Fanfic: Virgem por acaso [Terminada]
Clicou em ENVIAR. Com seu e-mail cruzando o ciberespaço, Annie sentiu-se mais leve mas não completamente aliviada. Algumas coisas no artigo a tinham golpeado direto na testa, em particular a noção de que o isolamento leva à ruminação dos mesmos velhos pensamentos que se agitam no cérebro da pessoa, girando rapidamente em círculos, chegando rapidamente a lugar nenhum. Uma roda de hamsters intelectual. Annie imaginou-se nela, suada e frustrada. Talvez Gigi estivesse certa: o jeito de sair da roda de hamsters era arrancar as defesas da pessoa. Parecia complicado, mas só havia um meio de descobrir.
Agora inspirada para ver Marcos, Annie correu para passar um batom e sair. Mas uma voz soou do lado de fora da porta da baia de Annie:
— Eu sei o que você está pensando.
Sem precisar olhar, Annie disse:
— Que você é uma sádica em miniatura?
Janice Strumph, a outra das duas chefes de Annie, era pequena demais. Aos quarenta e tantos, tinha ombros e quadris estreitos, uma barriga lisa, um decote curvilíneo e os olhos negros e profundos de um leão-marinho. Seus cachos louros dourados, como os seios, eram dádivas de Deus. Ela tinha três sardas no lado esquerdo do rosto formando um triângulo isósceles. Às vezes, quando tinha uma conversa frente a frente com Janice, Annie não conseguia resistir à tentação de ficar ligando os pontos.
Divorciada, Janice estivera casada por sete anos com o pai dos seus três filhos (dois garotos e uma garota, todos na faixa dos vinte anos). Ele a abandonara no dia em que o filho mais novo entrara no jardim de infância, anunciando que ele tinha feito sua parte com as crianças — fora um pai durante os primeiros cinco anos, cruciais para o desenvolvimento do cérebro — e que agora estava livre para ficar com outra mulher. Isso já fazia uns 16 anos. Janice nunca se casara novamente, mas não por falta de tentativas.
Por uma questão de orgulho, ela tinha um encontro viável todos os sábados à noite desde que seu marido a deixara (exceto nos primeiros seis meses — o que teria sido inaceitável socialmente para uma jovem mãe que ainda não estava divorciada). Annie respeitava Janice por sua perseverança e a crença de que, num fim de semana, ela conheceria o homem que apagaria uma década e meia de desapontamento. Janice uma vez fizera as contas: até aquele momento ela tinha ido a 786 encontros sábado à noite, estimando que 40% dos relacionamentos terminavam lá, 40% se esticavam por cerca de um mês (quatro encontros) e 20% foram bons por mais de um mês (cinco encontros ou mais).
Janice não tentara calcular quantos homens ela tinha colocado entre as pernas ou quantas vezes tinha tido de contar novamente a história de sua vida (uma estatística que devia ser muito deprimente, mesmo para Janice). Annie tinha pouca fé na magia do sábado à noite. Mas Janice era devota. Quase toda segunda-feira de manhã, ela sustentaria sua fé declarando que, se não pudesse garantir um encontro decente no fim de semana, jogaria fora os seus sapatos de noite para sempre. Ainda estava para acontecer.
— Deixei uma limusine esperando por você lá embaixo — disse Janice com sua voz de pessoa pequena enquanto se encostava na porta do escritório de Annie. — Você pode ficar com ela a noite toda, ir a qualquer lugar que quiser, com qualquer pessoa, fazer a limpa no bar, usar o telefone e o dvd.
— Você foi impiedosa lá dentro — disse Annie.
— Corseletes de escamas, preço sugerido ao varejo, cento e cinqüenta? É incrível que você tenha apresentado isso.
— Quanto mais baixo o preço de estoque, mais baixas nossas aspirações.
— Quando você coloca as coisas assim, nossa filosofia de venda parece quase um compromisso — disse Janice. — Pense em quantidade. Quanto mais itens pedidos, mais dinheiro fazemos.
Como todas as empresas de vendas por correio, Internet ou outras formas, os lucros estavam em enviar e entregar encomendas. Quando um usuário fazia um pedido de dez itens, a calcinhas.com rotineiramente enviava a metade imediatamente, e aí mandava os itens restantes em três dias úteis, tornando possível dobrar as taxas de entrega num único pedido (sempre dizendo ao consumidor que ele estava ganhando um desconto na entrega). O rendimento-base de seus clientes era em média de 46.000 dólares por ano; a quantia média gasta num pedido da calcinhas.com era de 58 dólares; a taxa aumentada de envio e entrega acrescentava um lucro adicional de 8 dólares por pedido. Janice gostava de chamar isso de "roubo da auto-estrada".
De maneira impressionante, os clientes faziam muitos pedidos de itens baratos (cinco calcinhas mais alguns poucos sutiãs, por exemplo). Enfeites caros eram pedidos um de cada vez, limitando as taxas de envio e entrega e esticando o orçamento de lingerie da cliente. Mas Annie se agarrava teimosamente à noção de roupas de baixo desejadas (que mudavam a vida). As margens de lucro do produto eram mais altas e, se uma mulher se apaixonasse por um corselete, ela voltaria ao site para todas as suas necessidades de roupas de baixo (repetir o negócio era a fonte de vida de qualquer operação de varejo). O plano de negócios de Janice — quantidade acima da qualidade — podia funcionar para o McDonald`s, mas a calcinhas.com estava vendendo intimidade, não nuggets de frango.
Annie nunca apresentara a idéia de que a vida de encontros de Janice — um reflexo de sua filosofia do varejo — podia explicar por que ela jamais tinha se casado de novo.
— Usando a limusine — disse Annie—, devo perdoar sua crueldade e aparecer com novas e inventivas cintas-ligas amanhã.
— Cintas-ligas pagam o seu salário — retrucou Janice.
— Eu gostaria que você admitisse que em parte você descarregou sua frustração de um mau encontro em mim.
Janice deu de ombros.
— Odeio os encontros de uma hora. Demoro muito mais do que isso para me vestir. Devia haver uma regra dizendo que o encontro em si deve durar tanto tempo quanto se leva para se preparar para ele.
— Você vai encontrar alguém — disse Annie.
— Com certeza. — A mulher mais velha não parecia tão segura de si nesta segunda-feira.
Annie temeu que Janice pudesse estar perto do fim do seu longo período de encontros.
— Pegue a limusine e tenha uma boa noite hoje — disse Janice. — Recomeçamos amanhã de manhã.
Autor(a): narynha
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 74
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rss Postado em 24/11/2009 - 16:17:22
aaaaaamei o final da web
ficou muito linda pena que só pude elr hoje.
bjss
posta ++++++++++++++++++++ -
rss Postado em 05/11/2009 - 17:10:41
encontor aya, muito lindo, posta ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++
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rss Postado em 03/11/2009 - 14:54:32
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaamei a web ta muito linda, essa fiona en?
até garoto de programa pagou pra any se revirginar. -
rss Postado em 02/11/2009 - 11:53:11
coitada da any até com o cara ++++++ galinha o seu plano ñ dar certo. posta ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++ +++
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rss Postado em 01/11/2009 - 23:52:49
a any faz de tudo para não rerviginar e não consegue coitada.posta ++++++++++++++++++++++++++++
anciosa para o encontro com o garoto vampiro.
bjssssssssssssss -
rss Postado em 01/11/2009 - 23:50:50
a any faz de tudo para não rerviginar e não consegue coitada.posta ++++++++++++++++++++++++++++
anciosa para o encontro com o garoto vampiro.
bjssssssssssssss -
rss Postado em 01/11/2009 - 23:47:54
a any faz de tudo para não rerviginar e não consegue coitada.posta ++++++++++++++++++++++++++++
anciosa para o encontro com o garoto vampiro.
bjssssssssssssss -
rss Postado em 01/11/2009 - 23:47:04
a any faz de tudo para não rerviginar e não consegue coitada.posta ++++++++++++++++++++++++++++
anciosa para o encontro com o garoto vampiro.
bjssssssssssssss -
rss Postado em 01/11/2009 - 23:46:47
a any faz de tudo para não rerviginar e não consegue coitada.posta ++++++++++++++++++++++++++++
anciosa para o encontro com o garoto vampiro.
bjssssssssssssss -
rss Postado em 01/11/2009 - 23:46:32
a any faz de tudo para não rerviginar e não consegue coitada.posta ++++++++++++++++++++++++++++
anciosa para o encontro com o garoto vampiro.
bjssssssssssssss