Fanfics Brasil - Capitulo 15 (PARTE 1) (Christopher) Invisível(adaptada)

Fanfic: Invisível(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capitulo 15 (PARTE 1) (Christopher)

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Durante todo esse tempo, eu queria saber exatamente como ela me via. Eu me prendia a cada detalhe. Esperava por cada pista.
Agora, não estou tão seguro disso.
É como se eu a estivesse matando. Somente por estar parado ali. Somente por fazê-la me examinar. Eu a estou matando. Ela corre para fora do cômodo, e Christian a acompanha. Fico no mesmo local, com medo. Não quero mais que ela me veja. Não se isso a deixa assim.
Por ser invisível, nunca precisei enfrentar o asco de alguém. Jamais fui o catalisador de uma reação assim.
Agora sei como é.
E isso acaba comigo.
Christian volta.
— Onde você está? — pergunta ele.
— Bem aqui — respondo.
Ele segue minha voz.
— Ela está bem. Apenas um pouco abalada. Acho que precisamos parar por aqui hoje...
Mas antes que possa dizer mais alguma coisa, Dulce volta para a sala.
— Não, está tudo bem — diz ela. — Não se preocupem. Estou bem.
Ela olha para mim. Quero me esconder. Pelo bem dela.
— Está tudo certo — explica. — Já desliguei. Aquela parte de mim.
— O que foi que você viu? — pergunto.
Ela balança a cabeça.
— Não dá para explicar exatamente. Quero dizer, não compreendo de maneira alguma. Consigo enxergar coisas, mas realmente não sei interpretá-las. Tudo o que sei é que seu avô pôs uma maldição poderosa em você.
— Olhar para ela afetou você — digo.
— Não sei se afetou é a palavra certa. A coisa toda me dominou. Quase como se fosse capaz de saber que eu estava olhando e me mandasse embora


— Não faça isso de novo — digo. — Prometa. Não até sabermos mais.
— Prometo. Não até sabermos mais.
Meu pai volta para casa na hora do jantar. Não estou esperando por ele, mas também não fico surpreso.
— O que você fez hoje? — pergunta ele, como se eu tivesse acabado de voltar do treino de futebol.
Dou uma risada. Nem sei por onde começar a contar.
— Olha, sobre a noite passada... — diz ele. — Espero que não tenha problema eu ter lhe contado todas aquelas coisas. Fiquei perambulando pela cidade durante o dia todo, pensando nisso. Jamais quis que esse dia chegasse. Sinceramente, pensei que... Bem, eu pensei...
— Pensou que minha mãe estaria por perto para me contar. Você não pensou que precisaria ter esta conversa comigo porque sabia que era tarefa dela.
— Exatamente.
Ligo para o restaurante italiano no fim da rua e peço o jantar para nós, usando o cartão de crédito do meu pai, como sempre. Então volto a me sentar diante dele junto à mesa da cozinha.
Tenho tão poucas lembranças do meu pai. Às vezes, eu as inventava. Vira tantos pais empurrando os filhos nos balanços, tantos pais brincando de arremessar bola, tantos pais observando com uma mistura de nervoso e emoção enquanto os filhos desciam de trenó pela primeira vez por um morro íngreme e cheio de neve no Central Park. Eu me convencia a acreditar que nós tínhamos feito essas coisas também, antes de conseguir me lembrar, antes de ele ir embora. Nunca precisei dele para me ensinar coisas nem para ser meu herói. Apenas queria que ele estivesse por perto para me carregar nos ombros quando fôssemos ao zoológico.
Ele está conversando comigo agora, me contando sobre a vida na Califórnia, me falando sobre minhas irmãs, tentando, pela primeira vez, preencher o espaço vazio que deixou na minha vida. Ele o preenche com as coisas erradas, mas, de algum modo distorcido, agradeço a tentativa. Não estou ouvindo realmente; em vez disso, tento imaginar como era estar apaixonado pela minha mãe, casar-se com ela e, um dia, ouvir sobre a maldição, sobre a ameaça. Ele não quis acreditar que era verdade, e quem pode culpá-lo? Eu mesmo não quero acreditar que seja verdade, e sou a prova de que é.
Acho que a pergunta que preciso responder é quanto realmente espero que meu pai tolere. Quais são as responsabilidades, na verdade, quando há coisas como maldições e feitiços envolvidos? Posso culpá-lo por não querer ter algo a ver com isso?


Bem, sim, posso culpá-lo. Portanto, imagino que a questão seja se eu deveria culpá-lo.
— Obviamente — diz ele agora —, não contei a ninguém a verdadeira razão pela qual fiquei por aqui. Mas quero ficar por sua causa. Pelo tempo que precisar, até resolver isso.
— O quê? — digo.
— Falei para eles que surgiu um problema no trabalho. E acho, espero, que minha esposa me conheça bem o suficiente para saber que não estou tendo um caso. Portanto, vou ficar na cidade. Não preciso ficar aqui no apartamento. Respeito o fato de você ter todo o direito à privacidade a essa altura. Mas certamente há alguma coisa que eu possa fazer.
— Está tudo bem — retruco. — Você pode ir.
— Não. Vamos derrotar essa coisa.
Ele fala com ênfase, como se eu tivesse câncer e ele fosse segurar minha mão na hora do tratamento. Nós vamos derrotar essa coisa. Mas não há tratamento idealizado para derrotar essa coisa. Não é necessário que ele segure minha mão.
Ele começa a falar um pouco mais sobre as irmãs que jamais vou conhecer, as irmãs que não sabem que eu existo. O jantar chega. Enquanto comemos, ele me pergunta sobre os filmes de que gosto.
Quando digo o título de alguns dos quais ele nunca ouviu falar, meu pai observa que deveríamos assisti-los juntos. Presumo que queira dizer hipoteticamente. Mas quando terminamos de jantar, ele vai direto até o aparelho de DVD e coloca um deles.
Senta-se na poltrona que antigamente poderia ter sido a dele. Eu já vi o filme uma centena de vezes, mas dessa vez é diferente. Rimos das mesmas coisas. Dá para perceber que nós dois torcemos para o protagonista. Dá para notar que ele está se divertindo.
É como uma das minhas lembranças falsas, só que agora é de verdade.
No dia seguinte, Dulce, Christian e eu voltamos ao santuário de Any na hora marcada. Desta vez, o guardião da porta nos deixa entrar sem dizer nada e simplesmente aponta para os degraus que levam ao magistorium. Any parece mais calma e controlada do que ontem. Está guardando alguns livros nas prateleiras quando chegamos.
— Que bom vê-los de novo — diz ela, embora ainda nem tenha olhado para nós. Nós nos sentamos nos mesmos lugares do dia anterior.
— Agora — explica Any —, antes de começarmos, devo perguntar seus nomes.



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Autor(a): leticialsvondy

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Um teste de confiança tão básico. Nem mesmo ocorreu a nenhum de nós nos apresentarmos da última vez. Acho que presumimos que ela já soubesse. Dizemos a ela nossos nomes completos. Christian diz que é irmão de Dulce. Digo que sou amigo de Dulce e Christian.— Eu deveria ter visto a semelhança &mdas ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 31



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  • juhcunha Postado em 17/02/2015 - 00:54:41

    eu gostei mais o problema e que se alguem um dia vai ver ele pra mim um dia ela vai quebra a madiçao e eles vao ter filinhos e todos vao pode ver a familia deles!

  • juhcunha Postado em 08/02/2015 - 22:25:58

    Ai meu deus me diz que no final vai fica tudo bem e todos vao ver ele!

  • juhcunha Postado em 20/01/2015 - 21:43:13

    poxa nimguem pode mais ver ele que triste! posta mais!

  • juhcunha Postado em 19/01/2015 - 13:49:50

    Nao to entedendo mais nada agora todo mundo pode ver ele ou mais nimguem? posta mais!

  • juhcunha Postado em 19/01/2015 - 13:48:45

    desculpa nao ter comentado eu estava sem tempo tava uma locura aqui e casa ok!

  • juhcunha Postado em 13/01/2015 - 17:37:36

    cooitada da dul! o que sera que o ucker vai fazer!

  • juhcunha Postado em 05/01/2015 - 23:48:56

    a cada capitulo eu fico mais maluca por mais!

  • juhcunha Postado em 30/12/2014 - 03:03:36

    o que sera que o christopher vai fazer meu deus que curiosidade

  • juhcunha Postado em 27/12/2014 - 21:39:04

    Que bizarro essas maldicoes! Esse avo do ucker e muito ruim

  • juhcunha Postado em 15/12/2014 - 01:13:16

    nao se proculpa posta assim que pode gata


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