Fanfic: Invisível(adaptada) | Tema: Vondy
— O endereço é este. — Christian aponta para o prédio. Ele não se parece com nenhuma das lojas por ali. Não há placas nem anúncios. Ao passar por ele na rua, eu teria imaginado que fosse apenas residencial. Meu estômago dá um nó por causa da decepção. Mas Christian dá de ombros e se dirige aos degraus que conduzem à entrada do jardim.
Christopher me acompanha, arrastando os pés. Christian olha para a porta, que também não se parece nem um pouco com a entrada de uma loja. Não tem indicação do horário de funcionamento. Nem um tapete dizendo “bem-vindo”.
— Será que devo bater? — pergunta Christian.
— Apenas tente abrir a porta — diz Christopher, dando um susto em meu irmão. Ele pede desculpas imediatamente.
— Sem ofensa. Às vezes, você ainda me surpreende.
— Está tudo bem, Christian. Entendo que não consegue me ver.
Christian assente e gira a maçaneta. A porta se abre, e tudo o que vejo é escuridão. Meu irmão mete a cabeça ali dentro e ouço quando fala:
— Uau.
Ele desaparece na entrada escura. Observo Christopher engolir em seco antes de seguir Christian. Meu coração bate forte contra as costelas. Não dá para explicar o medo frio que se agarra à minha nuca. Preciso me obrigar a acompanhar Christopher.
A primeira coisa que me chama a atenção é a mistura de odores. Um é familiar e um dos meus favoritos. Tenho certeza de que mais de uma pessoa me chamaria de louca por dizer que adoro o cheiro de gibis, mas adoro. Eles têm cheiro de coisa nova. Esse cheiro teria me acalmado, não fossem pelos outros perfumes que giram no espaço escuro. Acho que reconheço alguns: alecrim, cera derretida. Outros são exóticos, e tão pesados que fico meio tonta.
Definitivamente é uma loja. Não consigo entender direito a justa-posição da visão bem-vinda de escaninhos cheios de revistas, nos quais eu ficaria feliz em remexer durante horas, e de cortinas pesadas de veludo que cobrem as janelas, além das fileiras de velas acesas nas prateleiras que circundam o cômodo.
Eu me inclino para Christian.
— Então, onde está a feiticeira?
— Sean disse que tem uma sala nos fundos — responde ele, e aponta para o extremo oposto da loja. Atrás do balcão, posso ver levemente o desenho de uma porta fechada. — Mas não sei se é permitido para qualquer um ou se é necessário acesso especial.
— Você só diz isso agora? — pergunto.
— Não se preocupem com isso — fala Christopher baixinho. — Se vocês dois ficarem aqui, posso dar uma olhada sozinho.
— Olha, um lado positivo — diz Christian.
Balanço a cabeça e caminho até os fundos da loja. No início, acho que está vazio, mas aí percebo um vulto curvado, sentado em um banquinho de madeira atrás do balcão. A cabeça está inclinada, e acho que está dormindo. Mas quando me aproximo, ele ergue o olhar e me examina através da penumbra. Fico feliz por me controlar e não ofegar. Ele é caolho e tem uma cicatriz vermelha e feia que desce pela órbita vazia, passando pelo rosto até o pescoço e desaparecendo debaixo da gola da camisa.
— Quer ajuda? — diz ele, com voz baixa e rouca.
— Hum... — Fico paralisada.
— Ouvimos dizer que tem uma feiticeira — diz Christian, como se dissesse coisas assim todos os dias.
O homem dá uma risada que soa como se seixos estivessem sendo esmagados sob suas botas.
— Pra agora?
— Christian. — Puxo a mão dele. Se esse cara achar que somos um bando de adolescentes baderneiros, vamos sair da loja a pontapés e ser proibidos de entrar pelo restante da vida.
— Por que precisariam de uma feiticeira? — Ele não olha para Christian, olha para mim. Meu coração bate contra as costelas.
— Pra ajudar um amigo. — O homem se levanta do banquinho. Passa por nós e vai até a frente da loja. Quando tranca a porta da frente, Christian agarra minha mão.
— Any! — berra o homem, depois começa a tossir, como se estivesse prestes a perder um pulmão. Quando o ataque passa, grita de novo: — Ei, tem visita pra você!
Ouço o som de alguém subindo as escadas. A porta atrás do balcão se abre. Uma mulher entra no recinto. Atrás dela, dá pra ver as escadas que conduzem a sabe-se lá onde. Ela usa um vestido estampado simples que me lembra uma toalha de mesa. O cabelo loiro está cuidadosamente enrolado como o das senhoras que vão ao salão uma vez por semana. Depois de me lançar um olhar crítico por um instante, ela balança a cabeça.
— Não posso ajudá-lo — diz Any.
— O quê? — Olho para ela.
Ela sacode os dedos, e percebo que está apontando na direção de Stephen.
— Ele está além da minha alçada. Desculpem.
Christopher respira fundo.
— Consegue me ver?
Ela não demonstra surpresa ao ouvir a voz de Christopher. O homem caolho lança um olhar curioso naquela direção, mas rapidamente volta a se sentar todo torto no banquinho.
— Não tenho essa sorte — diz ela para Christopher. — Mas posso ver a maldição. Então se vira para mim.
— Demorou bastante tempo para você me encontrar.
Any dá meia-volta e caminha com dificuldade até a escada. Ficamos observando até ela dar uma olhadinha por sobre o ombro.
— Venham.
Autor(a): leticialsvondy
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 31
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juhcunha Postado em 17/02/2015 - 00:54:41
eu gostei mais o problema e que se alguem um dia vai ver ele pra mim um dia ela vai quebra a madiçao e eles vao ter filinhos e todos vao pode ver a familia deles!
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juhcunha Postado em 08/02/2015 - 22:25:58
Ai meu deus me diz que no final vai fica tudo bem e todos vao ver ele!
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juhcunha Postado em 20/01/2015 - 21:43:13
poxa nimguem pode mais ver ele que triste! posta mais!
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juhcunha Postado em 19/01/2015 - 13:49:50
Nao to entedendo mais nada agora todo mundo pode ver ele ou mais nimguem? posta mais!
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juhcunha Postado em 19/01/2015 - 13:48:45
desculpa nao ter comentado eu estava sem tempo tava uma locura aqui e casa ok!
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juhcunha Postado em 13/01/2015 - 17:37:36
cooitada da dul! o que sera que o ucker vai fazer!
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juhcunha Postado em 05/01/2015 - 23:48:56
a cada capitulo eu fico mais maluca por mais!
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juhcunha Postado em 30/12/2014 - 03:03:36
o que sera que o christopher vai fazer meu deus que curiosidade
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juhcunha Postado em 27/12/2014 - 21:39:04
Que bizarro essas maldicoes! Esse avo do ucker e muito ruim
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juhcunha Postado em 15/12/2014 - 01:13:16
nao se proculpa posta assim que pode gata