Fanfics Brasil - Capitulo 20 (PARTE 2) (Dulce) Invisível(adaptada)

Fanfic: Invisível(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capitulo 20 (PARTE 2) (Dulce)

706 visualizações Denunciar


— Os tônicos são apenas uma medida de emergência. Cada vez que você usa um, ele se torna menos eficaz. Precisa criar uma resistência natural às maldições. E isso leva tempo.
— E se não tivermos tempo? — pergunto. É uma pergunta sem sentido, e sei disso.
Sei que há histórias épicas de romance nas quais amar significa uma expectativa de morte. Onde tudo gira em torno de sacrifício. Mas não quero morrer, nem quero que Christopher morra. Estou procurando uma situação na qual nós dois continuemos vivos. Onde possamos continuar com esta maravilha que é o amor, a descoberta e a confiança. Não estou nem pedindo um “viveram felizes para sempre”. Apenas um “sobreviveram nesse meio tempo” para que a vida possa continuar acontecendo como quiser.
Deve haver outra tese. Alguma coisa que eu pudesse colocar em palavras que revelariam, por meio de mágica, um caminho através desse campo minado. Olho para Any na esperança de que ela tenha as palavras que eu não tenho.
Ela simplesmente põe as mãos sobre as minhas.
A única concessão que arranco de Any é a promessa de que ela não vai contar a Christopher o que realmente aconteceu no metrô. Olho para Poncho até ele também resmungar a promessa.
E as mentiras começam.
Ocultar coisas de Christopher, coisas perigosas, não é tudo que me incomoda conforme uma, duas, três semanas se passam. As mentiras me afastam dele. E não só por causa das barreiras que tenho de erguer em minha mente e meu coração. Sou afastada pela necessidade. Embora tenha dito a Any que não extrairia maldições sem sua supervisão, não estou disposta a me limitar às nossas lições diárias. Não posso contar a Christopher o que estou fazendo. Any parece satisfeita o suficiente com o fato de eu me ater ao nosso plano de treinamento, e confia piamente em minha palavra. Tenho certeza de que Poncho suspeita que estou trapaceando, pelo modo como o olhar caolho me fita durante as lições no magistorium. Mas se eu contasse a Christopher, ele tentaria me impedir. Não está disposto a me colocar em risco assim como não vou colocá-lo em risco. E não posso contar a Christian pela mesma razão.
Então sou só eu nessa. Vou sair pela cidade. Sozinha. E vou procurar maldições.
Eu me convenço de que não estou traindo Christopher, Christian e Any porque não estou me arriscando. Não com riscos grandiosos, afinal.
Embora consiga encontrar maldições de todos os formatos e tamanhos, de ridículas a assustadoras, extraio somente as pequeninas. São minha vacina autoadministrada contra as maldições. Eu deveria recolher uma taxa de todas as pessoas que salvei de dias sem táxi. Any não estava brincando quando disse que o feitiço dos táxis é uma maldição comum em Manhattan.


Para diminuir minha traição, tento limitar minha extração de maldições a uma por dia, depois das lições com Any, assim meu corpo pode ter o intervalo de horas para se recuperar. Quando não tenho uma reação muito ruim a uma maldição, corro para o apartamento para ver O Castelo Animado ou O Último Unicórnio pela milionésima vez, ou para continuar nosso torneio épico e inventivo de Palavras Cruzadas, no qual todas as palavras são inventadas, mas quem cria precisa dar sua definição e todos os jogadores têm de concordar que aquela definição é viável. Preenchemos nosso tempo com tudo que não envolva conversas sobre rastreadores e conjuradores.
Algumas vezes, não consigo disfarçar o cansaço causado pelas mentiras e pela extração das maldições. Quando isso acontece, Christopher me arrasta para seu quarto. Para seus braços. E eu durmo aninhada nele até me sentir forte o bastante para ir até as ruas movimentadas de novo.
Ele provavelmente percebe que estou escondendo alguma coisa. Mas prefere não perguntar nem pressionar sobre minha ausência crescente no prédio. De nosso local seguro. No início, sinto necessidade de criar um objetivo mítico e explicar que preciso aprender a me deslocar sozinha pela cidade caso queira conquistar a Stuy no outono.
Aparentemente, Christopher aceitou minhas palavras, apesar de seu vazio. Tenho certeza de que ele está preenchendo aquele buraco com a própria narrativa do que realmente estou fazendo. Por que estou passando mais tempo longe dele. Mas paramos de conversar mais sobre isso. Algumas vezes, me pergunto se ele tem medo de perguntar. Se de fato sabe que perfurar a fina camada entre a verdade e a ficção construída por mim fará as coisas desmoronarem, e nós perderemos tudo o que construímos juntos. Mas também não pergunto. Parece quase impossível que possamos ficar tão envolvidos e ainda assim nos contermos.
E assim continuamos nossa dança do novo amor, numa distância próxima.
Na manhã na qual o padrão se rompe, me faço a mesma pergunta que faço todos os dias: estou melhorando? Será que criei uma resistência? Será que eu deveria tentar extrair um feitiço mais forte?
Criei uma rotação regular de locais para avistar maldições. A fonte do anjo. A loja da Apple em frente ao hotel Plaza. O vendedor de balões perto do zoológico do Central Park.
Até retorno com alguma frequência ao trem que peguei com Millie e Saul, embora fazer isso sempre me cause calafrios e dor de estômago.


Estou nos corredores do museu Frick, o que me deixa inquieta. Eu me escondo nos museus quando preciso de um pouco de descanso. Não que esteja exatamente evitando as maldições, pois já vi algumas por aqui, mas entre esses monólitos culturais, o Frick é um local relativamente calmo e acabo aqui quando não me sinto forte o suficiente para encontrar uma grande variedade de maldições.
Nos salões, não perco muito tempo olhando as coleções. Prefiro admirar o prédio por sua finalidade original. Era a casa de alguém. Embora eu tivesse lido que o Sr. Frick construíra a casa com a intenção de que suas coleções um dia fossem abertas ao público, não consigo evitar sentir que o edifício está buscando redenção por sua opulência. Que as escadarias e as paredes ficam constrangidas, conscientes de que muito poucos nesta Terra tocarão o esplendor dourado oferecido por seu fundador. Considero o renascimento da mansão como museu um tipo de penitência por sua vida anterior como residência de um barão do aço: um palácio da Era Progressista que ficava a alguns quilômetros dos cortiços superlotados do Lower East Side.
O Frick, como tantos locais, me lembra que Nova York tem e sempre terá uma identidade construída sobre contradições. É o reflexo perfeito dos desequilíbrios da vida.
Talvez por essa razão eu tenha começado a me sentir tão à vontade aqui.
Talvez eu venha porque tenho esperança de me redimir também. Boas ações no futuro para apagar minhas mentiras atuais.
E, para minha surpresa, quando o tempo começa a acelerar, estou fitando um relógio.
Como tantos relógios no Frick, este é de ouro, mas é meu favorito por causa do anjo que mergulha na base. Seus braços seguram um homem, e não tenho certeza se pretende salvá-lo ou se o homem está fugindo do soldado de um deus vingador.
Há anjos por toda parte na cidade. Enquanto examino este, fico me perguntando se os anjos da cidade murmuram uns para os outros sobre o que veem. Quando trocam suas histórias, será que riem ou choram por nós? Provavelmente, as duas coisas.
Desde que minha vida fora tomada por feitiços e maldições, andei tendo um monte de pensamentos sobre possibilidades sobrenaturais. Não é um grande salto passar de conjuros a anjos telepáticos em obras de arte.
Quando começo a ouvir sussurros, porém, penso que minha imaginação precisa ser controlada. Eu me afasto do relógio, mas o som de vozes baixas, insistentes, ainda penetra em meus ouvidos. Um formigamento intenso e frio me sobe pelos braços. Um som de estalido claro e contínuo se une aos murmúrios.



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): leticialsvondy

Este autor(a) escreve mais 15 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
- Links Patrocinados -
Prévia do próximo capítulo

Deve ser o relógio. O que penso serem murmúrios são, na verdade, o zumbido das engrenagens e seus estalidos, no lugar do tique-taque clássico. Eu me inclino, assustada pelo fato de ser capaz de ouvir os ruídos mecânicos do relógio de modo tão claro. Não me lembro de tê-los notado em alguma vi ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 31



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • juhcunha Postado em 17/02/2015 - 00:54:41

    eu gostei mais o problema e que se alguem um dia vai ver ele pra mim um dia ela vai quebra a madiçao e eles vao ter filinhos e todos vao pode ver a familia deles!

  • juhcunha Postado em 08/02/2015 - 22:25:58

    Ai meu deus me diz que no final vai fica tudo bem e todos vao ver ele!

  • juhcunha Postado em 20/01/2015 - 21:43:13

    poxa nimguem pode mais ver ele que triste! posta mais!

  • juhcunha Postado em 19/01/2015 - 13:49:50

    Nao to entedendo mais nada agora todo mundo pode ver ele ou mais nimguem? posta mais!

  • juhcunha Postado em 19/01/2015 - 13:48:45

    desculpa nao ter comentado eu estava sem tempo tava uma locura aqui e casa ok!

  • juhcunha Postado em 13/01/2015 - 17:37:36

    cooitada da dul! o que sera que o ucker vai fazer!

  • juhcunha Postado em 05/01/2015 - 23:48:56

    a cada capitulo eu fico mais maluca por mais!

  • juhcunha Postado em 30/12/2014 - 03:03:36

    o que sera que o christopher vai fazer meu deus que curiosidade

  • juhcunha Postado em 27/12/2014 - 21:39:04

    Que bizarro essas maldicoes! Esse avo do ucker e muito ruim

  • juhcunha Postado em 15/12/2014 - 01:13:16

    nao se proculpa posta assim que pode gata


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais