Fanfic: Invisível(adaptada) | Tema: Vondy
— Ah — digo, e entro para tirar o papel e o carvão da cama. Enfio tudo na pasta de material de desenho e a deslizo de volta para baixo da cama. — Desculpe pela bagunça.
— Está tudo bem — diz ele. — Pelo menos não está fedendo.
Eu me sento na cama, alisando o cobertor amassado perto de mim.
Christopher se ajeita ao meu lado; não perto o suficiente para me tocar. De algum modo, um martelo aterrissou no meu peito e agora está golpeando minhas costelas. Quero percorrer os dedos ao longo do seu antebraço, depois do cotovelo ao pulso e então segurar a mão dele. Mas tem uma coisa que preciso fazer primeiro. Tenho de superar meu próprio medo.
— Odeio fazer isso — digo. — Mas depois de ontem, quando eu disse que tem uma coisa acontecendo, eu falava sério.
— Sei que falava. — Ele pousa os dedos de leve nos meus.
Mudo a mão de posição, envolvendo os dedos dele com os meus.
— Mas eu preciso lidar com uma bagagem antes.
— Mais coisas para arrumar? — Ele sorri lentamente.
— De um tipo diferente. — Eu me apoio nos cotovelos e peço desculpas quando minha mão se afasta da mão dele, mas tenho de me concentrar se quiser resolver isso. Quando me toca, é difícil pensar em outra coisa. Ele se curva para a frente e apoia os braços nas pernas. Sua voz fica rouca.
— Você tem namorado lá em Minnesota?
Levo um susto, e isso me faz rir de nervoso, sobretudo porque eu acabara de pensar em Robbie.
— Só o babaca do meu ex. Ele dizia que reconstruir motocicletas era sua vocação — digo. — Mas nunca o vi chegar perto de uma moto e tenho certeza absoluta de que, se eu desenhasse uma chave inglesa, uma chave de soquete e um martelo, ele não seria capaz de dizer qual era qual. Bem, talvez o martelo. Fico aliviada quando ele ri.
— Mas você ainda está presa a isso?
— O que me prendia acabou em abril — digo.
— Então onde estão as bagagens? — pergunta ele.
Volto a ficar inquieta e começo a desejar não ter mencionado isso.
— Você perguntou por que viemos embora.
— São bagagens pesadas? — pergunta ele.
Contraio meus lábios e respiro lentamente pelo nariz.
— Sim.
— Então deveria me dizer. Seriam mais provas do seu progresso na arrumação. — Ele fala com tanta calma que quase me encolho feito uma bola, desejando apoiar a cabeça no seu colo. Em vez disso, retorço meus dedos nas cobertas.
— Nós nos mudamos por causa de Christian. Ele não reage, apenas se inclina e ouve.
— Meu irmão é gay.
Mais uma vez, nada. Ele não pisca, não se mexe, apenas ouve com atenção. Quando permaneço calada, parece concluir que preciso de alguma coisa. Aí ele meneia a cabeça.
— Na primavera, seis imbecis da minha escola bateram nele. — Minha voz começa a tremer. Não consigo me lembrar da última vez que conversei sobre o ocorrido. — Disseram que foi trote do time de beisebol. Mas pareceu mais crime de ódio.
Começo a ficar tonta. Meu estômago revira, e eu me sento ereta.
— Ele ficou muito machucado?
— Mandíbula quebrada, clavícula quebrada, costelas quebradas, braço quebrado. — Aperto a beirada da cama. — Eles usaram tacos. Noto que ele toma fôlego.
— Ele ficou no hospital durante semanas — explico.
— Deve ter sido horrível — diz ele.
— Sim. Mas considerando que foi Christian quem teve todos os ossos quebrados, ele até que superou melhor que a gente. Sempre foi o animador da família. Mas minha mãe e meu pai se distanciaram. Papai não aceitou muito bem quando Christian saiu do armário e... ninguém imaginou o que meu pai faria em seguida. Ele culpou o próprio filho pelo ataque e ficou falando que Christian deve ter provocado os garotos, que eram “bons garotos” e que não deveríamos prestar queixas. Minha mãe ficou furiosa.
— Imagino que seus pais estejam divorciados — diz Christopher. — Você veio para cá apenas com sua mãe.
— Eles estarão divorciados assim que a papelada sair — digo a ele. — A família do meu pai é conservadora, mas ele sempre alegava ser o liberal do bando. Nunca passamos muito tempo com esse lado da família. Mas acho que o liberalismo dele simplesmente chegou onde dava antes de ruir. Christopher está balançando a cabeça.
— Sinto muito.
— Não foi só meu pai — retruco. — As pessoas não sabiam como lidar com isso. Meus amigos ficaram estranhos, mesmo aqueles que não se importavam de verdade. Tenho certeza de que também foi minha culpa, mas eu estava com muita raiva. Não conseguia confiar em ninguém. — Olhei para ele. — E, às vezes, acho que ainda não sei como confiar.
— Faz sentido.
— O que estou tentando dizer é que passei os últimos quatro meses aprendendo a ser sozinha, evitando o mundo e odiando praticamente qualquer um que simplesmente olhasse para mim — digo. — Mas quando estou com você, não quero mais ser essa pessoa.
— Obrigado — diz ele baixinho.
A âncora de dor que tenho arrastado por Manhattan se rompe, afundando no passado, onde eu esperava que ficasse sem ser perturbada. Ele sabe. Ele sabe e ainda está aqui.
Quero rir e chorar. E desejo uma coisa, mais que qualquer outra. Eu me aproximo dele na cama. Ele não se mexe. Estou olhando para seus lábios e traço o contorno com os olhos.
Fecho as pálpebras e rapidamente me inclino para a frente. Sinto o sopro frio da sua respiração em meu rosto, mas então não estou mais inclinada. Estou caindo. Bato de cara na cama, e o aroma familiar do amaciante de roupas atinge meu nariz. Cuspindo em meio ao algodão, eu me viro. Christopher se inclina sobre mim, os olhos arregalados. Olho para ele. Meu estômago quer sair pela boca. Obviamente, ele se desviou quando tentei beijá-lo. Minhas bochechas estão ardendo, mas a humilhação faz meu sangue esfriar.
Sou tão idiota. É cedo demais.
Pisco o mais depressa que consigo para não chorar, mas as lágrimas ardem nos cantinhos dos olhos. Quero chorar porque o garoto de quem gosto não quer me beijar. Quero chorar porque estou sozinha numa cidade estranha.
— Você está bem? — pergunta ele.
Não consigo balançar a cabeça nem para negar nem para concordar. Tenho medo de me mexer. A paralisia é a única coisa entre mim e o colapso total.
— Sinto muito, Dulce, mas preciso ir. — Ele ainda paira acima de mim, e suas mãos apertam a cama de cada lado. — Não foi sua culpa.
Ele crava um olhar em mim que me faz parar de respirar. Sem fechar os olhos, ele se inclina. Então seus lábios roçam os meus, suaves como penas.
O beijo se prolonga, elétrico em minha boca, mas ele está saindo do meu quarto. Ainda estou deitada ali quando ouço a porta do apartamento abrir e fechar. Ainda estou deitada quando percebo que não tenho ideia do que ele quis dizer.
Autor(a): leticialsvondy
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Como sou mt boa vou postar mais um pra vcs jessicadulyucker: ta aí gatenhaa!!! gabys_vondys2: kkk vc é demais amoree!!! postado gatenhaa!! Está cada vez mais difícil me concentrar quando fico perto dela. Se me concentro muito, em cuidar dela, em matar minha curiosidade, me esqueço do meu corpo. E desapareço nos  ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 31
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juhcunha Postado em 17/02/2015 - 00:54:41
eu gostei mais o problema e que se alguem um dia vai ver ele pra mim um dia ela vai quebra a madiçao e eles vao ter filinhos e todos vao pode ver a familia deles!
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juhcunha Postado em 08/02/2015 - 22:25:58
Ai meu deus me diz que no final vai fica tudo bem e todos vao ver ele!
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juhcunha Postado em 20/01/2015 - 21:43:13
poxa nimguem pode mais ver ele que triste! posta mais!
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juhcunha Postado em 19/01/2015 - 13:49:50
Nao to entedendo mais nada agora todo mundo pode ver ele ou mais nimguem? posta mais!
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juhcunha Postado em 19/01/2015 - 13:48:45
desculpa nao ter comentado eu estava sem tempo tava uma locura aqui e casa ok!
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juhcunha Postado em 13/01/2015 - 17:37:36
cooitada da dul! o que sera que o ucker vai fazer!
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juhcunha Postado em 05/01/2015 - 23:48:56
a cada capitulo eu fico mais maluca por mais!
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juhcunha Postado em 30/12/2014 - 03:03:36
o que sera que o christopher vai fazer meu deus que curiosidade
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juhcunha Postado em 27/12/2014 - 21:39:04
Que bizarro essas maldicoes! Esse avo do ucker e muito ruim
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juhcunha Postado em 15/12/2014 - 01:13:16
nao se proculpa posta assim que pode gata