Fanfic: Invisível(adaptada) | Tema: Vondy
Ao avistar o pé de cabra, Christopher permanece prudentemente em silêncio. Imóvel, eu me coloco no caminho entre ele e Christopher.
Any sacode o dedo para o homem imenso.
— Abaixe isso. É só o garoto.
— Ninguém entra sem ser revistado por mim! — berra Poncho. As veias em seu pescoço estão latejando. — Não me importo quem seja. São as regras!
Como se estivesse falando para uma fera enraivecida, Any arrulha:
— Está tudo bem, Poncho. Não há perigo. Christopher não sabia.
Ela olha para mim, pedindo ajuda.
— Alguma coisa aconteceu — falei rapidamente. — Não foi?
Certificando-se de que está fora do alcance do pé de cabra, Christopher fala: — O parque.
Ele começa a tossir, as pernas e braços estremecem com violência, e percebo que ele está arfando de forma seca.
— Ele está doente? — pergunta Any, e semicerra os olhos ao ouvir os sons roucos que saem da garganta de Christopher.
— Não sei. — O medo deixa um sabor amargo e desagradável em minha boca. — Christopher...
— Estou bem. — Ele se endireita, mas o rosto perdeu toda a cor.
Poncho se inclina na direção dele.
— Preste atenção, garoto...
— Cale a boca! — berro para Poncho. — Se você pudesse vê-lo...
Eu me aproximo de Christopher com cuidado e ergo as mãos para tocar-lhe as bochechas com as pontas dos dedos. Ele apoia as palmas em meus dedos. A pele está fria.
— Conte-me. — Olho diretamente nos seus olhos e espero que nossa conexão o ajude a enfrentar o que quer que seja.
Sem desviar o olhar, Christopher meneia a cabeça.
— Ele estava lá, Dulce, depois que você foi embora. Não consegui vê-lo. Mas estava lá.
— Seu avô. — O horror me rouba o ar, e a frase sai como um sussurro. Não é assim que deveria acontecer. Eu ia manter Arbus longe de Christopher. Sou a rastreadora. Sou eu quem pode salvar Christopher. Mas Arbus chegou primeiro. Falhei antes de começar.
Christopher ainda está falando, as palavras febris:
— Ele lançou maldições. Não apenas uma. Em todas as pessoas à minha volta.
— Maldições múltiplas? — Eu me viro para Any. — Ele pode fazer isso?
Any não me responde. Em vez disso, pergunta a Christopher:
— Que maldições?
Ele estremece.
— Maldições para matar. Matar de modo horrível. Um homem... pôs fogo em si mesmo.
Prendi a respiração. Nada que eu tivesse visto — o que pensei ser o pior tipo de tormento em maldições —, chegava perto disso.
Mas não havia acabado.
— Ele fez uma mulher comer terra. E outra mulher... ela ia arrancar os próprios olhos com as unhas.
Devo ter arfado, porque Christopher diz:
— As pessoas a impediram. Mas ela ainda estava lutando contra elas, tentando arrancar a própria pele.
Any põe as mãos sobre a boca, mas os olhos foram de Christopher para Poncho. Acompanho o olhar dela com rapidez suficiente para captar o espasmo no rosto dele. Um espasmo no grupo de músculos no qual um dos olhos costumava ficar.
Ainda preso em suas lembranças, Christopher não percebe.
— Eu não podia fazer nada para impedir. — Ele faz uma pausa, a respiração
entrecortada. — E senti que ele era capaz de fazer isso por minha causa.
— Do que você está falando? — Tiro as mãos do seu rosto e seguro seus ombros.
— Quando as maldições se manifestaram, não apenas vi o que elas eram. Alguma coisa física aconteceu. Como se ele estivesse drenando poder de mim.
Passo os polegares pelas costas das mãos dele, na esperança de transferir um pouco de calor da minha pele para a dele. De devolver um pouco da vida que o avô acabara de roubar.
— Nada disso é sua culpa — digo. — Nunca foi nem nunca será.
Christopher fica em silêncio. Mantenho as mãos dele nas minhas, mas olho para Any.
— É ele? É Arbus?
— Essas maldições — diz ela lentamente, e afunda na cadeira — são algumas das marcas registradas de Maxwell.
— E foi isso... — Eu me viro para Poncho, sem ter certeza se devo fazer a pergunta que me vem à mente, mas descubro que o vulto imenso já está desaparecendo escada acima.
Passada a raiva, aparentemente já estava cansado da gente. Ou talvez o magistorium tivesse se enchido de lembranças dolorosas demais para ele suportar.
Sem Poncho para nos ouvir, concluo meu pensamento:
— Poncho perdeu um olho por causa de Maxwell Arbus?
Autor(a): leticialsvondy
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— Sim — responde Any com firmeza. — Mas isso foi há muito tempo. Poncho já superou. E eu também.Por mais que eu desejasse o contrário, minhas emoções estão abaladas.— Superou? — Dou meia-volta e parto para cima de Any, agitando os braços como uma marionete surtada. — N&atild ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 31
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juhcunha Postado em 17/02/2015 - 00:54:41
eu gostei mais o problema e que se alguem um dia vai ver ele pra mim um dia ela vai quebra a madiçao e eles vao ter filinhos e todos vao pode ver a familia deles!
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juhcunha Postado em 08/02/2015 - 22:25:58
Ai meu deus me diz que no final vai fica tudo bem e todos vao ver ele!
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juhcunha Postado em 20/01/2015 - 21:43:13
poxa nimguem pode mais ver ele que triste! posta mais!
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juhcunha Postado em 19/01/2015 - 13:49:50
Nao to entedendo mais nada agora todo mundo pode ver ele ou mais nimguem? posta mais!
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juhcunha Postado em 19/01/2015 - 13:48:45
desculpa nao ter comentado eu estava sem tempo tava uma locura aqui e casa ok!
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juhcunha Postado em 13/01/2015 - 17:37:36
cooitada da dul! o que sera que o ucker vai fazer!
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juhcunha Postado em 05/01/2015 - 23:48:56
a cada capitulo eu fico mais maluca por mais!
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juhcunha Postado em 30/12/2014 - 03:03:36
o que sera que o christopher vai fazer meu deus que curiosidade
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juhcunha Postado em 27/12/2014 - 21:39:04
Que bizarro essas maldicoes! Esse avo do ucker e muito ruim
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juhcunha Postado em 15/12/2014 - 01:13:16
nao se proculpa posta assim que pode gata