jornal.
--- Maria acordou nervosa hoje – falei e comi, meu pai deu uma risada. Maria voltou e sentou-se à mesa conosco. Ela comia devagar e mastigava demoradamente.
--- Bom – meu pai pigarreou, largou o jornal e olhou a hora – Preciso ir, filho aqui ta o dinheiro da van e da mensalidade do colégio. Boa aula!

Ele beijou meu rosto e foi trabalhar. Meu pai já era um pouco gordinho. Ele era alto, cabelo loiro e olhos verdes. Uma coisa que chamou muito atenção de médicos e cientistas quando eu nasci, foi que por mais que meu pai tenha olhos verdes e minha mãe olhos castanhos, eu nasci com os olhos vermelhos. Maria dissera que um vô meu também tivera os olhos vermelhos que nem os meus, mas na época chamara atenção de todos. Quando alguém me vê pela primeira vez, se assusta, mas as maiorias das vezes já estão todos acostumados.
Maria chamou Jorge meu porteiro que ficou comigo no portão até a van chegar. Antes eu ficava sozinho no portão, mas depois dos ataques que vinham acontecendo, meu pai colocara Jorge junto comigo. Jorge era legal. Já era de idade, com os cabelos grisalhos, era moreno e alto. Quando a van apontou na rua ele me deu minha mochila. Bruno desceu da van, recebeu o valor da parcela do escolar e abriu a porta da frente para que eu entrasse. Eu sempre ia à frente junto com sua filha Mel. A van era grande, mas como eu era um dos clientes do escolar mais antigo, eu sentava na frente.
Havia muitos alunos de todas as escolas no escolar. Antes de chegar onde eu estudo, passa por varias escolas. Eu não sou o único da minha escola no escolar, mas não conheço quase ninguém. Minha escola é muito grande e é dividida em 4 prédios principais. Jardim da infância, ensino fundamental I, ensino fundamental II e ensino médio. Ai tem duas quadras grandes e um auditório. Há também um refeitório e uma área de lazer. Centro Educacional Professora Joana Radomisky, um dos principais colégios de toda grande BH.
Entrei no meio da multidão. Todo mundo me cumprimentava. Os uniformes eram diferentes. O das crianças era branco com verde, o do ensino fundamental branco com azul e do ensino médio era branco com vermelho. Blusa branca e detalhes da cor. O regimento era bem severo, mas era um colégio muito bom. Antes de ir pra sala, todos iam à tesouraria da escola e pagavam as mensalidades. Ali era como uma lotérica só de contas da escola, como livros, Xerox, uniformes e etc. Paguei a conta e fui até o meu armário. Olhei meu horário e peguei os livros certos.

--- Oi gato – Jessica me abraçou – Como foi o final de semana?
--- Bem – respondi. Jessica era minha vizinha de armário. Ela era do 1º ano e eu da 8ª serie, então ela me falava como era terrível o ensino médio e eu a lembrava das matérias do ensino fundamental – Hoje o sol acordou tinindo, queria ter ido caminhar. Mas tem que estudar.
--- Caminhou no fim de semana? – Jessica prendeu seu cabelo liso num coque.
--- Sim, duas voltas na Pampulha. E ainda voltei pra casa a pé – eu ri e a beijei no rosto.

Fui pra minha sala, hoje a aula começou mais tarde para que todos pudessem pagar as contas. Eu sento na fila do meio, na 3ª carteira. Laís e Débora sentam à minha frente e são minhas melhores amigas. Leticia e Bruna também são minhas amigas e sentam cada uma de um lado diferente meu, mas em fileiras diferentes. Henrique, o representante de turma, era um amigo psicólogo. Tudo eu contava pra ele e pedia sua opinião Ele era gentil e paciente, além de ser muito inteligente. Minha sala era cheia, todos eram bem legais. Mas os grupos dominavam, uns eram mais amigos em seus grupos separados.
Leticia e Bruna me beijaram e sentaram em suas carteiras. Laís e Débora chegaram logo após. Laís me abraçou e sentou na primeira cadeira. Débora já chegou no escândalo.

--- Ei viado! – ela me abraçou forte e sentou na cadeira a minha frente – Viu o jornal de hoje de manhã? Um primo meu sumiu. Desde ontem que não o vem. Ele era viado também haha! Não posso rir dessa situação, mas toma cuidado. Se as “bichas” do mundo começarem a desaparecer, o mundo perde a cor hahahahaha!
--- Você é podre garota! – eu ri – Era o “Gleysom Barbie”?
--- Ele mesmo – ela falou – Minha tia está procurando por ele desesperada!

Coitado. As coisas estavam acontecendo rápido demais. Eu fico preocupado, tenho medo de acontecer com alguém mais perto de mim. O professor de história chegou e começou a falar sobre a 1ª guerra mundial. Bruna olhou para o lado e sussurrou:

--- Amigo – ela amarrou o cabelo em um rabo de cavalo – Você não sabe da maior!
--- Fala – falei copiando as perguntas do quadro.
--- A Melissa está gravida gato! – ela sussurrou e eu abri a boca.
--- Mentira! – larguei a caneta e tentei me lembrar de Melissa. Uma garota dócil, de dezesseis anos, do 2° ano. Loira e um pouco sonsa, mas simpática. Que eu me lembra, ela sempre fora tímida, e seu namorado era mais tímido que ela. Nunca se beijavam em publico e tals – Tem certeza?
--- Ontem a mãe daquela insuportável foi no laboratório clinico do meu pai e fez um escândalo – Laís falou.
--- Estou chocado – falei voltando a copiar.
--- E não é do namorado dela não – Débora gargalhou alto e o professor pediu silencio.
--- Não creio – eu estava pasmado.

Um murmurinho encheu a sala. Débora era uma das meninas mais debochadas que eu conhecia.

--- A mãe dela disse que ela não vai mais estudar aqui – Debora falou e riu – Bem feito. Sempre falei que as santinhas são as mais perigosas. Nunca fui com a cara daquela metida.
--- Que horror – Laís riu – Aí Débora, você é tão sem coração.

Depois da troca de professores, me virei para trás procurando por Jessica, minha prima nerd. Era uma sala cheia e eu nunca gravara onde ela se sentava. Ela acenou pra mim e eu fui até ela. Jessica era alta, tinha os cabelos cor de mel e era branca. Seus olhos castanhos chamavam bastante atenção e ela era uma das que andavam com Melissa.

--- Adivinha quem me ligou no meu celular? – Sentei na cadeira vazia ao lado dela e cruzei as pernas.
--- Quem? – ela sorriu. Ela era muito bonita, seu cabelo caia em caracóis castanhos e seus olhos brilhavam. O pai dela trabalhava com o meu. Tio Roger. Só que eu era moreno claro e ela era branca.
--- O Matheus, lá de Cabo Frio – falei rindo. O professor já tinha passado a matéria e mexia em seu notebook. Havia várias pessoas em pé, algumas conversando. Só se ouvia as gargalhadas de Débora, que era a mais escandalosa da sala.
--- Sério? – ela riu. Matheus era um dos paulistas que conhecemos em nossa viajem em família para Cabo Frio – RJ. Ela ia ficar com ele, só que quem acabou ficando com ele, fui eu – então ele gostou de você haha!
--- Ele disse que quer vir aqui pra BH hahahahaha – eu ri alto e Débora veio até nós.
--- Quero rir também – Débora descruzou minhas pernas e sentou em meu colo – A piada foi boa pelo visto.
--- Não foi piada amiga – falei. Débora não gostava nem um pouco de Jessica.
--- Foi o que então? – Ela me imitou rindo – Isso pra mim é uma risada. Ou você por um acaso pego a doença de uma hiena?
--- Você não é nada engraçada – Jessica bufou. Mas eu estava rindo de Débora.
--- Ninguém te perguntou branquela – Débora falou e foi até Laís.
--- Não sei como você suporta essa garota – Jessica falou
--- Você aprende a gostar – eu ri e voltei ao meu lugar.

A sala estava desorganizada, então passei no meio do grupo dos garotos. Quando passei por Wellington, ele me segurou pelo braço.

--- Comprimente os amigos Dave – ele levantou e fingiu me dar um beijo e eu o empurrei.
--- Levei um toco aqui né – Wellington riu e sento de novo.
--- Semana de carnaval uai. Eu estava no Rio – falei abraçando Arthur que se levantou.
--- Ficou mais rico, esqueceu-se de nós né? – Arthur falou e sentou e eu abracei Lucas.
--- Claro que não – falei meio sem graça – Vou fazer algo lá em casa e chama vocês.
--- Festinha só pra nós? – Lucas riu maliciosamente e eu ri.
--- Nem rola – falei.
--- Uai Dave, vai nos deixar de lado? – Ricardo me puxou e eu o abracei – Não abandona não.
--- Estão te incomodando Dave? – Bruna perguntou me abraçando.
--- Aah Bruninha, eles são os chatos. Mas não me incomodam – eu ri.
--- Ele que nos incomoda com essa boquinha fina rosada – Fred riu e me abraço.
--- Idiotas – falei.
--- É amor por você Dave – Leticia gargalhou e me abraçou. Fiquei cercado por Bruna e Leticia que me beijaram ao mesmo tempo na bochecha.
--- Cercados de mulheres – Fred falou – Como chegar até ele?
--- Como? – Arthur falou.
--- Você não vai chegar até ele, pois você é meu! – Bruna riu e beijou Arthur na boca.
--- Casais apaixonados! O amor é tão lindo – o professor de literatura falou – Mas não está na hora disso, então se separam. Cada um em seu lugar, que eu vou começar minha aula.

Cada um se sentou em seu lugar. Rapidamente a sala foi organizada, e o professor começou sua aula. Os meninos eram os mais lindos da escola. Wellington, Lucas, Frederico, Arthur e Ricardo. Eles jogavam futebol no colégio e eram os garotos mais pegadores de BH. Eu gostava muito deles, pois eles me respeitavam e eram verdadeiros amigos. Garotos de mente aberta e que sempre brincavam comigo de modo saudável. Só Wellington que já foi mais que meu amigo, pois já fiquei com ele.
O professor entregou um livro literário pra cada um. O meu foi Querido John de Nicholas Sparks. Eu já havia lido o livro. Um romance em pleno ataque terrorista e guerras. Um amor que era mantido por meio de cartas, que eu acho não funcionar na vida real. O sinal tocou e fomos para o recreio. Eu, Débora, Bruna, Laís, Leticia e Jessica fomos pra mesa principal. Não somos mesquinhos, mas éramos bastante populares. Comi um lanche simples e andamos pelo colégio atoa.
Quando a aula acabou, me despedi de todo mundo e fui pra frente do colégio com Fred e Ricardo. Os dois sempre esperavam a van comigo, pois eles depois pegavam o ônibus pra ir para casa. Os dois eram bolsistas e não tinham muito dinheiro.

--- Por que você não pede seu pai para vir te buscar? – Ricardo perguntou.
--- Meu pai trabalha demais – respondi – E odeia transito. Ele morre se pegar um engarrafamento.
--- Meu pai também odeia engarrafamentos – Fred riu – Um dia ele quase atropelou um motoboy só de raiva.
--- Meu primo desapareceu ontem – falei um pouco triste – Ele esta no Parque Municipal e sumiu. Minha mãe ontem foi na minha tia, mas não se sabe de nada ainda.
--- Está tudo muito estranho não acha? – Fred ajeitou a mochila no ombro – Como pode mais de duzentas pessoas sumir e a polícia não saber de nada?
--- Meu pai acha que é algum tipo de trafico de pessoas. Estão tirando elas daqui pra algum tipo de trabalho escravo – falei
--- Mas e as mortes? – Fred perguntava como se me desafiasse a descobrir. Como se ele já soubesse.
--- É uma pergunta boa – respondi o olhando – Talvez eles estejam matando quem descubra algo.
--- Sua van Dave – Fred falou.
--- Aah – eu os abracei – Até amanhã.

Entrei na van e fui até em casa pensado nas coisas que Fred havia perguntado. Era difícil pensar no sofrimento das famílias que perderam seus entes queridos. Meu primo coitado, só 15 anos. Minha tia está procurando ele por conta própria. Cheguei em casa, tomei um banho e almocei. Sozinho como sempre, já que meus pais sempre estavam trabalhando. Eles almoçavam juntos na empresa. Eu não ligava de almoçar sozinho, tanto que os dois continuassem juntos. E às vezes era eu que fazia os dois ficar amis juntos. Sempre que eu pedia algo, eles obedeciam de bom grado. Davam-me tudo o que eu queria. Quando eles brigavam, eu sempre pedia que eles parassem e eles paravam na hora.
Eu sempre fui bastante convincente. Na escola, na rua, em casa, no trabalho dos meus pais. Sempre que tinha um empregado revoltado, e eu ouvia meus pais reclamando, eu ia até a loja e conversava com ele. Sempre dera certo. Minha vó dizia que eu tinha o dom da fala. Maria me olhou na mesa e sentou-se do meu lado.

--- Você está tão quieto hoje meu menininho – Maria passou a mão em meus cabelos – Aconteceu alguma coisa hoje?
--- Fiquei preocupado com o Gabriel – falei.
--- Seu primo é esperto Dave – Maria me deu um beijo na testa – Se Deus quiser ele vai aparecer.
--- Tomara Maria – eu levantei e fui para o meu quarto.

Eu tenho 15 anos e estou cursando o 1° ano do ensino médio. Meu nome é David Vasconcelos. Sou moreno claro, tenho cabelo liso castanho claro e olhos castanhos. Sou forte tanto mentalmente como fisicamente. Nem magro, nem gordo.
Fiquei mexendo no computador à tarde, e a noite estudei e fiz meus deveres. Quando meus pais chegaram desci até a sala. Eles me abraçaram e ficamos conversando até que Maria nos chamou pra jantar.

--- Maria fez a lista de compras? – minha mãe perguntou.
--- Fiz sim – Maria passou a lista pra minha mãe.
--- Mãe, a diretora, vai fazer um chá de panelas pra filha dela, Nicolle. Ela vai casar – falei.
--- Nicolle vai casar? – minha mãe me olhara confusa. Nicolle trabalhava na loja e nunca falara nada pra ela – Amor, você sabia?
--- Acho que me falaram algo sobre isso – meu pai respondeu.
--- Não fiquei sabendo – minha mãe me olhou.
--- Ela disse que mandou um convite para o seu e-mail – falei.

Jantamos e depois fui dormir. Acordei cedo com Maria me chamando. Tomei banho e vesti meu uniforme. Peguei meu celular e olhei as mensagens. Fiquei olhando as mensagens que eu trocava com Gabriel. Desci e dei um beijo no rosto de cada um dos meus pais.

--- Filho, hoje iremos à inauguração do restaurante do Shopping almoçar – meu pai falou – Vou pedir ao motorista pra te buscar no colégio, tudo bem?
--- Tudo bem pai – falei – Mas vou de uniforme mesmo?
--- Leve uma blusa para que você possa se trocar – minha mãe falou.
--- Maria pega minha blusa azul nova, por favor? – pedi a Maria e ela subiu.
--- Luís ligou – meu pai disse – Ele falou que os bombeiros recomeçaram hoje de madrugada as buscas por Gabriel. Estão procurando por todo o parque municipal, e no lago.
--- Tomara Deus que não o achem morto – falei.

Maria me entregou minha blusa e eu fiquei esperando a van buzinar. Estava chuviscando. Jorge abriu um guarda – chuva e me entregou. Quando ouvi a buzina, desci as escadas e passei pelo enorme quintal da mansão em que eu morava. Minha casa era grande. Meu pai era ostentador. Gostava de mostrar aos outros o que tinha. Em frente a casa havia um enorme jardim com arbustos e flores. O chão era dividido em grama e piso de mármore ornamentado. Atrás do jardim, vinha a enorme mansão, de três andares.
Dou outro lado havia a garagem que era quase do tamanho da casa com dois andares. Eram oito carros e duas motos. Além da minha motinha elétrica que meu pai comprara pra mim de aniversário. Atrás da mansão, havia a área de lazer. Churrasqueira, piscina, chuveirão, Tinha um fogão a lenha que minha mãe adorava fazer suas feijoadas. A lavanderia ficara mais pro lado, junto com a casa de empregados.
Entrei na van e cumprimentei o pessoal. Chegamos na escola cedo. Minha primeira aula era às 07h15min. Fui até meu armário trocar meus livros e encontrei com Henrique. Ele era representante da minha turma. O abracei forte.

--- Vai à inauguração do restaurante no shopping hoje? – ele perguntou.
--- Vou sim – falei – Você também?
--- Vou junto com o comitê escolar do ensino médio – ele respondeu – O diretor ganhou uma mesa.
--- Arrasou – falei e peguei o caderno de matemática – Fez o trabalho de matemática?
--- Fiz quase tudo, menos o n°5 que eu achei muito difícil e complicado – ele falou.
--- Minha n°5 deu uma folha inteira de conta – falei pegando meu material e indo pra sala com ele – Foi mais interpretação essa questão.

Caminhamos juntos até a sala e depois ele sentou em sua cadeira. Laís e Leticia chegaram juntas e sentaram em suas cadeiras. Depois o resto da turma chegou. O professor de geografia entrou na sala junto com Débora, Bruna e o diretor.

--- Galera como sabem que as aulas só começam realmente depois do carnaval, o professor de geografia resolveu iniciar a matéria com uma excursão pro Parque das Mangabeiras pra esse final de semana – o diretor falou – As meninas viram uma excursão fora da escola, que vai ser feita sem ter nenhum envolvimento com a escola.
--- A RC viagens de Pedro Leopoldo – MG – Bruna falou – São cinco ônibus com o pessoal de Venda Nova mesmo. Vai sair da Lagoa da Pampulha, no ponto em frente o mineirinho.
--- É no sábado, vai valer como aula e nota – o professor afirmou.
--- A passagem está incluso o ônibus, a entrado, almoço e lanche – Débora falou.
--- Eu vou passar uma lista e vocês deixem nome, telefone, e numero da identidade para fazer o papel de autorização – o diretor repetiu e saiu da sala.

As meninas sentaram e o professor explicou a matéria. Tipos de vegetação. Depois o professor de matemática veio e começou a corrigir o trabalho que ele havia passado. Equações do segundo grau, era mais do que complicado. Fomos liberado pro recreio e quando chegamos ao refeitório juntamos as mesas para sentarmos juntos. Fred, Arthur, Ricardo, Lucas, Wellington, Bruna. Laís, Leticia, Débora e eu. Juntos éramos o grupo mais popular do colégio. Vez ou outra organizávamos festas pra manter a aparência. Ser popular era um titulo de muita força que era mantido com bastante luta. As meninas eram lindas, ricas, tinham tudo o que queriam. Os meninos eram jogadores de futebol, malhavam, lutavam judô e eram gatos. Eu era podre de rico, e a sociedade me lançara num cargo sem eu precisar fazer nada. Meu pai era dono de uma rede de lojas famosíssima em BH.
Eu o acompanhava em eventos, festas e foi assim que me tornei popular. Voltamos pra sala e tivemos aula de química. A professora explicava bem, mas era bem careta. Não aceitava que conversássemos nem que fosse baixinho.
Terminou a aula e fui até o banheiro. Escovei os dentes e arrumei o cabelo. Meu cabelo era simples de arrumar, ele era jogado, então uma agua que passasse nele, ele ficava bom. Lavei o rosto e olhei no espelho. Meu olho estava castanho clarinho, quase verde.

--- Cuidado pra não molhar seu uniforme – Fred falo entrando no banheiro de uma vez. Dei um pulo de susto – Calma eu ladro, mas não mordo haha!
--- Idiota – falei o empurrando – Me assustei por que estava concentrado.
--- Desculpe – ele disse.

Tirei a blusa de uniforme e a guardei na mochila. Minha barriga não era definida, era lisa e sem manchas. Eu estava concentrado no espelho, quando vi Fred me olhando. Eu mandei um beijo pra ele e ele ficou sem graça.

--- Te seduzi foi? – virei pra ele. Fred tinha uma queda por mim. Mas desde o baile de carnaval da escola que eu ficara com Wellington ele não dava mais em cima de mim. Vesti a blusa e ajeitei minha calça. Hoje eu estava com um jeans preto justo.
--- O que os dois estão fazendo sozinhos no banheiro? – Ricardo entrou rindo.
--- Nada – Fred falou envergonhado.
--- Haha! Deixa de ser tarado Ricardo – falei e passei um perfume.
--- Que cheiro bom de David Vasconcelos – Ricardo chegou a mim e me deu um beijo no rosto. Ele pegou seu celular e tirou uma foto nossa no espelho – Postada no facebook!
--- Agora vamos antes que o motorista do meu pai canse de me esperar – falei indo pra porta da escola.
--- Vai sair hoje? – Fred perguntou.
--- Vou almoçar com os meus pais – falei despedindo deles e entrando no carro.

O restaurante estava lotado. Meus pais estavam dando entrevista pra uma revista, e quando cheguei vários flashes se viraram pra mim. Meu pai acenou pra mim e eu fui até eles. Tiramos algumas fotos juntos e depois fomos pra nossa mesa. O restaurante era do ex-prefeito da cidade. E como o shopping era novo, estava lotado.
O shopping havia aberto poucos dias. Ficava junto da estação do metro, e era muito grande.

-- Comida mineira self servisse – meu pai falou – Vamos ter que ir lá arrumar nosso prato.

Comi bem e depois fui pra empresa com meus pais. Fiquei no meu celular a tarde toda e depois fomos ao cinema de noite. Meus pais eram legais. Nós saiamos bastante e eles eram bem receptivos. Cheguei em casa e dormi como uma pedra. Pensei que ia ter uma noite normal, até que meus pesadelos se juntaram a mim.
Eu estava no jardim da minha casa. Mas não tinha casa. Só o jardim, imenso e em todas as direções que eu olhava era jardim. Eu corri pro mais longe que eu conseguia, mas parecia ser em vão, pois eu corria e parava no mesmo lugar. Era uma madrugada fria, então meu hálito fazia vapor ao sair da minha boca.
Senti algo andando ao longe mas não reconhecia o que era. A coisa foi chegando mais perto de mim, até que eu reconheci a forma. Era uma mulher muito bonita. Ela veio até mim e eu senti o cheiro de perigo se aproximando. Ela de repente se materializou na minha frente. Ela riu forte, que me fez arrepiar até os ossos do pé.
Um trovão soou no céu e eu acordei suado.
Eram cinco da manhã ainda, então vesti uns shorts, uma camisa larga e botei um tênis confortável. Peguei meu fone e fui fazer caminhada no parque que tinha perto da minha casa. A Lagoa do Nado estava escura, mas já havia pessoas trabalhando, limpando o parque e outras coisas. Depois da caminhada relaxei num banho de banheira com bastante espuma. Depois fui para o chuveiro e me vesti. Hoje eu acordei primeiro que todos os outros, então eu mesmo preparei o café da manhã. Maria veio até a cozinha e viu a mesa toda posta, riu muito.

--- Caiu da cama meu menininho? – Maria me deu um beijo na testa e sentou a mesa.
--- Pesadelo mãezinha – respondi.
--- Você tinha muito disso quando era criança – Maria falou – Fez caminhada?
--- Fiz sim – falei. Maria me conhecia como ninguém.
--- Bom dia filho – minha mãe me deu um beijo e sentou na mesa – Fui no teu quarto te chamar, mas hoje você madrugou ein!
--- É mãe – eu ri – Caí da cama.
--- Bom dia família – meu pai sentou-se à mesa e tomamos café assistindo ao noticiário local.

Ficamos todos quietos quando o repórter anunciou que houve uma chacina numa das casas de luxo da Pampulha. Dezessete mortes, sem nenhum sobrevivente.

--- Meu Jesus! – Maria exclamou com a expressão de horror – Até quando viveremos isso meu Senhor!
--- Em menos de um mês, já entramos com mais de 50 mortes – meu pai falou triste.

“O que é que pode estar causando isso?” – falou o ancora do jornal – “A polícia já decretou estado de emergência na cidade, e o exercito já foi posto para patrulhar a cidade.”.

--- Creio eu que seja uma grande quadrilha armada – minha mãe disse.
--- Não destroem nada, não roubam nada – eu falei – Só matam, como se fosse um jogo de caça aos humanos.

A van buzinou e eu fui pra escola. Encontrei-me com Débora no corredor da sala, ela chorava por ter perdido seu tio nessa chacina que teve. Andamos junto, o dia inteiro. Ela estava bem triste. Quando acabou o colégio, eu, Débora, Bruna, Leticia, Laís, Fred e Ricardo fomos almoçar no restaurante do colégio.

--- Amanhã como é que vocês vão pra Pampulha? – Fred perguntou.
--- Eu moro lá né – Laís riu.
--- Eu vou dormir na casa de Laís – Leticia falou.
--- Meu pai vai me levar pra lá – Bruna falou.
--- Minha mãe também vai me levar – falei.

Fui pro ponto esperar a van chegar. Sentei no ponto e peguei meu celular. Eu entrei no meu e-mail. Muitas coisas pra responder.

--- Ué, veio sozinho hoje? – Breno, o garoto do 3° ano perguntou, sentando ao meu lado.
--- Hoje eu vim – eu ri – Fred e Ricardo estão numa reunião do time de futebol.
--- E aí, ficou sabendo? – Bruno ajeitou a mochila em seu colo.
--- Não – falei – O que aconteceu?
--- Ontem no beco da Elmo, morreram mais de cinco pessoas. E sumiram 8 pessoas – Bruno falou – A policia disse que tinha uma câmera, mas que foi destruída. O prefeito declarou estado de emergência e colocou o exercito na rua.
--- Credo – falei – Conhecia alguém?
--- Ainda não se sabe quem são essas pessoas – Bruno tossiu – Estamos precisando fazer uma grande corrente do bem, por que me parece que Deus se esqueceu da terra. Minha igreja já fez cinco dias de vigília.
--- O que será que está acontecendo ein? – a van chegou e fui pra casa.

Passei à tarde na piscina. Eu e Maria nos divertíamos muito na piscina. Eu ficava ensinando ela a nadar. Ela fazia um lanche, e comíamos a beira da piscina. Maria não era só uma governanta, e sim parte da nossa família.
À noite saí com meus pais para uma apresentação de teatro de Romeu e Julieta. Um musical que estava estreando na cidade. Depois passamos no shopping e fizemos compras. Comprei meu lanche pra excursão de amanhã e uma bolsa nova.
Fomos para casa e jantamos com Maria. Ela havia feito uma torta de frango que estava incrível. Dormi cedo. Mas não tive uma noite boa. Meus pesadelos hoje vieram me atormentar.
Estávamos todos numa festa em uma casa chique. Era uma festa na beira de piscina e havia varias pessoas que eu não conhecia. A casa era pouco iluminada e não havia som algum. Foi o tempo de piscar e vários homens encapuzados entraram na casa matando todos que estavam em seu caminho. Eles esfaqueavam sem dó nem piedade. Eu corri o máximo que eu podia, até dar de cara com um homem encapuzado e quando ele levantou a faca contra mim, eu acordei gritando e suado.
Estava bufando e meu despertador gritava na minha cômoda. Desliguei-o e tomei um banho gelado. Tomei um café reforçado com meus pais e minha mãe pegou um carro. Fomos até a casa de Fred e pegamos os meninos. Fred e Ricardo ficaram de boca aberta pro HB20 Hyundai amarelo da minha mãe. Ela nos levou até em frente do mineirinho. Havia cinco ônibus parados. As maiorias das pessoas eram de escolas. Eu havia ido com uma bermuda jeans preta, um tênis preto e meu uniforme de presidente do grêmio estudantil.

--- Que carro cara! – Fred botou o uniforme na hora que o professor estava vindo em nossa direção. Abracei as meninas e entrei no ônibus. Eu e Fred fomos juntos até o parque. Em menos de uma hora chegamos. A Serra do Curral era linda em todos os aspectos e me surpreendeu muito.

Os ônibus estacionaram no enorme estacionamento do parque. Todos desceram e em nós foram colocados pulseiras com o nome da escola, nosso nome e um número. O meu numero era 154. Eram 280 pessoas ao total e fomos alocados a um grande espaço. Foi nos servido um lanche e depois fomos pra um auditório com Datashow e som. Um guia muito lindo, com olhos acastanhados escuros, quase um vermelho, pegou o microfone e todos ficaram em silencio.

--- Bom dia pessoal – ele falou. Sua voz era doce, e ele era bem musculoso – Meu nome é Ígore sou um dos responsáveis pelo passeio. Antes de falar do parque, vou separar vocês em grupos. Aí fica mais fácil de coordenar o passeio.

Fiquei no grupo junto com minha escola, com este mesmo guia. Ele ligou o slide e começou a passar fotos do parque.

--- O Parque Municipal das Mangabeiras é um parque aqui de Belo Horizonte. Localiza-se na Serra do Curral, como vocês sabem zona sul da cidade, e limite norte do quadrilátero ferrífero. Foi inaugurado em 1982 e possui 2.350.000 m² de área totalmente cercada – o guia falou -- O Parque das Mangabeiras é a maior área verde da capital mineira e um dos maiores parques urbanos da América Latina. Com seus 337 hectares e mais de dois milhões de metros quadrados se torna esse parque que vocês vão visitar agora.
--- O parque é um local definido como de preservação e pesquisa ambiental aberto ao público. O espaço é habitado por mais de uma centena e meia de espécies de aves. A mata é composta por diversas amostras da vegetação mineira – outro guia falou.
--- Agora cada grupo vai sair pela porta do salão principal com seu respectivo guia – Ígore falou – Meu grupo espere para sair que seremos os últimos.

Andamos um pouco na galeria ao lado até o nosso guia chegar. Depois fizemos uma trilha pela floresta. Arvores grande e flores mais lindas que as outras. Micos, aves que nunca tinha visto. Era tudo muito bonito. Paramos em frente a uma queda d’água. Uma cachoeira pequena se jogava sobre um rio a baixo muito lindo.
Depois fomos pra uma exposição de cobras que ficava no meio da trilha. Arrepiava-me só de olhar. Almoçamos no restaurante junto com os outros grupos.
O almoço era aquela comida tipicamente mineira. Os guias não almoçaram mais conversavam entre si. Nosso grupo foi o ultimo a sair novamente, pois o cartão de Débora não estava passando.

--- Logo hoje, é o inferno esse lugar – ela falou.
--- Desculpa Senhorita, mas é que nossa maquina de cartão está sem sinal – a atendente falou.
--- Deixa que eu pago – falei e entreguei o dinheiro pra Débora e ela pagou.
--- Brigado amigo, depois eu te pago – Débora juntos suas coisas e fomos pra fora.

O guia pediu para andarmos rápido por que senão íamos perder o tempo estimado para terminar o passeio. Começamos a andar novamente. O parque era muito lindo.

--- Preciso descansar – Fred falou – Acho que comi demais.
--- Não podemos parar – o guia falou – Temos um tempo a cumprir e eu tenho ordens a seguir.
--- Vamos descansar um pouco – eu falei – Não faz mal se atrasar alguns minutos.
--- Não podemos – o guia gritou e todos olharam pra ele – Quer dizer... não vão querer perder o ônibus, vão?
--- Nós vamos descansar sim – eu disse com a voz firme. O guia me olhou sem foco.
--- Claro – ele falou e bufou.

Sentamos em uma mina d’agua. Fred acabou passando mal, nos atrasando mais ainda. Quando íamos retomar o caminho, uma explosão de pássaros saiu da mata a nossa frente. O guia murmurou merda bem baixinho. Depois um coro de gritos. Pedidos de socorro, de misericórdia, e choros. Gritos fortes que fizeram meu corpo tremer. Algo havia acontecido ali bem na nossa frente e isso não parecia nada bom.



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Autor(a): thelovegay

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