Fanfics Brasil - Capitulo 14 (PARTE 2) (Dulce) Invisível(adaptada)

Fanfic: Invisível(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capitulo 14 (PARTE 2) (Dulce)

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— Você não está condenado — retruco, acelerando o passo — porque eu morreria antes de deixar alguma coisa te acontecer. Ele baixa o olhar porque sabe que é verdade.
— Vamos parar aqui — falo. Estamos diante de uma quitanda com um toldo imenso.
Finjo examinar as caixas de frutas, mas fico observando os outros fregueses.
— O que nós fazemos?
Faço um gesto para ele se calar, mas quando me fita com olhos de cachorrinho carente, eu me encolho.
— Tá bom. Você compra alguma coisa para disfarçar e depois me deixa apenas entender isso.
Feliz por ter uma tarefa, Christian assume a inspeção das frutas com seriedade e presta muita atenção se as bananas estão maduras ou não.
Respiro fundo e tento fazer de novo o que fiz com Any. Eu me concentro enquanto deixo o mundo se afastar. Não posso deixar as buzinas estridentes na rua ou a dureza da calçada, ou mesmo a brisa, me puxarem de volta para o momento. Minha visão fica levemente embaçada. E vou até lá.
Não sei onde estou. Mesmo nos momentos em que consegui fazer isso, não tenho certeza do que é. Comecei a pensar nesse lugar como “o segundo plano”. É como se o universo normal onde vivo ainda estivesse aqui, mas consigo enxergar o que está acontecendo atrás dos cenários. E atrás dos cenários é onde ficam as vidas mágicas.
Apesar da qualidade instável do cenário à minha frente, temo que não esteja funcionando. Não consigo sentir nem ver nada de diferente nas pessoas ao redor. Aí noto a mulher no meio-fio. No início, sinto a energia ao seu redor. É descontínua, como se fosse estática. Tomo fôlego mais uma vez e tento me retirar ainda mais para o fundo. É quando a estática toma forma. Ela paira ao redor da mulher como as sombras que desenhei, amorfas, sempre em movimento, cheias de vida própria. Feitiços vivos. Dá para ver as partículas caindo ao redor como pedaços de palha. E isso não é bom. Estou começando a compreender o mecanismo de controlar minha capacidade de ver maldições. Não acho que goste disso.
— Alguma coisa?
A voz de Christian me puxa de volta à quitanda.
— O que foi que eu disse sobre interrupções? — Olho para ele de cara feia.
— Desculpe. — Ele me oferece uma maçã. — Mas se você ficar olhando para o vazio por muito tempo, vai estragar nosso disfarce.


Provavelmente ele está certo, e conseguiu encontrar uma maçã que parece perfeita. Dou uma mordida e saboreio o azedinho.
— Então, qual é o negócio? — pergunta ele, e olha ao redor como se esperasse evidência do meu novo eu mágico parado por ali.
— Aquela senhora. — Aceno com a cabeça na direção dela. Christian estica o pescoço para olhar. Ela está tentando chamar um táxi. Faz sinal há meia hora. Sei disso, embora só a tenha observado por cinco minutos. — Ela não consegue pegar um táxi — digo e mastigo, pensativa, o pedaço de maçã.
— Algumas vezes demora um pouco — diz Christian.
Sorrio porque, por mais estranho que seja, ainda é um pouco engraçado.
— Não. Quero dizer que ela não consegue pegar um táxi. Ela foi amaldiçoada.
Christian bufa.
— Amaldiçoada a não pegar um táxi.
— Sei que não faz sentido. — Dou de ombros. — Mas essa é a maldição.
— Que grande porcaria — diz Christian.
Estou pensando sobre o movimento do feitiço, frenético e instável.
— Você está com aquela expressão. — Christian me fita atentamente.
— Que expressão? — Recomponho meu rosto no que, espero, seja a “Dulce normal”.
Ele dá uma risada.
— A expressão que faz quando está prestes a conseguir a palavra de quarenta pontos no jogo de Palavras Cruzadas.
Abro um sorriso.
— Acho que talvez esteja começando a entender como os feitiços funcionam.
— Sério? — Ele ainda está rindo, mas seus olhos brilham com interesse.
— Então, é como você acabou de dizer — concluo. — A história do táxi. Ela não consegue pegar um, o que é irritante, mas não é uma questão de vida ou morte... Não é como Christopher.
Ele assente.
— E a maldição dela era... instável — digo, e desejo poder pensar em uma palavra melhor. — Parece desequilibrada, como se não fosse se sustentar por muito mais tempo. E se o modo como percebo o feitiço tem a ver com a força ou a gravidade deste?
— É uma teoria — diz Christian. — Por que não tenta de novo?
Mordo o lábio. Christian dá um passo para o lado e deixa claro que não vai mais me distrair. Dou uma risadinha e preciso de um minuto até ser capaz de me soltar do mundo e me mover para dentro do plano alternativo. Mas assim que chego ali, bastam alguns segundos até ela chamar minha atenção.


A mulher está passando pela rua lotada de forma decidida. Está coberta dos pés à cabeça com desenhos meticulosos e delicados, sem ostentação. O celular toca. Em menos de dois minutos ela conclui o negócio no qual estivera trabalhando todo o dia.
Aparentemente adoraria sair saltitando pela rua em comemoração, mas isso não colaboraria com a imagem que construiu com tanto esmero ao longo dos anos. Quando passa por mim, vejo o feitiço girando ao seu redor. Ele se ergue e brilha enquanto a neve cai gentilmente em cima dela. O retinir de sinos e a risada de uma criança seguem seu rastro.
— Uau — digo, piscando para afastar a euforia que passou por mim quando o feitiço estava próximo.
Christian fica parado, tenso.
— Outro?
— Desta vez é bom — respondo. — Ela está cercada pelo sucesso.
— Como é o sucesso? — pergunta ele.
Eu me encolho um pouco.
— Cintilante. Não oscila. Ele jorra.
Christian finge secar a testa.
— Ora, é um alívio saber que não há apenas maldições por aí. Talvez a gente possa lançar um feitiço para fazer Sean me convidar pra sair, não é?
— Christian — resmungo.
— Eu estava brincando. — Ele levanta as mãos em súplica, mas posso ver que está maquinando alguma coisa.
— Sem feitiços. — Sacudo um dedo para ele antes de dar mais uma mordida na maçã, ao mesmo tempo em que reflito sobre o passo seguinte.
— Você não quer nada? — pergunto ao perceber que ele não está mastigando uma fruta, como eu.
Ele segura um saco de papel.
— Manga.
Limpo o sumo do meu queixo.
— Como vai comê-la enquanto estamos andando?
— Vou guardar para mais tarde — diz ele. — Vai ficar deliciosa com sorvete de baunilha.
— Quando você comprou o sorvete? — pergunto ao atravessarmos a rua. Sigo na frente, e vamos até o parque.
Ele sorri.



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Autor(a): leticialsvondy

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— Ainda não comprei. Imagino que vou fazer isso em uma das paradas ao longo do caminho.Mas a segunda parada numa loja nunca acontece. O que vejo no parque me leva a uma nova direção. Estamos andando há meia hora quando Laurie dá uma indireta de que vai deixar todo aquele verde em prol de uma caçada ao sorvete, en ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 31



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  • juhcunha Postado em 17/02/2015 - 00:54:41

    eu gostei mais o problema e que se alguem um dia vai ver ele pra mim um dia ela vai quebra a madiçao e eles vao ter filinhos e todos vao pode ver a familia deles!

  • juhcunha Postado em 08/02/2015 - 22:25:58

    Ai meu deus me diz que no final vai fica tudo bem e todos vao ver ele!

  • juhcunha Postado em 20/01/2015 - 21:43:13

    poxa nimguem pode mais ver ele que triste! posta mais!

  • juhcunha Postado em 19/01/2015 - 13:49:50

    Nao to entedendo mais nada agora todo mundo pode ver ele ou mais nimguem? posta mais!

  • juhcunha Postado em 19/01/2015 - 13:48:45

    desculpa nao ter comentado eu estava sem tempo tava uma locura aqui e casa ok!

  • juhcunha Postado em 13/01/2015 - 17:37:36

    cooitada da dul! o que sera que o ucker vai fazer!

  • juhcunha Postado em 05/01/2015 - 23:48:56

    a cada capitulo eu fico mais maluca por mais!

  • juhcunha Postado em 30/12/2014 - 03:03:36

    o que sera que o christopher vai fazer meu deus que curiosidade

  • juhcunha Postado em 27/12/2014 - 21:39:04

    Que bizarro essas maldicoes! Esse avo do ucker e muito ruim

  • juhcunha Postado em 15/12/2014 - 01:13:16

    nao se proculpa posta assim que pode gata


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