Fanfic: Virgem por acaso [Terminada]

Christian, sentindo a aquiescência de todas as mulheres na mesa, colocou as mãos atrás da cabeça, arejando seus peitorais como um condor, e disse:

— Obrigado pela declaração de amor, Fiona. Mas nós ainda não estamos fechados. Algumas coisas antes de assinarmos. As modelos devem usar a propaganda de maneira indecente. Isso é um problema?

Fiona sacudiu a cabeça.

— E eu quero aprovar pessoalmente qualquer oferta de ações, escolhas, transferências e empréstimos feita por essa empresa para sempre.

Janice e Fiona olharam uma para a outra franzindo a testa. Isso era novidade. Podia significar que Christian planejava desmantelar as escaladas de ações? Isso era uma transação de venda? Não podia ser. Cada uma de As Mulheres assentiu, olhando diretamente no rosto uma da outra, sem entregar nenhum dos seus sentimentos (mas possivelmente entregando muitas ações).

— Mais uma coisa — disse Christian. — Isso não vai acontecer, especialmente não o empréstimo, a menos que Anahí Portillo jante comigo hoje à noite.

Annie, o rosto em chamas, engasgou. Fiona disse:

— Isso iria cair no estatuto quid pro quo da lei de assédio sexual, Christian.

— Acho que você poderia convencer um juiz a ver as coisas dessa maneira — concordou ele. — Muito bem, então — disse Fiona. — Annie, você vai jantar com Chriistian. E faça o que ele quiser, ou está despedida.

Christian sugeriu o Aromantique, um restaurante francês bonitinho a alguns quarteirões de distância. Annie concordou e voltou ao trabalho por algumas horas enquanto Christian e Fiona brindavam um ao outro no escritório dela. Por volta das seis, Annie e Christian andaram até o restaurante. Ele não parecia bêbado, apesar do champanhe da tarde. Na verdade, parecia totalmente lúcido. O maitre d` saudou-os na porta do restaurante com beijos e dirigiu-os a uma mesa formalmente posta — garrafa de vinho, um glorioso buquê de flores Casablanca, uma cesta de pão quente.

— Isso é adorável — disse Annie, colocando o guardanapo no colo.

Do outro lado da mesa, Christian pareceu satisfeito e subjugado. Talvez ela estivesse errada sobre ele. Especialmente agora que estava inclinada a dar a qualquer potencial des-revirginizador o benefício da dúvida, ela o deu a Chrisrtian. Toda aquela coisa de empresário pornô, decidiu, era apenas um personagem dos negócios. A fanfarronice sobre a época de Harvard, aquilo estava vindo de um lugar profundamente inseguro. Sua brutal subida ao topo da profissão o tinha tornado um homem solitário e triste, desesperadamente necessitado de ligações humanas e, simplesmente, de um rosto amigável do outro lado da mesa com uma conversa boa. E o esforço que ele tinha feito esta noite, a mesa, as flores, o "tudo foi arranjado" do maitre d` — Annie estava se sentindo mimada.

Não tinha certeza sobre os planos dele para a calcinhas.com, mas, de onde estava, a luz de velas brincando no nariz e no queixo fino de Christian, Annie estava pronta para ser levada. Por uma noite. Ela não podia se ver num relacionamento longo com um mestre da pornografia. Não podia se ver de manhã com ele (devia ir para a casa dele, para poder escapulir depois que ele dormisse, pensou). Ela foi direta, dizendo:

— Antes de começarmos, você deveria saber a verdade. Estou numa situação difícil. Em quatro dias... Ele a interrompeu.

— Não seria outra coisa? — perguntou ele. — Você precisa de uma situação difícil. Fiona me disse que você está louca por um tubo de carne. E estou disponível. Talvez.

— Fiona disse...? — perguntou Annie.

— Ela lê os seus e-mails — explicou ele.

Annie e Ucker andaram se correspondendo copiosamente sobre os seus esforços.

— Tenho certeza que Fiona se divertiu muito — disse Annie.

Aquela piranha! Pelo menos Annie não teria de falar sobre sua situação desagradável para Christian. Ele já sabia. E ia ajudar. Mas o que ele tinha acabado de dizer?

— eu ouvi "talvez"?

— Comece com desculpas — disse ele. — Da última vez que saímos, você fez uma coisa totalmente depreciativa, levantou-se e me deixou sozinho no Café Dante com um expresso duplo pela metade. Isso são apenas 150 ml de líquido. Não toma muito do seu tempo ficar sentada com um homem e esperar que ele tenha terminado um drinque de 150 ml. Você foi grossa, Annie. Fiquei envergonhado. O cara do bar me deu um outro duplo por conta da casa porque teve piedade de mim. Você feriu meus sentimentos. E eu realmente gosto de você. Você é esperta; tem peitos maravilhosos. Se quiser um pedaço de mim, tem de pedir desculpas pelo jeito como me tratou.

— Desculpe, Christian — disse ela. — Eu não sabia que você... eu não sabia que você tinha sentimentos a serem feridos.

Ele pareceu satisfeito e disse:

— O alívio está tomando conta de mim.

— Fico muito satisfeita.

— Podemos começar de novo agora.

 — E por que não?

 — Vamos brindar.

Eles brindaram e beberam. Annie bebeu agradavelmente. Christian engoliu o copo inteiro de Flavelwood Merlot, aparentemente sem provar nem um gole. No mínimo aquilo custava 40 dólares a garrafa. Não ia querer gastar menos em vinho sem prová-lo.

 — Você deve estar com sede — disse ela.

— Certo, de volta aos negócios — disse ele, colocando o copo na mesa. O sommelier correu para encher novamente seu copo e saiu. — Estive pensando em encontrar você assim durante meses. Eu queria que o cenário, o vinho, a comida, tudo fosse perfeito. Tenho uma visão muito clara desta noite e quero me prender ao roteiro o máximo possível. Ela assentiu com apreensão.

— Por que você não me diz como gostaria que fosse a noite e nós vemos se conseguimos nos aproximar dela? — Annie estava um pouco incomodada.

Ele sorriu espertamente.

— Não, você não me entendeu. Pratiquei essa noite em minha cabeça centenas de vezes. Quero que ela seja exatamente como imaginei. Estamos chegando à página dois.