Fanfics Brasil - Encontro inesperado Watermark Fight - 3

Fanfic:  Watermark Fight - 3 | Tema: Enya, Sarah Brightman


Capítulo: Encontro inesperado

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Eii pessoal! Quero agradecer aos meus leitores pelo carinho, que vivem mandando mensagens inbox e não deixam de acompanhar essa viagem louca que anda ficando cada vez mais louca, graças aos próprios leitores, que mandam ideias e sugestões. Quero deixar beeeem claro, mais uma vez, que essa é uma história fictícia. E o que acontece nela é apenas fruto da minha fértil imaginação, pois alguns já chegaram a perguntar se a história de fato aconteceu. E já quero adiantar que vou ter que diminuir em breve o ritmo dos capítulos, pois vou encarar uma nova e importante fase da minha vida. É isso. Espero que gostem :)


 


Ele não tinha mudado muito fisicamente. O tempo foi bem generoso com ele. Razoavelmente alto, pele levemente bronzeada, olhos castanhos e intensos. Com um blazer, calça e sapatos, todos pretos, o homem traz um aspecto sombrio. A barba cerrada mostra um pouco da personalidade rude do mesmo. Os cabelos, da mesma cor dos olhos, lembram um pouco o penteado de Bernd, porém mais desgrenhados. Assim que seus lábios grossos se abrem, uma voz impactante se sobressai:


- Ora, ora, ora! Olá, minha velha amiga!


Os olhos de Eithne são tomados por uma onda de ódio:


- Não ouse me chamar de amiga!


O homem dá uma risada:


- É, realmente. Não posso te chamar de amiga. Porque fomos muito mais do que amigos.


Bernd ouve essas palavras e fica surpreso:


- O quê??? – pensa, perplexo.


Eithne fica ainda mais irritada:


- Como se atreve, seu descarado!


- E eu disse alguma mentira, por acaso? – sorri o moreno, sarcasticamente.


Os olhos esverdeados de Brennan fuzilam o homem, que olha para Dopp:


- Então você é o famoso Bernd Dopp!


- Como você sabe meu nome?


- Seu nome se tornou bem mais popular depois de se juntar a ela. Jogue no Google e verá. – o homem olha o alemão de cima a baixo - Lamento pelo estrago que causei no carro de vocês. Se quiserem, arco com as despesas e...


- Não! – esbraveja Enya – Você arruma o seu carro e nós arrumamos o nosso. Não quero dar de cara com você novamente!


- Ah, minha querida! Isso será impossível. Estou morando agora em Dublin.


- Como é que é?! – Brennan não acredita no que ouve.


- É isso mesmo. Agora, se me dão licença, preciso ir. Foi um prazer vê-la de novo. – o misterioso homem sorri sarcasticamente mais uma vez.


Ele se desloca até o carro. Antes de entrar, fala para Bernd:


- Que você tenha com ela uma sorte melhor do que a que eu tive. Vai precisar mesmo de muita sorte.


O homem misterioso entra no carro e acelera, indo embora de forma rápida.


- Quem é esse homem? – questiona Dopp.


- Em casa a gente conversa. – diz Enya friamente, ainda abalada e furiosa pelo o que aconteceu.


Dopp decide não pressioná-la. O tal homem parece ter feito um estrago na vida da irlandesa.


Os dois desistem do almoço e vão diretamente para o Manderley. Eles não trocam palavras durante o trajeto. Eithne está imersa em pensamentos:


- Você vive o presente, planeja o futuro... Mas às vezes, o passado vem para te assombrar.


O casal chega até o castelo. Eles entram silenciosamente no local, e Enya se joga no sofá, muito abalada por tudo o que houve.


Bernd fecha a porta e caminha lentamente até a esposa, se sentando ao seu lado. A cantora respira fundo e diz:


- Lembra daquele meu ex-namorado com quem eu havia terminado pouco antes de conhecer você?


- Sim. Eu me lembro. Espere! Não me diga que...


- Sim. É aquele homem que bateu em nosso carro. – fala Enya, cabisbaixa.


O alemão suspira para controlar a tensão. Se pudesse, teria batido no tal homem. Se bem que, se Enya continuasse com ele, hoje o casal não estaria junto.


- Quer falar sobre ele?


Brennan levanta a cabeça e diz:


- Você tem o direito de saber.


- Não quero pressioná-la a falar, meu amor. – Bernd enxuga algumas lágrimas que escorrem dos olhos de sua amada.


- Você não está me pressionando. Eu... Eu quero falar. Afinal, você deve saber. – diz a cantora, determinada - Vou contar a confusão do começo.


Ela olha o marido e segura suas mãos. Assim, começa a falar:


- O nome dele é Tom. Tom Esposito. Ficamos juntos por cerca de oito anos.


- Nossa, foi... Mesmo muito tempo.


- Sim, muito tempo. Mas foi um namoro de idas e vindas. Terminávamos, voltávamos, terminávamos, voltávamos... Era um ciclo vicioso. – Flashbacks passam pela sua mente – Nos conhecemos nos anos oitenta. Ele era músico. Não sei se continua por esse caminho, mas acredito que não. Tinha toda uma imponência, que ainda mantém. Ele continua com o jeito meio... Rude dele. Só que agora está bem mais sofisticado. Não parece ser o homem que vimos agora há pouco.


Brennan e Esposito tinham amigos em comum. Durante uma festa de um deles, na qual Tom fez um número musical, foram apresentados um ao outro.


- Tom Esposito. Prazer em conhecê-la. – disse o espanhol.


- Enya Brennan. Igualmente. – respondeu a irlandesa, depois de um aperto de mãos.


O homem não parou de olhá-la por um instante, e a deixou muito, muito desconcertada.


- Ele tinha uma postura muito... Impactante. Mas não da forma que você tem,Bernd. Parecia muito bruto. Causava medo, pelo menos numa primeira impressão. Quase sempre com feições fechadas. Tinha um olhar muito, muito intenso. E ele não me atraiu de primeira, ao contrário de você. Apesar dele ter me agarrado naquela festa... – relembra a irlandesa, com uma expressão de desgosto.


- Ele fez o quê??


- Isso mesmo. Me beijou à força naquela festa.


Eithne estava procurando um de seus amigos na tal festa quando, de repente, foi puxada por Tom pelo braço. Ele lhe tascou um beijo, sem qualquer cerimônia.


Com enorme dificuldade, ela conseguiu se soltar dele:


- Ficou louco?


- Se eu fiquei louco? Sim, eu fiquei. Louco por você! – ele tentou beijá-la novamente, mas ela virou o rosto.


- Me solte! Agora! – esbravejou a cantora.


Ele demorou um pouco, mas finalmente a soltou.


- Por que fez isso?


- Sou objetivo com o que eu quero. Eu queria te beijar, então foi o que eu fiz.


- Você precisa de um psiquiatra!


- Não! Eu preciso de você.


- Vai se tratar! Não se agarra uma mulher dessa forma!


Ele chega mais perto dela:


- Talvez eu tenha sido precipitado. Talvez. Mas não pense que me arrependo. Grave isto! Não desisto facilmente.


Ele foi embora rapidamente, mas a lembrança desse fato a marcou durante muito tempo.


- Mas então, como vocês dois começaram a namorar?


- Há aquele ditado que diz que água mole em pedra dura tanto bate até que fura. Foi mais ou menos assim. A insistência dele foi tanta que, aos poucos, comecei a me interessar nele. Mas decidi aceitar seu pedido de namoro depois de uma ida à Madrid. Ele tinha me convidado para ver uma de suas apresentações, em uma pequena casa de shows. Depois de muita, mas muita insistência, eu fui. Tomei cuidado para não me reconhecerem e fiquei em um canto discreto, porém com boa visão do palco. Ele estava com uma banda de música tradicional espanhola. Se não me engano, ele foi um dos fundadores da tal banda. Não me recordo o nome dela agora. O show começou pouco depois. Ele tocava violão espanhol e também cantava.


Num momento do show, fizeram um cover de Don’t Let Me Be Misunderstood. Um cover excelente. E no meio da música...


 


Baby, do you understand me now?


Sometimes I feel a little mad


But, don`t you know that no one alive can always be an angel


When things go wrong I seem to be bad


 


`Cause I`m just a soul whose intentions are good


Oh, Lord, please don`t let me be misunderstood


 


Enquanto Tom cantou a música, ele olhou profundamente nos olhos de Eithne, que tentou desviar o olhar, mas de nada adiantou. Principalmente depois de ouvi-lo dizer:


- Dedico essa música que estou cantando a alguém muito especial, que chamarei apenas de... Dama Invisível.


Enya não teve dúvidas de que Esposito se referiu a ela. O espanhol piscou um olho para a irlandesa, que ficou corada.


Enquanto cantou, jogou seu charme para o público, mas seu foco estava em apenas uma pessoa. Para disfarçar, olhou para algumas mulheres, o que fez Brennan sentir uma ponta de ciúmes.


- Ele continuou a cantar e depois me puxou para dançar. Para a minha sorte, por causa do jogo de luzes, não me reconheceram. Nem sei como consegui dançar com ele. Simplesmente me deixei levar pela música. Depois do fim do show, antes que eu fosse embora, ele me alcançou...


- Ei! Você não me disse o que achou do show, Dama de Prata.


- Eu... Gostei muito! Você e sua banda são muito bons!


- Obrigado. Mas... Digamos que... Não queria que você estivesse interessada na música. – disse, se aproximando de Enya lentamente.


- Err... Não?


- Não.


Ele a puxou pela cintura e a beijou, longe dos olhares de intrometidos. Dessa vez, apesar de ter sido pega de surpresa, não reclamou, e resolveu dar uma chance ao espanhol.


- Acabei cedendo. E com o tempo, fui me entregando. Acabei caindo em sua armadilha. Fui muito inocente. Ele me magoou muito. Se pudesse voltar atrás, mudaria tudo o que aconteceu... Mas não posso fazer isso. – diz a cantora, com os olhos baixos.


- E como vocês... Como vocês terminaram? Digo, como vocês terminaram de forma definitiva?


Ela levanta os olhos, brilhantes pela raiva.


- Um dia, tivemos uma briga muito feia, aqui, neste castelo. Ele vivia dizendo que eu não tinha tempo para ele. De fato, eu não tinha muito tempo mesmo, mas eu fazia o melhor que podia. Eu estava muito ocupada. Achei que ele me entenderia por ser músico, termos uma rotina parecida. Mas não, ele não me entendeu.


- Agora já chega! – gritou Tom. – Você prefere dar atenção à sua vida de frescuras do que a mim!


- Isso não é verdade! Trabalho demais para manter tudo o que conquistei.


- Aham, sei! Não pense que vai me fazer de idiota, porque não vai!


Ele caminhou em direção à porta e ela foi atrás:


- O que você está fazendo?


- Estou pondo um ponto final no nosso relacionamento. Acabou!


- Como é que é? – berrou Eithne – Você não pode fazer isso!


- Não só posso como já fiz! Adeus! – ele foi embora rapidamente.


Enya ficou ali, parada, sem saber o que fazer. A ficha foi caindo aos poucos e ela percebeu que aquele seria mesmo o fim.


- Com muito custo, não chorei. Uma mistura de sentimentos ruins, principalmente frustração...Me senti tão mal! Mas, dias depois, descobri algo que mudou tudo.


- O que você descobriu?


- Bom, eu, Nicky e Roma encontramos em Londres nossos amigos espanhóis. Eles não sabiam que eu estava envolvida com o Tom. Achavam que eu e ele éramos apenas bons amigos. Saímos para jantar e um deles acabou, sem querer, revelando algo que me destruiu...


- E então, como vai... Como vai Tom? Já... Já tem um bom tempo que não o vejo.


- Esposito? Ah, está muito bem! Se mudou para um outro bairro da capital com a esposa... – disse Juan, um amigo de longa data do trio.


- Esposa?


- Ah, ele não te contou? Ele é casado há uns 12 anos! Bem, não oficialmente. São, digamos, juntados. Mas sabe como é: juntado com fé, casado é.


Roma e Nicholas arregalaram os olhos, mas disfarçaram rapidamente. Eithne fica em choque, mas também disfarça.


- Não, ele não me contou.


- Ele não gosta muito de falar sobre seus relacionamentos. É um cara muito reservado. Tem aquele jeitão meio bruto dele, mas tem um bom coração.


Dopp fica boquiaberto. Brennan nunca tinha falado abertamente sobre o assunto. Ele sabia da existência de Esposito, e que ele a tinha feito mal, mas não sabia de fato o que havia acontecido. Nunca sua esposa fez um desabafo dessa forma. Ela continua a falar:


- Aquilo destruiu completamente meu coração. Fui feita de boba durante todos aqueles anos. Eu e a pobre esposa dele, que, aliás, nem faço ideia se ainda estão juntos ou não, mas não importa mais. Depois de tudo, ele ainda teve a coragem de invadir o meu estúdio, tentando reatar comigo. Lembro desse dia como se fosse ontem...


- Eithne! Eithne! – disse Tom, praticamente arrombando a porta do estúdio.


- O que você está fazendo?


- Precisamos conversar. – disse, fechando a porta.


- Não precisamos! Eu NÃO vou conversar com você!


- Eu quero voltar com você!


- Você o quê? Não acredito que você teve a audácia de vir aqui! Eu descobri tudo! Suma daqui!


- Descobriu o quê? Do que está falando?


- Você era casado esse tempo todo!


Ele arregalou os olhos.


- Quem... Quem te falou isso?


- Não interessa! Não sou idiota. Desapareça daqui!


- Quem foi que te disse essa mentira?


- Saia! Agora!


Tom agarrou o braço dela com força:


- Escute aqui! Pode me dizer quem foi o desgraçado que te falou isso!


- Não vou dizer nada! E solte-me!


- Não vou soltar! – disse, e agarrou o outro braço dela, também com força. – Eu não vou sair enquanto você não voltar comigo.


- Então vai morrer esperando! Porque eu NUNCA MAIS vou ficar com você! – grita a irlandesa.


Nicky, que tinha saído para pegar um cabo eletrônico, voltou e deu de cara com a cena. Esposito se assustou com a porta se abrindo e soltou Eithne, que sem cerimônia, aproveitou e lhe deu um tapa no rosto com toda a força.


Tom ficou atordoado, pois não esperava de forma alguma essa atitude da irlandesa.


- Vai embora! Não apareça mais na minha frente!


Mudo, ele acabou indo embora. Nicky fechou a porta depois da saída de Esposito. Irada, ela pegou um pequeno enfeite de cerâmica e jogou contra a porta, quase acertando Nicholas.


- Ei, ei! Eu não sou ele, não! – resmungou o produtor, depois de desviar do objeto - O que esse cara queria com você?


- Teve a audácia de pedir para reatar comigo! Depois de tudo o que aconteceu!


Roma ouviu os gritos e foi correndo até o estúdio. Eithne contou o que houve e começou a chorar de raiva, sendo amparada pelo casal Ryan.


O alemão não sabe o que dizer. Sua esposa continua a falar:


- Quando eu te conheci, Bernd, estava no esquema de idas e vindas com Tom. Tinha dito que queria ficar sozinha por um bom tempo, e que não pensava em arrumar outra pessoa tão cedo. Acho que você ficou sabendo, não é? – Dopp acenou a cabeça positivamente. – Bem, não foi o que aconteceu. Voltei com aquele infeliz e ficamos nesse jogo de gato e rato por muito tempo. Nem sequer falei com Rob sobre o assunto, que ficou muito surpreso depois que o Nicky acabou entregando meu relacionamento com Tom uma vez, não muito tempo antes do término definitivo. Não tive como negar. Eu... Eu queria me distanciar dele, esquecê-lo, mas era praticamente impossível. Parecia que estávamos presos um ao outro. Não tinha coragem de deixar que isso acabasse até a revelação feita pelo meu amigo. Era como se eu gostasse disso. De sofrer, de ser feita de boba.


Bernd a abraça com cuidado e Eithne deixa as lágrimas escorrerem. Lágrimas de raiva e frustração. Ela detesta chorar, mas não pode evitar.


- Minha linda, não fique assim. Eu sei que ele te fez sofrer, mas eu estou aqui para fazer você superar tudo isso. Se ele partiu seu coração, estou aqui para consertá-lo. Assim como você me curou, eu farei o mesmo por você.


Ela o abraça mais forte e apoia sua cabeça sobre os ombros de Dopp, que lhe faz uma promessa:


 – Não importa se esse cara está aqui em Dublin, em Madrid, ou até na Lua. Esse infeliz não vai estragar sua vida novamente. Não permitirei que aconteça. Tenha certeza disso, meu amor. – e a beija suavemente.


Estar nos braços de Bernd é estar em um lugar seguro. Mas o encontro ficará na memória de Eithne por um bom tempo:


- O inferno tem nome e sobrenome... E ele reapareceu na minha frente.



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Autor(a): bruninharz10

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 4



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  • maiitita_ Postado em 28/12/2016 - 17:00:52

    Ja gostei, vou Ler e ja comentooo!

    • bruninharz10 Postado em 02/02/2017 - 23:35:47

      Ei! Muito obrigada! Espero que goste mesmo! Tem na descrição da fic os links para as temporadas anteriores :)

  • bruninharz10 Postado em 29/01/2015 - 00:07:20

    Ei! Obrigada por ler! :D

  • lu_morena Postado em 28/01/2015 - 20:43:59

    Nossa e muito boa essa sua fic continua.


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