Fanfic: Virgem por acaso [Terminada]

O Grand Café era famoso por três coisas: 1) visão de celebridades; 2) interior em mogno (a madeira da moda) e 3)Duck Wellington, uma combinação mortal de molho de brandy, pato assado, cogumelos sautée massas finíssimas. Aparentemente, Randy Gestalt estava falando sério. Assim que entraram, Gestalt acenou para alguns outros homens de fraque e atravessou o salão para falar com eles. Annie e Fiona foram deixadas no posto do maitre d` para conversar. Annie começou.

— Não precisa fingir. Você mais Randy Gestalt é igual ao fim da calcinhas.com. A equipe vai ganhar alguma coisa com a venda?

— Não — disse Fiona. — Mas eu vou ficar com cinqüenta por cento das minhas ações a sessenta por cento do preço real. Janice vai ganhar vinte e cinco por cento de suas ações a trinta por cento do seu valor. A equipe vai ganhar o seguro COBRA e uma indenização de uma semana de trabalho.

— E Christian?

— Ele não fechou o negócio — disse Fiona.

— Os bancos?

— Felizes por pegarem o que puderem da venda e da potencial revenda.

— Os fornecedores? — Incluindo Juan Watuba da Tecidos Bolt, que estaria recitando uma maldição sobre seu nome a partir de agora e até sua falência.

— Não tenho certeza sobre eles — disse Fiona. — Randy tem uma fórmula para quem vai pegar o que e quando.

— Minhas ações? — perguntou Annie.

— O que você tinha garantido vai perder valor quando tornarmos a venda pública — disse Fiona.

— Minhas opções de compra?

— Não existem mais.

— Você não pode adiar o anúncio até segunda-feira à tarde para que eu possa vender minha parte de manhã? — perguntou Annie.

Fiona sacudiu a cabeça.

— Isso seria vazamento de informação ilegal, Annie. Além do mais, o fato de eu aparecer aqui com Randy hoje à noite é o equivalente a publicar um anúncio de página inteira no Wall Street Journal.

Annie teve de perguntar:

— Se eu não tivesse aparecido aqui hoje você teria me ligado para me contar ou eu teria de descobrir como as outras pessoas?

Atrás das duas mulheres, um grupo festivo de dez ou doze pessoas esperava por sua mesa. Seus risos e roupas escandalosas ofendiam as orelhas e os olhos de Annie. Fiona mal os notou. Ela estava olhando para Randy, ainda do outro lado da sala, apertando mãos e dando tapinhas em costas, durante toda a sua conversa. Finalmente Fiona disse:

— Então você não ligou para Jorge.

— Liguei — disse Annie — mas desliguei.

— Nunca esperei realmente que você fizesse isso — disse ela, levantando um dedo indicador para Randy (linguagem internacional para "um minuto"), que estava acenando para ela se juntar a ele. — Vou dizer algo que vai chocar e espantar você — Fiona começou.

— Além disso?

— Randy e eu estamos noivos.

Isso não era tão chocante e espantoso para Annie como as outras notícias (de que ela estava fora de um trabalho sem nada para receber por ele há dez segundos, e de que Fiona estava intencionalmente e sem remorsos ferrando a equipe inteira e todo mundo que tinha ousado fazer negócios com a calcinhas.com simplesmente para salvar a pele fina e espinhosa do seu traseiro ossudo). Fiona olhou para sua antiga subalterna com um sorriso e as sobrancelhas arqueadas.

— Estou muito feliz por você — disse Annie.

— Não se trata de amor — disse Fiona.

— Não poderia ser isso — concordou Annie.

— Eu disse a você que meu próximo movimento seria bem grande.

— Você já o conhecia antes? — perguntou Annie.

Como se aquilo importasse. Fiona assentiu.

— Há alguns anos. Quando Christian começou a falar besteiras alguns dias atrás, liguei para Randy. Nunca deixei Janice nem ninguém saber completamente o quanto as coisas estavam indo mal financeiramente. Nossa contadora sabia, claro. Ela é que implorou para eu ligar para Randy e fazer alguma coisa rápida. Naquele ponto, ainda havia esperança de encontrar um comprador. Randy e eu nos encontramos. Conversamos. Tomamos algumas decisões duras. — Umas decisões bem melosas também, aparentemente, pensou Annie.

— E aqui estamos.

O grupo atrás delas estava ficando cada vez mais impaciente esperando por uma mesa. Randy estava agora acenando aborrecido para Fiona juntar-se a ele.

— Estou indo para casa — disse Annie. — Boa sorte para você, Fiona. Você me ensinou muito. — Sobre o que ela não queria ser.

Fiona beijou-a gentilmente, mais gentilmente do que Annie teria pensado ser possível, e disse:

 — Entrarei em contato.

Era uma promessa, uma ameaça, um pouco de ambos.

Annie disse:

— Vou descontar o cheque de dois mil.

— Gostaria que tivesse sido mais — disse Fiona e depois escapou na direção do seu futuro marido, os saltos altos distorcedores de mentes deixando pequenas marcas no chão de mogno.