Fanfics Brasil - Capitulo 16 (PARTE 1) (Dulce) Invisível(adaptada)

Fanfic: Invisível(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capitulo 16 (PARTE 1) (Dulce)

21 visualizações Denunciar


geo12: Oba, Leitora nova *-*!! Seja bem-vinda gatenha!! Que bom que tá gostando!!! Beijo




 


Any não perde tempo, expulsando Christian e Christopher do magistorium. Faz até um som de xô, xô com voz estridente, o qual não acho que já tenha ouvido uma pessoa vocalizar até hoje. Christian sai do cômodo e ergue o polegar enquanto desaparece na escada. Christopher fica para trás e me observa. Está tentando disfarçar a testa franzida, e abro um sorriso. O sorriso é mais intenso do que o que estou sentindo, mas sei que ele está preocupado e não quero que fique assim. Estou onde preciso estar. Tenho de fazer isso, mesmo sem saber o que é isso, mesmo que preferisse não ficar a sós com uma mulher que mal conheço e que diz “xô”.
Any termina fechando a porta do magistorium na cara de Christopher. Ele havia aberto a boca, e fico me perguntando o que ia dizer. Provavelmente era apenas tchau, mas com o mundo virando de ponta a ponta a cada momento, não quero perder nada. Nem mesmo uma simples despedida. Quanto mais fico sabendo sobre o que está em jogo e com o que estamos lidando — maldições, magia... vingança —, mais tenho medo do que eu poderia perder sem aviso.
Afasto o calafrio causado pela possibilidade de subitamente ficar sem o garoto por quem me apaixonei. O garoto invisível.
— Querida, querida, querida. — Any está beliscando minhas bochechas, me fazendo sair do torpor e me forçando a dar alguns passos hesitantes para trás. — Nada de cara de doente aqui.
Estou prestes a bufar em resposta e perguntar o que minha aparência tem a ver com rastrear feitiços, mas penso duas vezes. Sei que está tentando ser gentil, de um jeito esquisito, como se fosse minha avó. Estou desesperada para parar de tremer por dentro.
Any me dá um sorriso indulgente.
— Vou pegar um pouco de chá e biscoitos gostosos para nós.
Isso, cem por cento vovó.
Ela desaparece por trás de uma divisória de veludo grosso que pensei ser uma tapeçaria, mas que na verdade esconde um corredor. Deve estar indo até a cozinha, e o que mais existe ali atrás? Será que ela mora debaixo das ruas de Nova York, sozinha com o magistorium e o guarda-costas caolho no andar de cima?
Por mais que eu esteja assustada com sua súbita mudança de atitude, também é meio simpático. Entre o horário de trabalho maluco de minha mãe e meus pretextos para ficar fora de casa e com Christopher, mal a vi nas últimas semanas. Quando escuto o murmúrio abafado e desafinado de Any, me dou conta de que isso é estranho para ela também. A nova euforia para quebrar maldições não nasceu apenas da culpa, mas também da solidão.


Esfrego os braços e estremeço. O magistorium parece mais uma catacumba que uma residência — um local para se esconder do mundo e, então, ser esquecido por ele. E Any tem vivido aqui exilada... por quantos anos, não tenho certeza.
Certa de que esses pensamentos sombrios estão me deixando com a indesejável cara de doente, caminho pelo cômodo, procurando uma distração.
Como posso tornar isso mais fácil? Sou a aluna. Esta é a escola. Conheço a escola. Posso frequentar a escola.
Tento fingir que é meu primeiro dia de aula. O que eu faria?
Antes da hospitalização de Christian, eu era uma aluna bem interessada: me sentava na frente da classe, respondia às perguntas. Depois do ataque, me afastei, taciturna e ressentida por causa dos colegas e até dos professores. Meu único desejo era ficar sozinha, então migrei para o meio da classe. Longe dos alunos ansiosos, mas igualmente afastada dos encrenqueiros e brincalhões do fundo. No meio, poderia estar presente sem ser percebida. Podia ler escondida os gibis em vez dos livros didáticos. Podia fazer meus desenhos em vez de tomar notas.
Eu queria desaparecer.
O pensamento me fez parar no mesmo instante. Não apenas a ideia da invisibilidade significava uma coisa totalmente diferente para mim agora, como toda essa história de estar ali era exatamente porque não posso desaparecer. Tenho de me tornar o que quer que eu deva me tornar para poder ajudar Christopher.
Aprumando os ombros, estendo a mão para pegar uma das grossas obras, imaginando que talvez pudesse começar antes de Any trazer o chá. Nem bem consegui retirar o livro e o estardalhaço de uma bandeja sobre a mesa me faz virar. O chá transborda pela beirada das xícaras, mas é absorvido rapidamente pelas toalhinhas de papel que enfeitam a prataria.
— Não, não! — Any me tira de perto das prateleiras. Afasto-me delas rapidamente, pois não quero ouvir o xô, xô.
— Esses livros são de história — diz ela. — Nossa preocupação é com o presente. Você precisa de ação. O passado é para ser ponderado e meditado, e isso é para outra hora.
Sente-se.
Ela aguarda até eu obedecer. Observo que coloca a xícara de chá diante de mim, toda sorridente. Pelo aroma, aposto que é Earl Grey. Então ela empurra um prato cheio de biscoitos amanteigados em minha direção. Concluo que não é opcional e mastigo na esperança de que minha obediência faça Any prosseguir com o treinamento.


Ela sorri para mim, bebe um gole do próprio chá e diz:
— Agora vamos pôr a mão na massa. Que tal?
Fico feliz por não suspirar de alívio e acabo fazendo apenas um meneio de cabeça.
— Como já disse aos garotos, não houve um levante repentino que transformou os rastreadores em observadores — explica ela. — Foi gradual.
Any fica ligeiramente tensa e com os lábios trêmulos.
— Algumas vezes, me pergunto se não foi preguiça... ou talvez apatia.
Vejo sua expressão mudar de dúvida para determinação. Ela fixa o olhar atento em mim.
— Mas quando estou nos meus melhores dias, o primeiro instinto é de que foi por medo.
— Medo? — O chá e os biscoitos são tranquilizantes e fazem com que eu me sinta como uma criança a quem contam uma história maravilhosa. Preciso continuar me lembrando de que estou vivendo esta história, não apenas ouvindo. Fico me perguntando se deveria tomar notas.
Any gesticula para o cômodo.
— Viu minha casa. É um lugar cheio de maravilhas, certamente, mas é meu refúgio. Tenho medo de pessoas como Maxwell Arbus. Os conjuradores se submeteram ao julgamento dos rastreadores porque eram obrigados, mas, na melhor das hipóteses, sempre fomos considerados um aborrecimento e, na pior delas, um inimigo. Sempre existiu a ameaça de que os conjuradores viriam atrás dos perseguidores conhecidos.
— Mas você não sabe? — Lanço um olhar de soslaio aos livros gastos.
— Mais uma razão pela qual não podemos confiar no passado. — Any balança a cabeça. — As histórias que tenho estão incompletas. E o que eu provavelmente procuraria não teria entrado no registro oficial. O negócio foi feio. Levanto as sobrancelhas enquanto tomo outro gole de chá. Ela dá risada, o que ilumina seu rosto e a rejuvenesce 10 anos.
— O que estou sugerindo é chantagem, querida. E do pior tipo. Não esse nheco-nheco ridículo de agora, sobre uma pessoa dormir com quem não devia. Estou falando sobre ameaças à família de alguém. Ao próprio bem-estar.
Enquanto acrescento nheco-nheco ao meu novo dicionário de Anyísmos, a tristeza se esgueira até os olhos dela.


 



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): leticialsvondy

Este autor(a) escreve mais 15 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
- Links Patrocinados -
Prévia do próximo capítulo

— Já chega de especular sobre o passado. Vamos começar com o que sabemos e o que ainda está para ser descoberto. Quando ganhou sua visão? Olho para ela.— Quero dizer, quando foi que percebeu as maldições pela primeira vez? — Sua pergunta é paciente.— Mas eu não fui sempre capaz de perc ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 31



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • juhcunha Postado em 17/02/2015 - 00:54:41

    eu gostei mais o problema e que se alguem um dia vai ver ele pra mim um dia ela vai quebra a madiçao e eles vao ter filinhos e todos vao pode ver a familia deles!

  • juhcunha Postado em 08/02/2015 - 22:25:58

    Ai meu deus me diz que no final vai fica tudo bem e todos vao ver ele!

  • juhcunha Postado em 20/01/2015 - 21:43:13

    poxa nimguem pode mais ver ele que triste! posta mais!

  • juhcunha Postado em 19/01/2015 - 13:49:50

    Nao to entedendo mais nada agora todo mundo pode ver ele ou mais nimguem? posta mais!

  • juhcunha Postado em 19/01/2015 - 13:48:45

    desculpa nao ter comentado eu estava sem tempo tava uma locura aqui e casa ok!

  • juhcunha Postado em 13/01/2015 - 17:37:36

    cooitada da dul! o que sera que o ucker vai fazer!

  • juhcunha Postado em 05/01/2015 - 23:48:56

    a cada capitulo eu fico mais maluca por mais!

  • juhcunha Postado em 30/12/2014 - 03:03:36

    o que sera que o christopher vai fazer meu deus que curiosidade

  • juhcunha Postado em 27/12/2014 - 21:39:04

    Que bizarro essas maldicoes! Esse avo do ucker e muito ruim

  • juhcunha Postado em 15/12/2014 - 01:13:16

    nao se proculpa posta assim que pode gata


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais