Fanfics Brasil - Capitulo 14 (PARTE 3) (Dulce) Invisível(adaptada)

Fanfic: Invisível(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capitulo 14 (PARTE 3) (Dulce)

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— Ainda não comprei. Imagino que vou fazer isso em uma das paradas ao longo do caminho.
Mas a segunda parada numa loja nunca acontece. O que vejo no parque me leva a uma nova direção. Estamos andando há meia hora quando Laurie dá uma indireta de que vai deixar todo aquele verde em prol de uma caçada ao sorvete, então eu o vejo.
É um artista, ou deseja ser um, e automaticamente sinto afinidade. Também gosto dele porque está empoleirado debaixo do anjo que Stephen me levou para ver pouco depois que me mudei para Nova York. Este lugar me acalma. Embora o mundo esteja agitando-se sob meus pés desde que descobri sobre Christopher, e agora sobre mim, este lugar no parque me lembra de que não importa o que a loucura da vida esteja produzindo, Christopher e eu ainda temos isso. E temos um ao outro.
O rapaz tem vinte e poucos anos, usa óculos de armação grossa de plástico
transparente e uma mistura confusa de roupas. Ele observa uma tela em branco e manipula os pincéis como se fossem um maço de cartas.
Paro e fico olhando.
Christian me encara.
— Vamos ficar aqui por muito tempo?
— Acho que sim — respondo.
Ele senta no chão e tira a manga do saco.
— Tudo bem, então — digo para mim mesma. Sempre que faço isso parece uma coisa nova, e fico tensa, com medo de não funcionar. Mas um instante depois o mundo fica borrado e estou novamente em segundo plano. Somente o artista permanece em foco.
Aguardo, mantendo a respiração constante. O ar ao redor dele começa a se mexer e tomar forma. Não é como a palha caindo, mas parece fios, que se enrolam ao redor do seu corpo. Juro que posso ouvir um sibilo, como se fossem sussurros irritados, que se enroscam nele conforme os fios se mexem. Posso senti-los dando nós, apertando.
Faço um esforço para sair do pano de fundo, um pouco trêmula por causa do que vi. Christian está de pé. Ele segura meus pulsos, oferecendo firmeza. Os dedos estão grudentos por causa da manga.
— Qual é o problema?
— Ele não tem inspiração — respondo.
— Aquele pintor?
Balanço a cabeça positivamente.
— Bloqueio criativo. Essa é a maldição.
— E é diferente da maldição da mulher do táxi?


— Sim — digo. — Esta aqui foi feita para durar. Estava se amarrando em volta dele. E fazia um barulho.
Christian dá um passo para trás.
— Maldições fazem barulhos.
— A dele faz. — Olho para o artista.
O rapaz está se levantando e guardando os pincéis em uma bolsa a tiracolo. Chuta a tela em branco e assusta um bando de pombos. Ele não a recolhe ao se afastar da fonte.
— Então é pior — diz Christian, observando-o ir embora.
Fico calada. Não tenho o que dizer.
— Bem, então vamos — fala meu irmão.
— Para onde? — pergunto, ainda acompanhando o artista com o olhar. O movimento irritado dos ombros se desfaz num gesto de desespero quando ele desaparece na trilha. Christian espera até ter minha atenção.
— Para ver como é o formato da maldição de Christopher.
Dá para notar que ele está surpreso em me ver. E ainda mais surpreso que Christian esteja comigo.
— Ei. — Ele se recupera rapidamente e se inclina para me beijar.
Resisto à vontade de tentar ver a maldição ali mesmo. Ele merece ser avisado antes. Mesmo sabendo que há uma maldição e conhecendo mais ou menos a história, me envolver dessa maneira é levar nosso trabalho de detetive a outro nível.
Abraço Christopher com força, sem conseguir dizer uma única palavra sobre como passei a tarde. Felizmente, Christian não tem nenhum problema quanto a isso.
— Ela consegue vê-los! — Ele dá um pulo e passa por nós para entrar no apartamento de Christian.
— Como é que é? — Christopher mantém o braço na minha cintura, e acompanhamos Christian até a sala de estar.
Sem querer que meu irmão continue a falar por mim, eu o interrompo e, ao fazê-lo, ganho um revirar de olhos de Christian.
— Os feitiços. Consigo enxergar os feitiços.
— Mas Any falou... — Christopher está cauteloso.
— Eu sei. — Sento-me no sofá com as pernas cruzadas. — Mas acho que foi o que ela quis dizer quando falou que obteria isso naturalmente. Eu consigo ver os feitiços. Foi o que andei desenhando.
Christopher senta-se a meu lado e se recosta. Ele não diz uma única palavra durante algum tempo. Christian faz um gesto do tipo anda-diz-logo, mas o ignoro. Não quero ir adiante sem que Christopher concorde.Finalmente, ele solta um longo suspiro.


— Com que eles se parecem?
— Eles assumem diferentes formas... alguns fazem barulhos, e as duas coisas parecem corresponder à intenção do feitiço.
Seu maxilar fica tenso.
— E você está aqui para ver o meu.
— Somente se você quiser — emendo rapidamente.
— Por que ele não ia querer que você fizesse isso? — pergunta Laurie.
— Por que eu não ia querer? — murmura Christopher para si. Então, um instante depois: — Vá em frente.
— Tem certeza? — Não quero pressioná-lo.
Ele faz que sim com a cabeça e fecha os olhos.
Quero segurar sua mão, mas tenho medo de que isso possa interferir na minha capacidade de enxergar a maldição. Meu coração bate forte. Preciso respirar fundo algumas vezes antes de me retirar do cômodo. No apartamento, o segundo plano é diferente, mais silencioso e íntimo. Sinto um pouco de claustrofobia, como se as paredes estivessem se fechando.
Obrigo-me a permanecer calma e a me concentrar em Christopher. No início, ele apenas está ali, do modo como sempre o vi. Faço mais força ainda e tento separar meus sentimentos por ele da magia que quero ver. Ela se agita com relutância e desliza ao redor dele. Eu me engasgo com um grito. Não são fios. São tentáculos. São apêndices grossos que serpenteiam ao seu redor. O som das ventosas se debatendo, se prendendo e se soltando do seu corpo é insuportável, como se elas drenassem a própria essência de seu ser. Christopher está imóvel, parado no meio delas. Ele existe dentro do ninho de sua maldição.
Eu me lanço para fora do segundo plano. Christian está me fitando. Christopher começa a tremer ao ver meu rosto. Saio correndo do sofá e consigo chegar ao banheiro bem a tempo de vomitar.



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Autor(a): leticialsvondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 31



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  • juhcunha Postado em 17/02/2015 - 00:54:41

    eu gostei mais o problema e que se alguem um dia vai ver ele pra mim um dia ela vai quebra a madiçao e eles vao ter filinhos e todos vao pode ver a familia deles!

  • juhcunha Postado em 08/02/2015 - 22:25:58

    Ai meu deus me diz que no final vai fica tudo bem e todos vao ver ele!

  • juhcunha Postado em 20/01/2015 - 21:43:13

    poxa nimguem pode mais ver ele que triste! posta mais!

  • juhcunha Postado em 19/01/2015 - 13:49:50

    Nao to entedendo mais nada agora todo mundo pode ver ele ou mais nimguem? posta mais!

  • juhcunha Postado em 19/01/2015 - 13:48:45

    desculpa nao ter comentado eu estava sem tempo tava uma locura aqui e casa ok!

  • juhcunha Postado em 13/01/2015 - 17:37:36

    cooitada da dul! o que sera que o ucker vai fazer!

  • juhcunha Postado em 05/01/2015 - 23:48:56

    a cada capitulo eu fico mais maluca por mais!

  • juhcunha Postado em 30/12/2014 - 03:03:36

    o que sera que o christopher vai fazer meu deus que curiosidade

  • juhcunha Postado em 27/12/2014 - 21:39:04

    Que bizarro essas maldicoes! Esse avo do ucker e muito ruim

  • juhcunha Postado em 15/12/2014 - 01:13:16

    nao se proculpa posta assim que pode gata


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