Fanfic: Virgem por acaso [Terminada]

Não muito pronta para aceitar um fora, Annie pediu outro Cosmo. Ela pensou melhor sobre o segundo drinque, entretanto. Poderia parecer para o Homem Montanha que ela estava ficando por ali por causa dele. Se pelo menos ESTOURO aparecesse. Ele a salvaria da agonia de ser abordada num bar por um estranho nada atraente e depois sofrer ondas de simpatia por ele. Tirando-a dos seus pensamentos, uma voz, profunda e sexy, perguntou ao lado dela:

— É você, Fofa?

Annie virou-se para encarar Jabba the Hut, só que ele parecia bem maior de perto.

— Estouro? — perguntou.

— Por favor, me chame de Jasper.

— Sou Anahí — disse ela.

Eles apertaram as mãos.

— Você parece surpresa — disse ele num eufemismo.

— Estou — disse ela. Achei que você teria um tamanho humano — ela não disse.

— Eu não tinha certeza se era você. Talvez você não me reconheça. A foto da match.com é muito velha — explicou.

— Velha quanto?

— Sete anos.

E naqueles sete anos Jasper tinha consumido a carne de um elefante inteiro.

— É uma foto muito boa — disse ela. — Quer dizer, na verdade, você realmente se parece com sua foto. Ainda tem todo o cabelo. Muitos quarentões estão escasseando agora. — Nada estava escasseando nele. Ele realmente tinha cabelos bonitos, castanhos e grossos.

— Na verdade, tenho quarenta e oito. Mas as pessoas me dizem que pareço ter trinta e cinco.

Difícil dizer. Os enormes de gordos raramente são enrugados, pensou Annie.

— Eu subitamente estou com uma enorme dor de cabeça — tentou ela

— Posso me sentar? — Jasper apertou-se em seu banco.

Ela sentiu-se pequena e vulnerável perto de pessoa tão massiva. Ele cheirava a talco e menta. Além dos cabelos brilhantes, também tinha dentes perfeitamente brancos. Annie respirou. Certo, ele era gordo. Mas não era suado. Sim, ele tinha mentido sobre sua idade e tipo físico. Mas parecia legal. Seria esta a hora de Annie alargar (isso mesmo) sua abrangência do que considerava atraente? Ela jamais tinha ficado com um homem pesadão.

Pelo que sabia, ele podia ser excitante e potente na cama (contanto que suas toneladas não a quebrassem). Ela resolveu dar a ele uma chance e não descartá-lo apenas por seu tamanho. Como se ela tivesse um corpo perfeito! Como se ela não pudesse melhorar perdendo alguns quilos! Não era uma obcecada pelo visual e gordurofóbica como sua mãe. Ela o julgaria por sua personalidade e realizações. E não custava lembrar, ele era rico (ela não seria a primeira mulher a deixar passar uma barriga gorda por conta de uma carteira grossa).

— Me perdoe se parecer grosseiro — disse ele —, mas você realmente não pode ter 23.

As pessoas sempre diziam a ela que parecia ter 24.

 — Tenho 27.

— Então você mentiu também. — Ele sorriu, cúmplice, como se o seu pequeno corte de anos fosse de alguma maneira igual à caracterização errada dele. Ele estava procurando algo em comum, disse ela a si mesma. Aquilo era justo. — Então me diga, Stacy — disse ele —, o que gosta de fazer para se divertir?

A pergunta por si mesma era desconcertante. Ela não se divertia; trabalhava. O que era diversão, de qualquer forma? Mexe-mexe? Anagramas? Respondeu:

— Não tenho certeza.

— Não tem certeza do que faz para se divertir?

— Tenho um emprego que me exige muito.

Ele colocou uma mão rechonchuda em seu joelho e um braço mole em torno do ombro dela.

 — Você precisa de alguém para ajudá-la a se libertar, Anahí. Precisa de mais tempo para você. Deixe-me ajudá-la a trazer a diversão de volta para sua vida. Gosta de comida tailandesa?

Aquele era um restaurante francês.

— Tailandesa? Claro.

— Deixe-me levá-la para comer comida tailandesa, e depois vamos jogar boliche.

A idéia de Jasper jogando boliche... não, era muito doloroso de imaginar.

— Boliche certamente parece divertido — disse ela. — Posso pensar a respeito?

— O que há para pensar? Você é uma moça bonita e especial, e precisa relaxar. Posso sentir a tensão em seus ombros.

Jasper começou a esfregar seu trapézio tenso. Isso era contato demais para os primeiros cinco minutos.

Ela precisaria de pelo menos uma hora e três outros drinques antes de querer que esse homem a tocasse.

— Você gosta de tequila? Vamos tomar uns tiros — disse ele.

— Não tenho certeza se este é o lugar para tiros.

Jasper fez um sinal para o garçom e pediu a tequila. Ele deu a ela um copo e implorou que bebesse. Ela bebeu. Quando colocou o copo de volta na mesa e se virou na direção de Jasper para dizer obrigada, ele a beijou. Traiçoeiramente, nos lábios. Com os lábios dele. E então, que Deus a ajudasse, com a língua.