Fanfic: Invisível(adaptada) | Tema: Vondy
Christian ri ao ouvir isso. Uma risada de reconhecimento, não de humor.
— Parece que nós tivemos muito tempo para contemplar a natureza humana — diz ele.
— Na maioria das vezes, descobri que fica chato depois de um tempo. A contemplação nunca concretiza nada de verdade.
Christian concorda com a cabeça.
— Eu só queria voltar a ficar de pé.
— E eu concluí que queria manter os pés no chão. É a diferença entre pular e se jogar, não é?
— Qual é a diferença?
— Quando você pula, tudo o que vai fazer é cair. Mas e quanto a se jogar? Se jogar é quando você acha que tem alguma coisa do outro lado.
— E você tem a sensação de que estamos prestes a nos jogar?
— Tenho a sensação de que já nos jogamos. — Faço uma pausa. — Sabe que não precisa fazer parte disso, não é? Nasci nisso. E talvez Dulce também. Mas esta luta não é sua. Não posso falar por Dulce, mas eu compreenderia se não quisesse se jogar.
— O quê? E ver vocês dois do outro lado, sem conseguir fazer nada em relação a isso? Pode esquecer.
Ele se vira e volta a olhar por cima do parapeito. Sei que minha mãe queria ter outro filho. Eu os ouvi conversando sobre isso, mas nunca compreendi realmente quais eram as condições da discussão. Será que a maldição ainda se aplicaria? Será que isso importava? Gosto de pensar que ela não queria que eu ficasse sozinho. Que queria que eu me sentisse bem, como se tivesse alguém do meu lado.
— Tenho uma pergunta — diz Christian depois de um minuto. — Não precisa responder se não quiser.
— Tudo bem.
— Só estou me perguntando qual o objetivo disso. É quebrar a maldição, correto? E isso significa que vai se tornar visível. Você acha que está pronto para isso? Porque ser visível torna a pessoa realmente vulnerável.
— Não sei se estou pronto — retruco. — Mas acho que gostaria de tentar.
Um ruído abre caminho em meio ao silêncio; a porta se abrindo. Por um instante, realmente penso em me esconder. É como se Christian tivesse me feito esquecer quem sou.
Christian também olha em volta e procura um local para se esconder, imaginando que seja alguém da segurança do prédio. Não há de fato um local para ir, a menos que ele queira subir na caixa d’água.
Mas não é a segurança do edifício. É Sean, e parece envergonhado e feliz.
— Estava torcendo para encontrar você — diz ele para Laurie.
— Finja que não estou aqui — cochicho. — Vou embora.
Christian não responde nada. Espero Sean liberar a porta para que eu possa descer. Mas em vez disso, ele fica parado lá.
— Mandei três mensagens para você — diz ele. — E me senti um idiota quando mandei os dois últimos.
— Me desculpe — diz Christian. — Apenas andei ocupado.
— Com o quê?
— Minha irmã andou me arrastando por aí.
— E não posso ir junto?
— É que... ela tem de ir ao... hã... psicólogo.
Sean não vai deixar barato.
— E para quê?
— Você sabe... para se adaptar ao lugar novo. Precisa de um novo terapeuta. Por isso andamos, tipo, dando uma olhada por aí.
Sean nasceu em Nova York. Isso não deveria parecer implausível. E, de fato, ele acredita.
— Meu pai me mandou ao terapeuta uma vez, quando achou que eu passava tempo demais olhando para o Aquaman. Tipo: tarde demais, pai.
— Deve ter sido um saco — diz Christian, e para por aí. Eu percebo: Sean não sabe o que aconteceu com ele, pois é parte do novo começo.
Ele se aproxima, se afastando da porta. Sei que é minha deixa para sair.
— As coisas fáceis não têm valor — diz Christian, e compreendo que está falando para mim e para Sean. — O que importa são as coisas difíceis. É para essas coisas que vale a pena se jogar.
— Tipo o Aquaman? — pergunta Sean, um pouco confuso.
— Tipo o Aquaman. Ou tipo o Lobisomem, se você curte isso. Ou o Menino Invisível. Se não combatemos as maldições das outras pessoas, o que nos resta? Apenas uma queda rápida na Terra, e onde está o sentido disso?
Sei que não posso responder, não com Sean ali. Por isso tenho de confiar no silêncio para transmitir meu recado. Tenho de confiar que Laurie saberá que eu queria que ele estivesse comigo da última vez que subi no telhado. Tenho de confiar que ele saiba que fico feliz por não ter pulado.
Autor(a): leticialsvondy
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 31
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juhcunha Postado em 17/02/2015 - 00:54:41
eu gostei mais o problema e que se alguem um dia vai ver ele pra mim um dia ela vai quebra a madiçao e eles vao ter filinhos e todos vao pode ver a familia deles!
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juhcunha Postado em 08/02/2015 - 22:25:58
Ai meu deus me diz que no final vai fica tudo bem e todos vao ver ele!
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juhcunha Postado em 20/01/2015 - 21:43:13
poxa nimguem pode mais ver ele que triste! posta mais!
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juhcunha Postado em 19/01/2015 - 13:49:50
Nao to entedendo mais nada agora todo mundo pode ver ele ou mais nimguem? posta mais!
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juhcunha Postado em 19/01/2015 - 13:48:45
desculpa nao ter comentado eu estava sem tempo tava uma locura aqui e casa ok!
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juhcunha Postado em 13/01/2015 - 17:37:36
cooitada da dul! o que sera que o ucker vai fazer!
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juhcunha Postado em 05/01/2015 - 23:48:56
a cada capitulo eu fico mais maluca por mais!
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juhcunha Postado em 30/12/2014 - 03:03:36
o que sera que o christopher vai fazer meu deus que curiosidade
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juhcunha Postado em 27/12/2014 - 21:39:04
Que bizarro essas maldicoes! Esse avo do ucker e muito ruim
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juhcunha Postado em 15/12/2014 - 01:13:16
nao se proculpa posta assim que pode gata