Fanfics Brasil - Capitulo 18 (PARTE 2) (Dulce) Invisível(adaptada)

Fanfic: Invisível(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capitulo 18 (PARTE 2) (Dulce)

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bibinha: OBG gatenha *-*.


jucinairaespozani: Leitora nova? se for seja mt bem-vinda!! E mt Obg Gatenha!!




 


— Shhh — diz ela. — Sei que não é agradável, mas tente respirar fundo e regularmente.
Não deixe isso tomar conta de você.
Um trem para. Saul fica na nossa frente enquanto o vagão esvazia, depois empurra os outros passageiros com o ombro. Uns poucos resmungam reclamações, nenhum dos outros passageiros reclama quando ele abre um caminho para que Any e eu entremos no vagão, daí nos conduz até os bancos. Não culpo essas pessoas, pois imagino que poucas delas, além de lutadores profissionais, mexeriam com Poncho.
Eu me sinto um pouco melhor agora que estou sentada. O zumbido ainda enche meus ouvidos, mas é menos intenso.
— Vai se acostumar a isso. — Any me afaga.
— Não acho que seja o cheiro — retruco.
Ela dá uma risada.
— Claro que não é o cheiro. São as maldições. Está começando a sintonizá-las. Em breve, conseguirá separá-las sem nem fazer esforço.
Olho para ela com atenção. A pele ao redor dos olhos está enrugada por causa do sorriso simpático.
— Você abriu o portão. Agora é uma questão de passar por ele.
— Esse zumbido... os sons — digo. — São das maldições?
— Da magia, em geral. — Any meneia a cabeça. — Algumas maldições, alguns feitiços mais benignos. Seu corpo está naturalmente inclinado a buscá-los. O som a incomoda e tenta chamar sua atenção. Você descobrirá que ele é muito menos intrusivo se não enfrentá-lo.
— Mas... — Estou franzindo a testa e balançando a cabeça para acabar com o zumbido, mas sem sucesso. — Não consigo ver as maldições, a menos que esteja no segundo plano.
— Eu me encolho um pouco ao dizer a expressão que inventei para o estranho mundo alternativo onde consigo enxergar a forma e ouvir o barulho das maldições com clareza.
Any não perde um segundo. Ainda está sorrindo.
— Pelo que consegui desencavar nos livros antigos, para quebrar a maldição você vai precisar estar nesse “segundo plano”, como chama — diz ela. — Com o tempo e a prática, não vai precisar sair deste plano para identificar a magia.
O trem começa a andar. Poncho está de pé, apoiado em uma das barras verticais de ferro como um sentinela, e seus olhos examinam o vagão.
— O trabalho dos escudos, como Saul, é mantê-la em segurança enquanto delineia uma maldição — diz Any. — Você fica totalmente indefesa quando deixa este plano e entra no plano mágico. Um escudo vigia você e a protege contra ataques.


Minha pele formiga. Christian tinha feito esse mesmo trabalho quando eu estava experimentando... tentando ver as maldições. Havia sido meu escudo sem nenhum de nós saber. Uma onda de gratidão me invade, seguida por uma sensação de esvaziamento. Subitamente me sinto solitária e desejo que meu irmão estivesse comigo em vez destes dois estranhos.
— E Poncho foi escolhido para você? — pergunto, obrigando minha atenção a retornar ao presente.
— Ele me encontrou. — Any olha para Poncho, e, por alguns segundos, os anos desaparecem de seu rosto e revelam uma garota de olhos arregalados escondida por camadas de idade. — A época em que os escudos recebiam a tarefa oficial de proteger rastreadores já passou. Mas Poncho vem de uma longa linhagem de escudos e estava determinado a atender à vocação.
Arrisco um olhar ao homem imenso, que olha para mim por um instante e depois volta a examinar o vagão.
— Será que vou precisar do meu próprio escudo? — Eu me pergunto se poderia simplesmente subornar Christian com embalagens de Pop-Tart para que ele aceitasse o trabalho, mas, por outro lado, não quero realmente que meu irmão se meta em brigas com facas.
— Sem dúvida — diz ela. — Poncho poderia encontrar algum. Ainda tem contato com o que restou do grupo de seus iguais. Mas a solução mais simples seria que Poncho fosse seu escudo. Minha função no mundo mágico é limitada. Seu talento é muito mais valioso.
Poncho não diz nada, mas subitamente prende a respiração, e sei que não tem interesse em ir a lugar algum que não seja com Any.
— Essa não é nossa maior preocupação no momento — diz Any quando paramos na estação seguinte, e fico aliviada por ela mudar de assunto.
Ela segura minhas duas mãos e atrai meu olhar para o dela.
— Primeiro, temos de treinar sua consciência. — Suas instruções são praticamente abafadas pelo caos de passageiros que empurram, entrando e saindo do vagão, mas percebo que isso é um benefício para nós, o qual oferece o anonimato em meio ao barulho e às multidões. — Entre naquele plano no qual você consegue enxergar as maldições. Identifique as pessoas neste vagão (consigo apontar duas agora), depois, quando voltar para nós, tente manter a conexão. Tente continuar vendo as maldições neste plano.
— Ok. — Prendo a respiração e relaxo os ombros. É mais fácil agora do que quando tentei pela primeira vez. Estou passando do mundo desperto para os tons sépia e estranhos do segundo plano. Satisfeita por ter conseguido manter a respiração constante, começo a procurar no carro do metrô sinais de uma maldição. O zumbido desapareceu, ou então transformou-se nos sons naturais deste plano, do plano mágico. É como se os sons de alguma coisa raspando que enchiam minha cabeça na plataforma do metrô fossem nada mais do que este lugar estranho reclamando e exigindo minha atenção.


É fácil encontrar a primeira maldição. Fico chocada que a primeira vítima seja um homem diante de mim e de Any. Minhas bochechas ardem quando penso em como ela é paciente com uma iniciante, com alguém que não consegue nem mesmo ver uma maldição bem diante de si. Afasto o constrangimento e me concentro no feitiço. É diferente daqueles que vi com Christian. A forma deste é fixa e rígida, como uma caixa transparente que flutua ao redor da cabeça do homem. O som que o feitiço emite é uma pulsação contínua acompanhada pelo piscar semelhante ao da luz estroboscópica. Eu me obrigo a relaxar mais ainda e concentro meus sentidos na maldição, com esperanças de entendê-la. Lentamente o feitiço libera sua história. Assim como a maldição do artista no parque, este homem está sofrendo mentalmente.
A maldição é feita para causar confusão. Ele é consultor e tem uma apresentação em trinta minutos, mas não consegue se concentrar. A pulsação perturbadora da maldição atrapalha sua memória e força as frases de efeito há muito treinadas a fugirem de sua mente. Isso o deixa infeliz e fragiliza sua confiança a cada minuto. Fico me perguntando se a maldição é pessoal ou se é um tipo de sabotagem corporativa.
Apesar da minha compaixão pelo homem, sigo adiante; quero encontrar a outra maldição e continuar minha aula com Any. A segunda maldição é mais difícil de localizar.
É fraca, não passa de fios que circundam uma adolescente de pé no outro extremo do vagão. As linhas finas de fumaça dançam ao redor do corpo, sem restringi-la, mas causando dano do mesmo jeito. Faço uma careta. Embora o feitiço seja menos grave, ainda é cruel. Minha aposta é que é algum tipo de pegadinha de um único espírito ruim. A garota está tentando chegar em casa e pega o trem todos os dias. Mas hoje ela se perdeu.
Não consegue entender por que está tão confusa nem por que o mapa do metrô não faz sentido. Está ficando agitada, mas dá para ver ao observar a maldição deslizar por seus membros que esta tem pouca resistência e vai desaparecer naquele minuto.
Começo a entender o que Any quis dizer com uma “bela variedade de maldições”.
Mesmo durante o pouco tempo em que fui exposta a este mundo oculto e estranho, fico espantada com a gama de maldições existentes. Algumas são como a que estou observando agora: brincadeiras maldosas, mesquinhas e pequenas que tornam a vida confusa, mas não causam dano permanente; outras, como a que afeta o homem à nossa frente, poderiam não apenas lhe arruinar o dia, mas têm potencial para destruir sua carreira; e outras ainda, como a de Christopher, são poderosas e cruéis o suficiente para matar.


A náusea me faz ficar sem ar, e quero ir embora deste plano. Mas não consigo. Estou determinada a ser uma boa aluna. Por isso, em vez de voltar à realidade, sigo em frente, pouco a pouco, e mantenho parte dos meus sentidos em sintonia com as duas maldições que enxerguei. Depois volto ao meu corpo. As cores e sons do mundo que conheço retornam. Any me observa, e Poncho continua a patrulhar o carro com o olho.
— Então? — pergunta Any.
Meneio a cabeça para o homem diante de nós quando percebo que ainda consigo ver a luz estroboscópica piscando ao redor de sua cabeça.
— Ele. — Meus olhos vão até a garota nos fundos do carro. Está piscando as lágrimas dos cantos dos olhos conforme aparecem e tenta esconder o pânico. — E ela. — Os fios ainda flutuam ao redor de seu corpo. Neste plano, quase poderia tê-los confundido com fumaça de cigarro.
Any assente.
— Muito bom. Ainda consegue ver as maldições?
— Sim.
— Ela aprende rápido. — Any sorri para Poncho, que dá de ombros.
O trem para na estação seguinte. O homem amaldiçoado fica de pé e balança a cabeça ao sair do vagão. Uma onda de corpos invade o carro e se espreme contra nós, embora eu perceba que muita gente tenta, sem sucesso, dar espaço a Poncho. Ele se posiciona mais perto, portanto a forma gigantesca paira diretamente acima de mim e de Any.
— Tem outra — diz Any. — Uma nova maldição embarcou com este grupo. Consegue encontrá-la?
Faço que sim com a cabeça e começo a me afastar do barulho do espaço lotado. Any segura meu ombro e me sacode.
— Não. Não. — Ela gesticula em direção aos outros passageiros. — Você tem de tentar vê-la neste plano, sem ir para o segundo.
— Ok. — Não me sinto tão confiante assim, mas começo a me concentrar novamente na garota. Mal consigo encontrá-la em meio ao aperto das pessoas. Mas eu a entrevejo parcialmente e observo as trilhas de fumaça se movimentando ao seu redor. Tomo nota de como é ver aquela maldição neste plano e lentamente olho para os outros ocupantes do carro.
É o som que direciona minha visão. Aquele zumbido insistente do segundo plano me incomoda e atrai meus sentidos. A mulher está a duas barras de apoio de Poncho. Descrevê- la como imunda seria um elogio.



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Autor(a): leticialsvondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 31



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  • juhcunha Postado em 17/02/2015 - 00:54:41

    eu gostei mais o problema e que se alguem um dia vai ver ele pra mim um dia ela vai quebra a madiçao e eles vao ter filinhos e todos vao pode ver a familia deles!

  • juhcunha Postado em 08/02/2015 - 22:25:58

    Ai meu deus me diz que no final vai fica tudo bem e todos vao ver ele!

  • juhcunha Postado em 20/01/2015 - 21:43:13

    poxa nimguem pode mais ver ele que triste! posta mais!

  • juhcunha Postado em 19/01/2015 - 13:49:50

    Nao to entedendo mais nada agora todo mundo pode ver ele ou mais nimguem? posta mais!

  • juhcunha Postado em 19/01/2015 - 13:48:45

    desculpa nao ter comentado eu estava sem tempo tava uma locura aqui e casa ok!

  • juhcunha Postado em 13/01/2015 - 17:37:36

    cooitada da dul! o que sera que o ucker vai fazer!

  • juhcunha Postado em 05/01/2015 - 23:48:56

    a cada capitulo eu fico mais maluca por mais!

  • juhcunha Postado em 30/12/2014 - 03:03:36

    o que sera que o christopher vai fazer meu deus que curiosidade

  • juhcunha Postado em 27/12/2014 - 21:39:04

    Que bizarro essas maldicoes! Esse avo do ucker e muito ruim

  • juhcunha Postado em 15/12/2014 - 01:13:16

    nao se proculpa posta assim que pode gata


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