Fanfics Brasil - Virgem por acaso: capitulo 06 Virgem por acaso [Terminada]

Fanfic: Virgem por acaso [Terminada]


Capítulo: Virgem por acaso: capitulo 06

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Terça-feira de manhã


 Em seu relacionamento de três anos com Rodrigo (na verdade, uma união de conveniência e hábito mais do que de paixão desesperada), Annie tinha ficado cada vez mais acostumada a alcançar suas necessidades semanais, mínimas. Durante o primeiro ano e meio o sexo deles tinha sido bom. Ela pensava nele — naquilo — o tempo todo. Annie acordava de um devaneio com ele e percebia que tinha se passado uma hora. No final, quando Rodrigo não parava de reclamar e Annie se descobriu entediada com o rosto dele, a peça principal das suas fantasias eróticas tinha mudado do pênis para as ações.


Foi mais ou menos nessa época que ela começou na calcinhas.com — antes da entrada na Bolsa de Valores, depois da oferta de ações. Ela saboreou a possibilidade de ganhar milhões - nem tanto pelo que esses dólares todos poderiam comprar, mas só pela idéia de tornar-se fabulosamente rica. No verão e no outono de 2007 fortunas virtuais eram bem mais excitantes do que o querido, doce e que-nunca-machucava-ninguém-de-propósito Rodrigo. A calcinhas.com era um amante sedutor. O romance de 12 horas de trabalho ao dia, opção de compra de ações, chefes mais-importantes-que-a-vida, peças de seda, boas matérias na imprensa (em meados de 2008 a calcinhas.com foi eleita a Empresa Virtual do Ano pela seção de negócios do New York Post), tudo isso servia para intensificar sua obsessão. Depois de um bom dia de trabalho, Annie flutuava para casa numa nuvem de orgulho e arrogância. Ela não conseguia se lembrar de um único dia em seu relacionamento com Rodrigo que a tivesse feito se sentir tão vergonhosamente orgulhosa. O fim foi inevitável. Ela tinha certeza de que fizera a escolha certa entre o seu homem e o seu trabalho. (Se ainda estivesse tão apaixonada pela calcinhas.com, poderia não sentir aquele pânico com a ausência de romance em sua vida agora.)


Nunca quisera casar-se com Rodrigo. Para começar, Annie não tinha exatamente certeza de como acabara tendo um relacionamento longo com ele; foi um caso de fim de semana que acabou durando três anos. Ela constantemente se perguntava se era um relacionamento importante, sabendo o tempo todo que não era. Mas a possibilidade de acumular fortuna, isso, sim, era importante. O pai de Annie, Ricardo Portillo, investidor de fundos de mercadorias na Smith Barney, acreditava que "você é o que você ganha"; sua mãe, Marichello, decoradora de interiores, era mais tipo "você é o que você come", gordurofóbica anoréxica quase profissional. Eles ainda estavam casados, apesar dos casos, e pareciam tolerar um ao outro bastante bem, especialmente durante a temporada de MostlyMozart no Lincoln Center. Mesmo que o trabalho fosse uma distração, ainda assim parecia peculiar que sua vida sexual tivesse emperrado. Como acontecera? Ela achava que era uma combinação de força de vontade e inércia. Depois-de-Rodrigo, nos primeiros meses: Annie sentira falta do contato físico, mas não do ato sexual em si. Ele se tornara sem sabor no fim do relacionamento, e ela aliviava seus desejos manualmente, por conta própria. Ela se consumira na cama com admiração, comentários lisonjeiros e dedos dos pés penetrantes. Mas a adoração de um homem, ela se lembrava com freqüência, não era um sustentáculo de vida. Homens não eram obrigatórios. Ao contrário de comida, água e fazer compras, Annie podia sobreviver sem os lábios e as mãos de Rodrigo. Ela era uma mulher forte, emocionalmente estável, orgulhosamente independente, construindo seu lugar no mundo.


Ela gostava de sua própria companhia. Mas houve algumas vezes, no outono e no inverno do último ano, vezes inegáveis, quando ela captava uma visão sua, largada de pijama tarde da noite, e esse pensamento a preocupava: Não gosto de mim mesma. Aí o desespero, o medo de "o que vai ser de mim?" tinham de ser superados antes que conseguisse dormir. Com exceção dessas horas eventuais, Annie conseguia dormir.


Ela ia trabalhar nos dias de semana (e aos sábados). Fazia exercícios. Comia pelo menos três pedaços de fruta por dia. Os meses e a necessidade de afeto passaram. Foi tudo embora sem alarde. Ela nem tinha notado. Com o tempo, a inatividade sexual tinha se tornado parte da sua identidade. Ucker estava certo: ela realmente fedia a desuso, todo mundo sentia aquilo. E agora podia sentir isso em si mesma. Era embaraçoso. Tais reflexões entraram por dentro de um depressivo passeio de metrô. Não que o ruído do metrô fosse melhor do que se ela estivesse contemplando o oceano profundo e azul. A temperatura no trem parecia de pelo menos 90°, e o ar, praticamente visível enquanto o vapor pressionava seu peito e suas pernas. Annie agarrou-se ao balaústre e repassou a cena de rejeição da noite passada. As regras de sedução tinham mudado tanto assim?, pensou. Nunca em sua vida tinha sentido tão pouca tensão sexual, tanta falta de interesse por parte de um homem. Ela tinha uma chama apaixonante de cabelos dourados. Tinha as faces rosadas. Não era mais suficiente?


Aos vinte, os padrões sexuais de Annie eram descomplicados. Ela conhecia um cara num bar ou numa festa, dormia com ele em seguida e eles se tornavam namorados durante várias semanas ou meses. Quando terminavam, ela conhecia alguém novo. Talvez as regras mudassem quando a mulher entrava na quarta década. Ou talvez o problema fossem os homens com mais de 30. Se Marcos tivesse 25, ele não teria hesitado. Aos 35, queria o respeito de Annie de manhã. Era isso evidência de um declínio nos níveis de testosterona?


Annie estudou os outros passageiros do metrô, tentando imaginar a última vez que cada um deles tinha feito sexo. Aquele casal arrulhando, solteiros (nada de alianças), maduros (quarenta e poucos), tinha claramente copulado no período de uma hora antes de entrar na estação de metrô. A mulher de 140 quilos, suando copiosamente apesar do miniventilador, usava uma aliança e provavelmente tinha trepado naquele mês.


Um homem altamente atraente de terno listrado, segurando-se perto de Annie, tinha a expressão satisfeita de consumação sexual. Ele sorriu para ela enquanto ela o examinava. Annie virou-se rapidamente. Ela praticamente podia sentir o pulsar de um V vermelho em sua testa.


Ela desceu na estação Grand Central. O enorme aglomerado de lojas da estação estava formigando com milhares de pessoas que certamente tinham vida sexual decadente.


Preocupada com os passantes ("noite passada", "no último mês", "duas vezes esta semana e a terceira no domingo"), Annie avançou através do edifício e saiu na rua 42. Virou-se na direção da deli gordurosa para comer o seu sanduíche de sempre no café da manhã. Aí ela hesitou. Se entrasse, ele naturalmente presumiria que ela tinha voltado para receber outra porção de assédio.


Ela não podia encará-lo — não neste estado deplorável de impotência. Olhou pela janela da deli e o viu, seu atormentador espátula na mão. Ele notou-a também e lançou uma piscadela e um beijinho.



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Autor(a): narynha

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 74



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  • rss Postado em 24/11/2009 - 16:17:22

    aaaaaamei o final da web
    ficou muito linda pena que só pude elr hoje.
    bjss
    posta ++++++++++++++++++++

  • rss Postado em 05/11/2009 - 17:10:41

    encontor aya, muito lindo, posta ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++

  • rss Postado em 03/11/2009 - 14:54:32

    aaaaaaaaaaaaaaaaaaaamei a web ta muito linda, essa fiona en?
    até garoto de programa pagou pra any se revirginar.

  • rss Postado em 02/11/2009 - 11:53:11

    coitada da any até com o cara ++++++ galinha o seu plano ñ dar certo. posta ++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++++ +++

  • rss Postado em 01/11/2009 - 23:52:49

    a any faz de tudo para não rerviginar e não consegue coitada.posta ++++++++++++++++++++++++++++
    anciosa para o encontro com o garoto vampiro.
    bjssssssssssssss

  • rss Postado em 01/11/2009 - 23:50:50

    a any faz de tudo para não rerviginar e não consegue coitada.posta ++++++++++++++++++++++++++++
    anciosa para o encontro com o garoto vampiro.
    bjssssssssssssss

  • rss Postado em 01/11/2009 - 23:47:54

    a any faz de tudo para não rerviginar e não consegue coitada.posta ++++++++++++++++++++++++++++
    anciosa para o encontro com o garoto vampiro.
    bjssssssssssssss

  • rss Postado em 01/11/2009 - 23:47:04

    a any faz de tudo para não rerviginar e não consegue coitada.posta ++++++++++++++++++++++++++++
    anciosa para o encontro com o garoto vampiro.
    bjssssssssssssss

  • rss Postado em 01/11/2009 - 23:46:47

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    anciosa para o encontro com o garoto vampiro.
    bjssssssssssssss

  • rss Postado em 01/11/2009 - 23:46:32

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    anciosa para o encontro com o garoto vampiro.
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