Fanfic: Virgem por acaso [Terminada]

E teve. Um instrumento de madeira pressionou sua língua e os olhos de Annie se abriram espantados. Kuno estava olhando dentro de sua boca. Ele removeu o pau e conferiu os ouvidos dela. Tirou seu pulso e a fez tossir. Finalmente, bateu em seus joelhos com um martelo de borracha. Seus reflexos estavam ótimos. Seus instintos é que estavam meio devagar.

 — Você está experimentando distúrbios de estresse pós-traumático — disse ele. — O que aconteceu com o seu amigo foi tão perturbador que você está tendo manifestações físicas de medo pela saúde dele.

— Isso não explica as secreções vaginais — disse ela.

— Pelo que presumi da cena, você estava sozinha com o sr. Uckermann num closet, imediatamente antes do ataque dele, correto? Seus cabelos estavam desarrumados, e o seu vestido, desabotoado. Você bebeu alguma coisa alcoólica também.

— E, mas...

— Sua saúde é perfeita, srta. Portillo Só precisa relaxar uns minutos — disse ele. — Pode ficar aqui, se quiser.

— Preciso de mais do que descansar — disse ela.

Ele assentiu.

— Posso lhe receitar Tylenol.

— Eu preferiria um abraço — tentou.

Não que ele tenha pulado com aquela abertura, mas ele realmente veio até ela e deu-lhe um aperto. Ela apertou de volta. Ele deu um tapinha nas costas dela. Ela agarrou a bunda dele e começou a sugar seu pescoço. Se antes estava pingando secreções, agora era uma cachoeira. — Srta. Portillo — disse Kuno.

— Por favor.

— Oh, sim, implore — disse ela, descolando-se momentaneamente.

— Isso não pode acontecer — disse ele.

— Eu não vou contar a ninguém — disse ela, respirando forte. — Sou muito discreta.

— Srta. Portillo — disse ele, tirando os dedos dela do meio de suas calças. — Eu sou gay.

Ela pulou para trás e examinou o rosto dele, procurando um sinal de mentira.

— Mas você não é enfermeiro — disse ela. — Você é médico.

— Médicos também podem ser gays.

— Não cirurgiões cardíacos — protestou Annie.

— Até cirurgiões do coração. Até cirurgiões ortopédicos — disse ele, sabendo do que estava falando. — Conheci esse cara na faculdade de medicina, ele se oferecia para todas as coisas horríveis, tipo quebrar pernas novamente e martelar pregos em ossos do quadril. Ele tinha dois grandes amores. Serras cirúrgicas manuais com toque rígido e, realmente, enfermeiros.

— Estou enjoada — disse ela.

— Está com náuseas? — perguntou ele, formalmente, profissionalmente.

— Se pelo menos eu pudesse vomitar meu orgulho — disse ela, e saiu de mau humor para fora do quarto, lançando a Kuno um último olhar voluptuoso.

Ele era tão bonito (da maneira mais feia possível) para ser gay. Ela achava que, se os médicos pudessem ser gays, também o podiam homens feios. Até médicos feios. E agora ela jamais poderia se sentir mal, nem mesmo se arranhar no escritório até que ele fosse embora em setembro. Ela teria de tomar cuidado.