Fanfic: Invisível(adaptada) | Tema: Vondy
Rangendo os dentes, dispenso a última pergunta porque meu instinto me diz para fazê- lo. Não que eu não acredite que Arbus seja capaz de tal hábito ofensivo, mas porque, de alguma forma, sei que estava procurando por mim. Não a mim especificamente, mas à rastreadora.
Eu me pergunto o que isso significa. O que essa armadilha potencial deveria me dizer.
Ao me lembrar da raiva de Any, de seu aviso, também me lembro do modo como seu rosto empalideceu. Do tremor nas mãos. De como ela ficou zangada: um tipo de fúria apenas liberada pelo pânico, pelo desenrolar da existência cuidadosamente construída de alguém. Saber que Maxwell Arbus havia retornado a Nova York a assustava mais que qualquer outra coisa. Dava para ver que ela temia por si mesma. Mas temia ainda mais por mim.
Ouço uma batida à porta; Christian entra no meu quarto sem esperar resposta e cerra a porta atrás de si. Quando vê meu rosto, faz uma careta.
— Eu sei que o kajal fez maravilhas para Cleópatra, mas acho que você exagerou. Da próxima vez, pense em esfumar, não em ficar igual a um panda.
— Cale a boca e me dê um lenço de papel. — Levanto a mão até ele colocar um lencinho em minha palma.
Enquanto limpo o carvão do rosto e dos dedos, Christian perambula pelo quarto. É um gesto impressionante, considerando a pequenez do espaço. Ele tenta espiar meu desenho.
Não me dou ao trabalho de esconder; não vejo razão para cobrir meu quase-mapa borrado que ilustra a distância entre nosso apartamento e o Upper East Side.
Após alguns minutos de silêncio e umas encaradas esquisitas, Laurie percebe que não vou confessar nada, então prefere bancar o casual.
— Então, o que você anda desenhando?
— A vizinhança.
Christian estica o pescoço, na esperança de me flagrar numa mentira. Mas é mesmo a vizinhança, e um pouquinho mais.
— Roteiro novo? — pergunta ele.
Faço um barulho evasivo.
— María! — Christian grita meu nome de um jeito resmungão. Então agarra punhados de cabelo e puxa até ficarem para cima. O gesto atrai minha atenção. Ele costumava fazer isso quando era pequeno e estava realmente chateado comigo. Fico particularmente assustada porque essa coisa do cabelo costuma ser acompanhada pelo chilique, com direito a tudo, gritos, rosto vermelho como um tomate.
— Christian... — começo.
— Não. — Ele me interrompe e se obriga a respirar fundo enquanto o fito, espantada com seu rosto, que está ficando arroxeado.
— Preste... atenção... — O olhar intimidador de Christian se torna muito mais convincente.
Meneio a cabeça com um pouco de medo de que ele possa desmaiar.
— Vai me contar o que está acontecendo — diz ele. — Estou tentando não me meter nisso, mas você está me obrigando.
— Hummm. — Não tenho resposta para ele, mas agora seu rosto está rosa bem clarinho em vez de roxo. Considero isso um bom sinal.
— Apesar de toda essa loucura que, efetivamente, é só a realidade, você ainda é minha irmã e eu te amo.
Alguns segundos se passam e eu digo:
— Tá bom.
— E você sabe o que isso significa.
— Sei? — Não tenho certeza se sei.
Christian assente.
— Isso significa que estou nesse negócio com você. E vai me contar o que está acontecendo, o que está planejando e como posso ajudar. Porque eu vou ajudar. Não me obrigue a fazer seu material de arte de refém. Nós sabemos que isso pode ficar bem feio.
Abro um sorriso, e ele responde:
— Ótimo. Agora fale.
— Acho que Any tem razão — digo a ele, concedendo a vitória. Levanto meu desenho grosseiro para que ele possa vê-lo melhor e explico: — Quando disse que Arbus provavelmente tentou me atrair. Não sei se estava procurando por mim em particular, mas tenho a sensação de que ele estava atrás de uma rastreadora.
— Seu sentido aranha está coçando?
— Sim. — Ponho a página de lado. — Isto aqui era só eu pensando no papel. Tentando decifrar por quais outros lugares ele pode ter passado.
Christian analisa o desenho mais uma vez.
— Você acha que ele está pela nossa vizinhança?
— Não sei — respondo. — Mas talvez não seja uma coisa ruim.
— Como é que isso pode não ser uma coisa ruim? — pergunta Christian.
Corro os dedos pelo papel, borrando as linhas, cruzando o Central Park com uma teia de sombras.
— Porque significa que eu poderia atraí-lo.
O rosto de Christian repuxa.
— E por que iria querer fazer isso?
— Para poder ter uma noção melhor de com o que estou lidando — digo, com mais confiança do que sinto.
Autor(a): leticialsvondy
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— Mas e quanto a tudo que Any disse sobre ele? — Laurie se levanta e balança a cabeça. — Você não pode ficar frente a frente com um homem como Maxwell Arbus.— Não acho que exista outro jeito de lidar. Ele é o cara mau. Nós bancamos os machos e o pegamos.— Para começo de conversa, v ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 31
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juhcunha Postado em 17/02/2015 - 00:54:41
eu gostei mais o problema e que se alguem um dia vai ver ele pra mim um dia ela vai quebra a madiçao e eles vao ter filinhos e todos vao pode ver a familia deles!
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juhcunha Postado em 08/02/2015 - 22:25:58
Ai meu deus me diz que no final vai fica tudo bem e todos vao ver ele!
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juhcunha Postado em 20/01/2015 - 21:43:13
poxa nimguem pode mais ver ele que triste! posta mais!
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juhcunha Postado em 19/01/2015 - 13:49:50
Nao to entedendo mais nada agora todo mundo pode ver ele ou mais nimguem? posta mais!
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juhcunha Postado em 19/01/2015 - 13:48:45
desculpa nao ter comentado eu estava sem tempo tava uma locura aqui e casa ok!
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juhcunha Postado em 13/01/2015 - 17:37:36
cooitada da dul! o que sera que o ucker vai fazer!
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juhcunha Postado em 05/01/2015 - 23:48:56
a cada capitulo eu fico mais maluca por mais!
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juhcunha Postado em 30/12/2014 - 03:03:36
o que sera que o christopher vai fazer meu deus que curiosidade
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juhcunha Postado em 27/12/2014 - 21:39:04
Que bizarro essas maldicoes! Esse avo do ucker e muito ruim
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juhcunha Postado em 15/12/2014 - 01:13:16
nao se proculpa posta assim que pode gata