Fanfics Brasil - Virgem por acaso: capitulo 01 Virgem por acaso [Terminada]

Fanfic: Virgem por acaso [Terminada]


Capítulo: Virgem por acaso: capitulo 01

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Segunda-feira de manhã Anahí Giovanna Puente Portillo 27 anos, cabelos loiros e bochechas rosadas, a própria imagem da saúde, se não da felicidade, levantou o queixo pontudo do seu rosto em forma de coração e disse: — Suicídio no pão. Ela estava esperando na fila da deli havia mais de dez minutos e conseguira aplicar a maquiagem completa e ler até a página seis do New York Post antes de fazer seu pedido.


— Manteiga também? — perguntou o homem de avental atrás do balcão cromado. — Não, obrigada — disse ela, virando a página do jornal.


— Ah, vai — disse o homem da deli. — Dois ovos fritos com bacon e queijo no pão? Por que não acrescentar um pouco de manteiga para lubrificar a digestão? Annie freqüentava este buraco gorduroso, espremido entre duas torres prateadas de cinqüenta andares na Park Avenue, para tomar o café da manhã nos dias de semana, havia mais de um ano. Nunca sua conversa com o sujeito do grill fora além do padrão normal: o pedido feito com prazer, o grunhido dele de concordância, a apreciação quase inaudível dela, a garfada dele sobre a comida. Mobilizada por essa mudança na conversa habitual entre eles, Annie olhou para o homem que preparava sua refeição matinal. Ele podia ter 24, 25, e cabelos negros, fortes como arame. Grego? Italiano? Ascendência mediterrânea, mas sem sinal de qualquer sotaque. Seu rosto redondo descansava solidamente sobre um grosso pescoço de touro. Então ele sorriu para ela, um sorriso franco que se espalhava por seu rosto como a manteiga que ele estava passando. Chicletes nos dentes. Ele vibrava no limite nervoso de um animal humano enjaulado, forçado pela necessidade financeira a fritar ovos para estranhos sobre uma chapa quente em julho, em Nova York, buscando um pouco de ternura numa segunda-feira de manhã, uma conversinha amigável com uma garota bonita para dar brilho ao trabalho duro do dia. Ela sorriu de volta para ele.


 — É muita consideração da sua parte pensar na minha digestão, mas vou dispensar. Obrigada de novo.


Por trás de uma sobrancelha única, negra e espessa, o homem piscou para ela. Depois piscou com o outro olho. E depois disso encolheu os lábios e fez um ruído de "beijinhos". Anahí Portillo, cabelos loiros e subitamente vermelha nas bochechas, arfou. Alguém atrás dela riu. Ela apertou seu embrulho e o Post contra o peito e saiu o mais rapidamente possível em suas mules de saltos de pelúcia.


— E o pior de tudo: onde vou tomar meu café da manhã agora? — A salvo atrás de sua mesa de trabalho num andar próximo ao topo de uma daquelas torres prateadas da Park Avenue, Annie deitou o telefone no ombro, pegou raivosamente o maldito muffin ressecado que comprara da máquina da cafeteria do prédio e rolou a tela do computador com seus e-mails.


No telefone, a voz impaciente do seu melhor amigo, Christopher Uckermann, perguntou:


 — Você está fazendo outras coisas enquanto fala comigo? Estou ouvindo cliques. E mastigação.


— Já estou me virando.


Culpada, Annie virou a cadeira e a atenção para longe da tela do computador. Antiga produtora da NPR, ela atualmente trabalhava como vice-presidente de merchandising e marketing para a calcinhas.com, loja on-line de peças íntimas rendadas. Encarando a parede ao norte, alinhada com prateleiras cheias de coisas frágeis penduradas em cabides e rolos de cetim vermelho empilhados no carpete cinza, Annie disse:


— Me senti violentada.


— Os caras devem dar em cima de você o tempo todo — arriscou Christopher.


 — Eles não dão.


— Você está em baixa — disse ele. — Cada parte da sua linguagem corporal comunica: "Não olhe para mim. Não fale omigo. Fique a sessenta metros de distância." Mas suas roupas embaralham os sinais.


Ucker vivia em alta. Quando eles entravam juntos num lugar, qualquer lugar, todos os olhos se viravam para ele e ficavam lá. Não era apenas seu físico brilhante (cabelos castanhos dourados desarrumados, músculos rijos, lábios vermelhos e olhos lindos e inacreditáveis) que sugava a atenção.


Sua voz alta de barítono, e as palavras que ele escolhia com o mesmo grau de esforço que um peixe fazia para nadar não podiam ser ignoradas.


 — Os homens sabem que você é assexuada — disse ele. — Eles conseguem sentir o cheiro. O mais fraco sopro de indiferença ao pênis leva um homem a ignorar completamente, com desdém, a mulher mais maravilhosa do lugar.


— Se eu tivesse tanta indiferença ao pênis, o que, por sinal, daria um grande título para o seu próximo documentário, por que o homem da deli ia dar em cima de mim? — disse Annie.


— Duas explicações possíveis — disse Ucker. — O ol-fato dele, que é o meio pelo qual os homens podem medir a sexualidade de uma mulher, estava prejudicado pelo bacon. E, dois, ele sabe que você é solteira e queria mexer com você para se divertir. É uma viagem poderosa. Uma pequena forma de assédio sexual.


— Então estou certa em me sentir violentada—disse Annie. — Rejeito a hipótese de que o mundo inteiro pode sentir o cheiro da inatividade sexual. Além do mais, não sou uma solteira que fede a falta de uso. Só que tem sido uma longa época de seca. E pare de dizer as palavras, sexualidade ou sexual. Ainda não são nem nove da manhã. — Annie olhou para o relógio. — Tenho de ir. Reunião de emergência.


 — Avanços miraculosos subindo pelas coxas? — perguntou Ucker.


— Busca desesperada pelo próximo grande negócio. Vou promover a ressurreição do corselete de barbatanas — disse ela.


Ucker, que já fora candidato a doutor em estudos medievais (e atualmente era crítico de filmes para a noir.com e aspirante a diretor de documentários), perguntou:


— Está vendendo armaduras?


— Corselete — corrigiu Annie. — Corselete é um encaixe amassa-costelas de lycra que se adapta ao corpo de uma mulher, espremendo seus seios, barriga e quadris protuberantes num pacote compacto, rijo e atrevido. Pense em Elizabeth Taylor em Butterfield 8. Em aproximadamente noventa segundos, vou entrar numa reunião de oito horas para convencer minhas cheles de que esse traje cheio de magia e beleza seria mais atraente para as mulheres da América com botões de rosa de seda costurados no entresseio.


— Então serei breve — disse Ucker. — Só diga sim ou não. Você virá à projeção hoje à noite?


— Não.


— Vamos almoçar juntos na quinta?


— Duvidosa


— Isso é um não.


— É — disse ela.


— Você acha irônico que alguém que vende roupas de baixo finas para viver nunca tenha tido a ocasião de usá-las?


— Estou usando uma agora.


Na verdade, Annie envolvia seu próprio corpo esguio e sensual com uma saia de fino couro dourado na altura do joelho e de corte diagonal, uma camiseta baby rosa e, sob aquilo tudo, sutiã e calcinha de algodão branco esfarrapado e gasto. Ucker tinha um fetiche por lingerie. Ele afirmava que podia reconhecer uma assinatura La Perla num gancho de sustentação de sutiã sob um suéter de lã (ele achava que as propagandas da calcinhas.com eram de má qualidade). Ele também fazia mais sexo do que qualquer outra pessoa que Annie conhecia. Ucker tinha um batalhão de amantes, algumas desde a época da escola secundária. Parecia que depois de haver dormido com ele, uma mulher ficava compelida a retornar para obter mais, sempre que estava entre dois namorados ou maridos (ou entediada com o namorado ou o marido). Annie não tinha certeza se a alta taxa de fidelidade da clientela de Ucker se devia a sua maestria erótica ou a sua disponibilidade magistral. Ele nunca se envolvia por muito tempo. As mulheres pareciam girar em sua agenda por várias noites ou semanas, e depois saíam girando para fora, criando um vácuo que só podia ser preenchido por outra brincadeira de quinze dias.


Forças cósmicas em andamento, as mulheres ressurgiam apenas quando necessárias. Não havia lotação esgotada. Annie era a única amiga mulher com quem Ucker não tinha dormido. Eles tinham se conhecido na universidade havia mais de dez anos, quando ela andava ocupada dormindo com todos os amigos dele.


— Você talvez queira reconsiderar a projeção — disse Ucker. —Marcos vai estar lá.


— Marcos, o belo homem peludo? — perguntou ela.


O outro telefone de Annie tocou. Ela girou de volta para sua mesa a fim de olhar o identificador de chamadas. Era o ramal da sua chefe. A reunião devia estar começando.


Ucker riu.


— Ele é peludo? — perguntou Ucker, rindo.


Annie lembrou-se de Marcos no encontro para o almoço que Ucker tinha arranjado para eles alguns meses antes. Estava quente demais para a estação naquele dia de primavera e Marcos tinha enrolado as mangas da camisa até o cotovelo. Seus braços eram cobertos de pêlos castanhos escuros até as articulações dos dedos. Pesados como o solo da floresta, seus cabelos. Tufos brotavam do V do seu colarinho desabotoado. Enquanto eles tinham o que qualquer pessoa classificaria como conversa espirituosa (fluindo fácil, quebrada prazerosamente por risos, troca de percepções valiosas), Annie viajava da linha dos olhos castanhos de Marcos para sua boca de tigre e logo em seguida para suas mãos peludas. Ela imaginou aquelas mãos em torno da sua cintura, levantando-a do chão (as mules penduradas) e carre-gando-a para dentro da selva onde homens menos peludos com armas de fogo viriam resgatá-la.


 — Tenho de desligar — disse ela. — Se me atrasar, elas me chicoteiam com arames de sutiã.


— Não me importaria de assistir a isso — disse ele. — Tenho certeza que Marcos também não.


Annie sabia que Marcos gostava dela. Ele tinha pagado o almoço e ligado para ela algumas vezes durante aquela semana. Aparentemente, como tinha contado em detalhes no almoço, ele estava feliz com o término recente de um relacionamento intenso com uma bailarina francesa.


Ela o havia torturado (tanto no bom quanto no mau sentido) de todas as formas por muitos anos. Depois de uma última briga — "eu te odeio, eu te amo, eu te odeio" (que aparentemente incluiu arremesso de vinho tinto, tapas no rosto, beijos esfomeados de língua e depois soluços às três da madrugada) —, Marcos decidira dizer um adieu final. Annie passou maus momentos imaginando Marocs, um homem quieto e acanhado, lançando palavras raivosas e fatias voadoras de Brie numa mademoiselle de 45 quilos com um coque e um tutu. Por outro lado, quem sabia onde (ou por que) a paixão se escondia?


— Gostei do Marcos. E teria ligado para ele de volta — disse ela — se não estivesse tão atolada. O trabalho...


— Não culpe o trabalho pelo fato de você estar fedendo a falta de uso — disse Ucker. — Não é de espantar que uma piscada do cara da deli faça você entrar em pânico.


Atenção sexual indesejada/atenção sexual desejada estão além do seu alcance de referência.


— Você é um tarado — disse ela. — E o meu alcance só está um pouco enferrujado, é isso.


— Está mais do que enferrujada, Annie — disse ele. — Deve estar fechada de tanta ferrugem agora. Dois anos sem sexo? Como consegue? E deixe-me analisar isso, o cara da deli pode estar certo numa coisa. Eu compartilho a preocupação dele com a sua digestão.


 — NÃO foram dois anos — disse ela, na defensiva. — Rodrigo e eu terminamos há apenas seis meses. — Annie consultou o Palm III. — Posso lhe dizer a data exata. Aqui está o registro. "Jantar de término com Rodrigo." Vinte e três de julho. — Fez sexo com Rodrigo na noite em que terminou com ele? — perguntou Ucker. — Foi o último grito de vitória — disse ela.


— Então falta menos de uma semana para completar um ano — disse Ucker. Realmente fazia tanto tempo? Annie conferiu novamente a data. Ela não estava acreditando. Na universidade, estudara sexo como se fosse a mais moderna arte liberal. Aos vinte anos, um mês a seco tinha parecido insuportável.


E agora, aos vinte e poucos, ela tinha passado quase doze meses sem nem sentir falta daquilo. Como tinha mudado sem notar? A paixão tinha sido sua força vital — com a luxúria no coração não havia espaço o colesterol. Desinteresse por sexo era... o quê? Um sinal da Idade? Uma espiral suave e para baixo, para dentro da morte cheia de rugas?


Annie sentiu um calafrio, um aviso em seu sangue ralo e fraco (entupido de colesterol?). Ela tinha se colocado sem querer num patamar na direção da autodestruição: perda de interesse em sexo aos 27; morta — sem filhos e miserável — aos 37. Ucker estava certo. Por que diabos alguma mulher normal iria ficar tão intimidada por um cara paquerador de deli? Em algum lugar no ano passado, ela tinha se transformado. Antigamente ela era uma fêmea adulta normal. E tinha se tornado uma outra coisa. Mas o quê?


— Você é quase revirginizada — disse Ucker.


— O quê?


— Li sobre isso no swerve.com. Revirginizadas. Se você passa um ano sem sexo, é como se tivesse renovado o título perdido. — Swerve.com era o website de todas as coisas "intelectualmente eróticas".


— Isso é oficial? — perguntou Annie, horrorizada.


— Duvido que consiga um certificado pelo correio.


Annie gemeu.


— Minha virgindade já foi muito difícil de perder a primeira vez. — O aviso de mensagens em seu telefone piscou, a luz vermelha e raivosa. — Esta foi uma conversa profundamente preocupante.


— Vou dizer a Marcos que você não vai poder ir — disse Ucker.


— Não — disse Annie.


— Estarei lá. E não ouse dizer nada sobre isso para o Marcos. Diga a ele que fui muito tímida para retornar a ligação dele. Ou então diga que gostei tanto que me assustou. Não, não diga isso. Não diga nada. — Ela iria aparecer sem avisar, com os cabelos soltos, tocar seu ombro algumas vezes e convidá-lo para ir à sua casa depois da exibição. Ele aceitaria o convite, eles procederiam ao coito, e ela corrigiria seu equívoco sexual ainda esta noite.


Anahí Portillo não era virgem. E jamais seria novamente. Ela desligou, agarrou suas amostras de corseletes e correu na direção do escritório da sua chefe



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Autor(a): narynha

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 74



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  • rss Postado em 24/11/2009 - 16:17:22

    aaaaaamei o final da web
    ficou muito linda pena que só pude elr hoje.
    bjss
    posta ++++++++++++++++++++

  • rss Postado em 05/11/2009 - 17:10:41

    encontor aya, muito lindo, posta ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++

  • rss Postado em 03/11/2009 - 14:54:32

    aaaaaaaaaaaaaaaaaaaamei a web ta muito linda, essa fiona en?
    até garoto de programa pagou pra any se revirginar.

  • rss Postado em 02/11/2009 - 11:53:11

    coitada da any até com o cara ++++++ galinha o seu plano ñ dar certo. posta ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++ +++

  • rss Postado em 01/11/2009 - 23:52:49

    a any faz de tudo para não rerviginar e não consegue coitada.posta ++++++++++++++++++++++++++++
    anciosa para o encontro com o garoto vampiro.
    bjssssssssssssss

  • rss Postado em 01/11/2009 - 23:50:50

    a any faz de tudo para não rerviginar e não consegue coitada.posta ++++++++++++++++++++++++++++
    anciosa para o encontro com o garoto vampiro.
    bjssssssssssssss

  • rss Postado em 01/11/2009 - 23:47:54

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    anciosa para o encontro com o garoto vampiro.
    bjssssssssssssss

  • rss Postado em 01/11/2009 - 23:47:04

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  • rss Postado em 01/11/2009 - 23:46:47

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  • rss Postado em 01/11/2009 - 23:46:32

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    anciosa para o encontro com o garoto vampiro.
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