Fanfic: Virgem por acaso [Terminada]

— Oi. — A voz dele soou de maneira inequívoca.

— Jesus do céu — respondeu ela.

Não era à toa que tinha ficado imediatamente atraída por ele.

—Você é Tony McGuinty.

— E você é?... — perguntou ele.

— Anahí Portillo, mas me chame de Annie — disse ela, apertando aquela mão de astro do cinema. Felizmente, tinha autocontrole para não dizer o que estava pensando: Sou sua maior fã. Venero você. Todas as fantasias sexuais que tive no último anojaram com você. Você foi um bombeiro, um policial, um cientista trabalhando na cura do seu próprio desejo insaciável, um motorista de caminhão de sorvete e um chofer. E aqui está você, entregue a mim pela Deusa em pessoa, em minha hora de maior necessidade, para reforçar minha confiança, me livrar da revirginização e me levar à mais alta esfera dos sentidos. Louvada seja, Deusa! Você não me abandonou. Em vez disso, ela simplesmente falou:

— Você está ótimo.

— Você também — disse ele. — Estou aqui com uns amigos. Gostaria de se juntar a nós?

Ela olhou para onde ele estava sentado. Os rostos se desenharam mais claramente agora, e ela se deu conta de que o louro de rosto fofo era Nathan Decapulet, o cara descabelado e magro era Luke Flasson e o outro, forte, barbudo e moreno, era Daniel Blake.

Reportagens no New York Post e Daily News tinham coberto amplamente as apertações-de-peitinhos e agarrações-de-bundas dessa galera, um grupo de astros de cinema jovens, ricos, heterossexuais e bêbados conhecidos como a Companhia do Sexo.

— Estou bem aqui — disse ela.

Ele sorriu (charmoso!) e comprou outro martíni para ela. Ela disse:

— Fui a uma projeção de Atração química no início da semana. — Realmente já fazia tantos dias assim?

— Você estava ótimo. Não consigo parar de pensar em você. Quer dizer, não consigo parar de pensar nele. No filme. Ah, que inferno. Não consigo parar de pensar em você no filme.

— Muito obrigado por dizer isso — disse ele (educado!). — Eu ficaria ainda mais feliz se você fosse crítica de cinema.

— Sou distribuidora de lingerie.

— Um trabalho que vale bem mais a pena — disse ele.

Ela estava apaixonada por ele. Ele era o Homem Perfeito. Uma rajada de alegria profana e o quebrar de um copo tiraram sua atenção um do outro para a mesa da Companhia do Sexo.

— Acho que vou ser jogado para fora daqui em breve — disse ele.

Você quer ir para a minha casa? Annie desejou ter coragem de dizer aquilo. O que ela disse na verdade:

— Isso é muito ruim.

Ele puxou sua garrafa de Bass.

— Gosto do seu cabelo.

— E eu gosto do seu.

Ele entortou os olhos.

— Aconteceu alguma coisa com suas sobrancelhas?

— Acidente bizarro com churrasco — disse ela.

— O que está fazendo sozinha num bar? — perguntou ele. — Você não sabe que os homens vão ficar no seu pé se você ficar sentada aqui com essa aparência? É indecente. Você deveria estar em casa, onde é mais seguro.

— Na verdade, estou numa missão — confessou ela.

Ele era tão fácil de conversar. Ela se sentia completamente confortável com ele, mesmo que fosse famoso.

— Uma missão impossível? — perguntou ele.

— Parece que sim. — Ela bebeu seu drinque. — Tenho só mais um dia antes de me tornar uma celibatária há um ano completo. Vim aqui com a esperança de conhecer um homem. Ouvi dizer que bares são um bom lugar para se fazer isso. Não tenho tido muita sorte até agora nesta semana, fora dos bares. Na verdade, tive quase uma dúzia de encontros fracassados, todos eles embaraçosos e/ou arrasadores de ego.

Ele sorriu (desarmador!) e disse:

— Parece um filme.

— Comédia ou tragédia? — perguntou ela.

— O final perfeito seria se você terminasse transando com um astro de cinema famoso e bonito — disse ele. — Seria uma recompensa divina depois da sua semana de dor e sofrimento.

E como.

— Isso é uma oferta?

— Me dê um minuto. — Ele voltou para sua mesa e abaixou-se para falar com seus amigos.