Fanfics Brasil - Virgem por acaso: capitulo 14 Virgem por acaso [Terminada]

Fanfic: Virgem por acaso [Terminada]


Capítulo: Virgem por acaso: capitulo 14

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Mas nada de tecidos e roupas espalhafatosas hoje à noite. Ela estava exausta com a correnteza inabalável de desaprovação de Fiona. Annie atirou silenciosamente batons e Altoids dentro da sua bolsa de palha. Começou a desligar seu iMac. Na mesa, num bloco de Stickies, estava sua outra lista, pessoal, de afazeres. No topo, em vermelho, em letras maiúsculas: V DIA, 23 de JULHO. Estava tão cansada e abatida para dar um telefonema?


Seria algo emblemático de sua lamentável situação sexual o fato de que ela estivesse sempre tão cansada e abatida no final do dia de trabalho? Não hoje, prometeu a si mesma. Com vigor renovado (alcançado por obrigação, mas era o melhor que podia fazer), Annie procurou o telefone. Ela discou um número antigo em sua memória.


Ring, ring ring. Quase desligou, mas ele respondeu com um alô fraco.


— Rodrigo? — disse ela.


— Annie? — perguntou ele, surpreso.


 — Estava dormindo? — Eram apenas umas oito horas.


— Que estranho. Eu estava sonhando exatamente com você.


Eles tinham sido felizes no início, sem muito questionamento, de uma maneira confortável. O som familiar da voz de Rodrigo fez seu coração se apertar. Ela disse:


— Estou com saudade.


Nesse momento sentiu um aperto sincero pelo que tinham vivido quando estavam juntos. Nunca fora amor verdadeiro, mas houvera ternura. Ela queria sentar-se no colo dele, deitar os cabelos em seu ombro e chorar com grandes soluços.


— Você está legal? — perguntou Rodrigo.


Ela lembrou disso a respeito dele: era um cara sensível. A conhecia bem. Podia intuir exatamente o que ela estava sentindo.


Só para ter certeza, Annie respirou fundo e disse:


— Rodrigo, estou com tesão.


O telefone ficou mudo por um instante. Depois ele disse:


— É melhor você vir pra cá.


Annie ficou de pé do lado de fora do apartamento de Rodrigo, na rua 72 Oeste, até o pescoço de nostalgia. Essa esquina, esse prédio. Eles nunca tinham morado juntos, mas ela passara várias noites por semana na casa dele durante três anos seguidos. As lembranças inundaram os seus sentidos: o cheiro do restaurante Papaya King do outro lado da rua; a visão do nome dele no botão da campainha; as paredes frias de mármore no saguão; o som das batidas dos seus saltos enquanto ela andava na direção dos elevadores; o gosto de batom enquanto ela o reaplicava do lado de fora do apartamento. Era como se o ano não tivesse passado sem ele. Como se ela estivesse chegando, irritada e cansada depois do trabalho, como tinha feito centenas de vezes. Antes que tivesse a chance de bater, a porta se abriu. Rodrigo agarrou Annie pelo pulso e enlaçou-a em seus braços. Seu abraço era como completar um ciclo. Ela mergulhou em seu peito musculoso, cheirando a camisa dele.


— Você está cheiroso — disse ela.


— Gosta? — perguntou Rodrigo. — É Eau d`Clorox.


Ela afastou-se e fez uma avaliação do seu ex. Ele tinha engordado uns quilinhos. E precisava desesperadamente se barbear. Seus cabelos estavam longos demais e sua camisa tinha manchas de café.


— Você parece bem — disse ela. — Bem demais para comer.


— Quer jantar? — perguntou ele, fazendo um gesto na direção da pequena cozinha ao lado da sala. — Posso fazer uns ovos mexidos. Umas torradas, do jeito que você gosta. — As tentativas de cozinhar de Rodrigo nunca tinham passado do café da manhã.


Annie sacudiu a cabeça.


— Eu disse que estava com tesão, não com fome.


— Calma, garota — disse ele, dando aquele sorriso torto pelo qual ela tinha ficado caída na noite em que se conheceram, num bar a algumas quadras dali, num fim de noite, quando ela estava mais perto de cair de bêbada do que já estivera (nunca mais, ela prometera a si mesma depois daquela ressaca, iria subestimar o poder de um Kir Royale). Pela manhã, ela mal conseguia lembrar-se do que tinha acontecido e não fazia idéia de como tinha acordado num quarto estranho.


Para seu grande alívio, ela olhou sob os lençóis e se descobriu vestida. Estava usando uma complicada camisa-envelope da Banana Republic. Não acreditava que um homem hetero — certamente não o mauricinho totalmente americano que segurava duas xícaras de café preto e sorria docemente no pé da cama — pudesse descobrir como tirar aquela camisa e colocá-la novamente com os cordões formando um perfeito laço em seu quadril. Ela aceitou o café. Ele desceu com mais facilidade do que a descrição mortificante de Rodrigo sobre o seu comportamento na noite anterior. Agradecida por sua proteção generosa e pura, Annie pediu a Rodrigo que viesse para a cama com ela. Eles dormiram durante muitas horas. Quando acordaram, tomaram banho juntos e fizeram planos para o seu primeiro encontro de verdade.


— Se lembra da noite em que nos conhecemos? — perguntou ela agora, quatro anos depois. Rodrigo assentiu com a cabeça e depois espirrou forte. Tirou um lenço usado do bolso e assuou com força.


— Resfriado de verão — disse. — Já está no fim. Agora não é mais contagioso.


Annie tinha a mania de evitar pessoas doentes. Quando ficava resfriada, ela se tornava uma confusão de assoadas: seu nariz dobrava de tamanho com a inflamação, seus olhos lacrimejavam, seus cabelos ficavam lisos e gordurosos por conta da negligência.


Ela tinha de tomar uma overdose de equinácea e vitamina C, mas os germes se agarravam à vida fácil dentro das membranas do organismo de Annie, fazendo com que qualquer doença, pequena ou grande, durasse muito. O gosto de muco de um resfriado ficava fresco em suas cavidades nasais durante semanas. Ela odiava ficar doente. Enquanto observava Rodrigo assoar o nariz com um lenço, deixando resíduos visíveis do espirro, Annie soube com certeza absoluta que ele deixaria milhões de germes indetectáveis pelo caminho. E se ela fosse beijar aquela boca, eles andariam por sua língua e entrariam dentro dela, simplesmente muito felizes para se instalarem lá, construírem uma colônia e multiplicarem-se até que estivessem controlando todas as células de mucosas em sua cabeça e seu peito. Mas, naquele dia de julho, Annie estava querendo arriscar a pele delicada e fina de suas narinas, o brilho de seus cabelos e a liberdade de movimentos sem um Kleenex grudado ao rosto. Ela faria aquele sacrifício.


— Não faço sexo desde a última vez que nos vimos — confessou.


Rodrigo levantou uma sobrancelha.


— Estou surpreso — disse.


— Já faz quase um ano — disse ela, pronta para dar uma explicação. Afinal, era falta de educação aparecer na porta de um ex-namorado esperando fazer sexo sem primeiro explicar o porquê.


Ela sentou-se no meio do sofá da sala (na verdade, um local arranhado onde se sentavam três — Rodrigo deixava o seu gato fazer qualquer coisa, o que era apenas mais uma razão para Annie não ter conseguido morar com ele). Rodrigo recostou-se e cruzou as pernas. Grandes pernas, vestidas com calças caqui e botas Timberland. Ela imaginou-as nuas, lembrando-se dos músculos se contraindo e relaxando enquanto ele andava de short pelo apartamento. Annie moveu-se na direção dele. Só um passo



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Autor(a): narynha

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 74



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  • rss Postado em 24/11/2009 - 16:17:22

    aaaaaamei o final da web
    ficou muito linda pena que só pude elr hoje.
    bjss
    posta ++++++++++++++++++++

  • rss Postado em 05/11/2009 - 17:10:41

    encontor aya, muito lindo, posta ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++

  • rss Postado em 03/11/2009 - 14:54:32

    aaaaaaaaaaaaaaaaaaaamei a web ta muito linda, essa fiona en?
    até garoto de programa pagou pra any se revirginar.

  • rss Postado em 02/11/2009 - 11:53:11

    coitada da any até com o cara ++++++ galinha o seu plano ñ dar certo. posta ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++ +++

  • rss Postado em 01/11/2009 - 23:52:49

    a any faz de tudo para não rerviginar e não consegue coitada.posta ++++++++++++++++++++++++++++
    anciosa para o encontro com o garoto vampiro.
    bjssssssssssssss

  • rss Postado em 01/11/2009 - 23:50:50

    a any faz de tudo para não rerviginar e não consegue coitada.posta ++++++++++++++++++++++++++++
    anciosa para o encontro com o garoto vampiro.
    bjssssssssssssss

  • rss Postado em 01/11/2009 - 23:47:54

    a any faz de tudo para não rerviginar e não consegue coitada.posta ++++++++++++++++++++++++++++
    anciosa para o encontro com o garoto vampiro.
    bjssssssssssssss

  • rss Postado em 01/11/2009 - 23:47:04

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    anciosa para o encontro com o garoto vampiro.
    bjssssssssssssss

  • rss Postado em 01/11/2009 - 23:46:47

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    anciosa para o encontro com o garoto vampiro.
    bjssssssssssssss

  • rss Postado em 01/11/2009 - 23:46:32

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    anciosa para o encontro com o garoto vampiro.
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