Fanfics Brasil - Capitulo 4 (PARTE 2) (Dulce) Invisível(adaptada)

Fanfic: Invisível(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capitulo 4 (PARTE 2) (Dulce)

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Eu me recosto no estofamento duro, que arranha a pele. Ainda está quente em nosso apartamento, por isso meu uniforme diário tem sido uma camiseta regata e um short.


Espero que o quarto dele tenha móveis melhores, porque este sofá deve ser uma droga para assistir a filmes.
Eu me dou conta do meu próprio pensamento e sinto uma pontada no estômago. Já estou imaginando assistir a filmes com um garoto que nem conheço e que, obviamente, não queria me convidar para entrar, mas percebeu que precisava fazê-lo. Aperto bem os olhos, odiando parecer desesperada para ter alguém com quem passar o tempo. Quando foi que fiquei tão ridícula assim?
— Você está bem? — Ele está parado à minha frente, e estende um copo. O gelo está tinindo na borda, flutuando na transparência esbranquiçada da limonada.
— Sim. — Pego o copo. — É só uma dor de cabeça.
— Aspirina?
— Não. — Bebo um gole demorado de limonada. É do tipo pronta, mas ainda assim está gelada, ácida e gostosa. — Vou ficar bem. Limonada é o elixir universal.
Ele senta ao meu lado, perto, mas não perto o suficiente para a perna roçar na minha ou nossos ombros se tocarem. Percebo que tudo que ele faz é feito com cuidado. Senta muito ereto e não se reclina nas costas do sofá como eu. Fico me perguntando se ele acha que sou uma dessas pessoas folgadas e suadas, então me endireito e cruzo as pernas na altura dos tornozelos de um jeito que, imagino, a rainha Vitória teria aprovado. É muito incômodo, logo desisto e volto a me reclinar.
Nenhum de nós diz qualquer palavra. O único som é o da limonada mexendo enquanto tomamos uns goles a intervalos regulares. Não consigo concluir se ele é esquisito ou se me odeia de verdade, mas Deus do Céu, preciso de alguém com quem conversar. Passei muitos dias sentada em meu apartamento, sem desempacotar nem embalar.
— Você é um fantasma?
Ele se vira lentamente e olha para mim como se estivesse pensando na pergunta. Suponho que deve estar pensando que sou louca, por isso continuo falando:
— Ou um mágico?
Respiro mais devagar. Ele parece intrigado. Deixei meu amigo em potencial intrigado. Toda raiva que senti por ele ter saído correndo do meu apartamento vai sumindo enquanto me adianto, querendo manter aquele fio de conversa vivo.
— Não que meu irmão não ache que sou maluca, mas seu ato de desaparecimento no outro dia definitivamente reforçou a opinião dele. Quando digo desaparecimento, ele hesita.
— Por que você não ficou? — perguntei. — Sei que Christian sem camisa pode ser uma visão chocante, mas juro que ele é inofensivo.


Ele não responde; só fica me observando. Torço os dedos, nervosa.
— Se Christian acha que sou maluca, imagino que talvez eu deva aceitar isso. Este é um prédio velho, não é? Você poderia simplesmente ser um espírito prestativo que dá as boas-vindas aos novos moradores. Ele dá uma risada, e seus olhos se iluminam. Estou sorrindo.
— Também achei que você poderia ser uma miragem.
— Uma miragem?
— Estava muito quente naquele dia, e você sabe o que dizem sobre ver miragens no deserto quando se está praticamente morrendo de sede.
Ele faz que sim com a cabeça.
— Não resta dúvida de que eu estava morrendo de sede, e aí você apareceu.
— Eu sou uma miragem — diz ele, e faz uma pausa. — E você quem é?
— Sou a garota da porta ao lado — respondo. — Bem, a garota da porta ao lado da porta ao lado.
— A Dulce que é Ma. A garota da porta ao lado da porta ao lado. — Ele volta a dar risada. Gosto quando ele ri. Parece que fica mais caloroso quando isso acontece, como se tivesse se acostumado a ser tão formal quanto este apartamento e o ato de dar risadas o deixe relaxado e mais à vontade. Também gosto do fato de ele se lembrar que quero ser chamada de Ma. Isso é coisa recente, porque sempre fui Candy para meus “amigos” em Minnesota; minha mãe me chama de Dulce, e Christian está sempre inventando combinações com meu nome.
— E aquele garoto era seu irmão? — pergunta ele.
Agora fico paralisada. Não tem motivo para isso, mas é um reflexo que desenvolvi.
Sempre que a expressão “seu irmão” surgia onde morávamos, terminava com uma discussão aos berros ou, como aconteceu certa vez, numa luta de boxe. Descobri que tenho um uppercut cruel. Jennifer Norris ainda estava usando curativos no baile de formatura por causa da plástica de emergência no nariz. Não que eu estivesse no baile, mas as notícias me alcançaram.
Respiro fundo, o peito apertado.
— Sim. Christian é meu irmão. Ele tem 15 anos.
— Quantos anos você tem?
— Dezesseis.
— Eu também. — Ele inspira e expira, fitando os dedos dobrados em torno do copo de limonada. — Mas você não o trouxe com você.


— Ele está na escola de verão — respondo. — Por isso fico sozinha a maior parte do tempo.
Preocupa-me o fato de ter sido óbvia demais. Ou negligente. Não se deve contar a estranhos que está sozinha em casa. Será que estou tão desesperada assim por um amigo? Hã. Sim, estou.
Ele senta um pouco mais ereto e me encara. Seus olhos, com aquele fascinante tom de azul que prende meu olhar, estão mais penetrantes e menos evasivos.
— E seus pais?
— Minha mãe é administradora hospitalar — digo. — Acho que a antecessora foi um desastre, por isso ela passa todas as horas tentando convencer a equipe de que não é o diabo encarnado. Fica muito tempo fora de casa. Ele assente.
— E quanto aos seus pais?
A princípio ele não responde, depois só diz:
— Não estão por aqui.
Comento rapidamente:
— Legal. — Não sei o que não estão por aqui realmente significa, mas não quero me intrometer. Pais são complicados. De qualquer forma, não estou tentando fazer amizade nem com a mãe nem com o pai dele.
Mordo o lábio, querendo acabar com essa história antes que vire alguma conversa profunda e dolorosa. Estou procurando companhia; não quero ficar revirando o passado.
Quero o passado morto e enterrado em Minnesota.
— Então, eu vim até aqui porque tenho de te pedir um favor. — Estou improvisando agora. Eu vim para fazer picadinho dele, mas agora voltei a querer um amigo. Ele é meu melhor e único candidato.
— Que tipo de favor?
— Você conhece bem a vizinhança, não é?
— Sim.
Excelente. Era exatamente isso que eu estava esperando.
— Preciso da sua ajuda — digo.
Ele olha para mim, e a desconfiança começa a surgir em seus olhos.
— Juro que não tem nada a ver com carregar caixas. A campainha toca. Fico tensa.
— Pode deixar aí! — grita ele.



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Autor(a): leticialsvondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 31



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  • juhcunha Postado em 17/02/2015 - 00:54:41

    eu gostei mais o problema e que se alguem um dia vai ver ele pra mim um dia ela vai quebra a madiçao e eles vao ter filinhos e todos vao pode ver a familia deles!

  • juhcunha Postado em 08/02/2015 - 22:25:58

    Ai meu deus me diz que no final vai fica tudo bem e todos vao ver ele!

  • juhcunha Postado em 20/01/2015 - 21:43:13

    poxa nimguem pode mais ver ele que triste! posta mais!

  • juhcunha Postado em 19/01/2015 - 13:49:50

    Nao to entedendo mais nada agora todo mundo pode ver ele ou mais nimguem? posta mais!

  • juhcunha Postado em 19/01/2015 - 13:48:45

    desculpa nao ter comentado eu estava sem tempo tava uma locura aqui e casa ok!

  • juhcunha Postado em 13/01/2015 - 17:37:36

    cooitada da dul! o que sera que o ucker vai fazer!

  • juhcunha Postado em 05/01/2015 - 23:48:56

    a cada capitulo eu fico mais maluca por mais!

  • juhcunha Postado em 30/12/2014 - 03:03:36

    o que sera que o christopher vai fazer meu deus que curiosidade

  • juhcunha Postado em 27/12/2014 - 21:39:04

    Que bizarro essas maldicoes! Esse avo do ucker e muito ruim

  • juhcunha Postado em 15/12/2014 - 01:13:16

    nao se proculpa posta assim que pode gata


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