Fanfic: Invisível(adaptada) | Tema: Vondy
— Tenho sido tão tola — diz Any. — Muito tola mesmo.
Parei de bater os punhos na porta e agora estou tateando através da pequena fenda que criei, tentando entender o que está impedindo a abertura da porta. Enquanto isso, Dulce conduziu Any e a fez sentar ao seu lado nos degraus.
— Por você tem sido tola? — pergunta Dulce.
— Poncho me disse que isso ia acontecer. Assim que vocês saíram, no primeiro dia, ele disse para esquecer essa história. Ele sabia que você traria Arbus aqui, de um jeito ou de outro.
— Mas por que Arbus iria querer matar você?
— Porque sou uma rastreadora. Porque sou uma das últimas. Porque há muitos anos nossos caminhos se cruzaram.
— Por que você não nos contou isso, para começar? — Dulce está furiosa. — Você mentiu pra nós.
Any apruma a postura.
— Não acho que você deveria ser a pessoa a ensinar a lição sobre mentiras, mocinha.
Paro o que estou fazendo e estudo os rostos de ambas. As duas são teimosas. As duas estão com raiva. As duas sentem-se culpadas.
— O que está acontecendo? — pergunto. Não posso ser mais específico que isso porque não tenho acesso às coisas específicas.
— Conte o que aconteceu — pede Dulce a Any, como se minha pergunta não se aplicasse a ela.
Any suspira.
— Foi há vinte anos. Eu tinha pouca experiência como rastreadora. Clientes particulares.
Nenhuma publicidade... tudo era no boca a boca. Não era muita coisa, mas pagava as contas. E eu sentia que estava prestando um serviço. Estritamente diagnóstico, mas ficaria surpreso com a importância que representava para as pessoas. Saber que não era culpa delas. Saber que não estavam loucas.
— Eu havia tido alguns encontros com conjuradores... Numa cidade tão grande assim, isso é inevitável. Mesmo que não morem aqui, estão sempre de passagem. Mas era raro encontrá-los cara a cara. Na maioria das vezes, eu os conhecia por meio de seu trabalho.
— Subitamente, essas maldições intrincadas começaram a aparecer. Eu não sabia o que fazer com elas. Tinha ouvido falar dos padrões das maldições de Arbus, mas eu mesma jamais tinha visto alguma.
— Quem lhe contou sobre ele? — perguntei.
— Outros rastreadores. Estão mortos agora. — Any balança a cabeça. — Antigamente, havia uma rede. Agora há somente postos avançados. Antes, se alguém como Arbus aparecesse, haveria uma dezena de pessoas para serem chamadas. Agora não sei o que fazer.
— Então o que aconteceu depois que você começou a ver pessoas com essas maldições? — pergunta Dulce, tentando fazer Any voltar à história.
— Fiz o melhor que podia. Não conseguia compreender algumas. E outras me assustavam profundamente. Comecei a perambular pelas ruas e a procurar vestígios de Arbus. Eu era tão ingênua; não era jovem, mas ainda era ingênua. Não percebi que ele estava atrás de nós. Queria destruir todos os rastreadores para que os conjuradores pudessem reinar livremente.
— Mas como ele sabia que a senhora era uma rastreadora?
— Imagino que usou uma isca. É um dos truques mais antigos no livro. Um conjurador lança uma maldição em alguém sabendo que a pessoa vai correr até o rastreador mais próximo. Daí, assim que o indivíduo amaldiçoado descobre que o rastreador não pode, de fato, curá-lo da maldição, o conjurador retorna e se oferece para acabar com o feitiço em troca de informações. Quem conseguiria resistir a uma oferta dessas?
— Então alguém dedurou você? — pergunta Dulce.
— Imagino que sim. Ou talvez Arbus tenha percebido minha presença. Não há como ter certeza. Muitas vezes eu me perguntava o que o trouxera a Nova York, mas agora imagino que estivesse procurando por sua mãe, Christopher. Eu gostaria de pensar que não foi totalmente fortuito.
— Então o que aconteceu? — pergunto. — Ele foi atrás da senhora?
Lágrimas começam a se formar novamente nos olhos de Any enquanto ela se recorda.
— Foi uma emboscada. Eu estava acabando de trancar a loja à noite. Era tarde, e eu não estava prestando atenção. Foi como se ele simplesmente tivesse aparecido ali, do nada. Não disse uma palavra, mas eu sabia quem ele era. Tentei gritar e pedir ajuda, mas a mão foi rápida demais ele foi direto na minha garganta. Derrubei as chaves e chutei com toda a força. E Poncho... de algum modo Ponci descobriu que havia algo errado. Quando eu estava prestes a desmaiar, ele chegou, me salvou e pagou um preço alto por isso. Isso causou tal comoção que outras pessoas vieram correndo também. Arbus tentou amaldiçoá-las, uma por uma, mas ele só conseguia lidar com determinado número de pessoas por vez. Então fugiu. E eu sobrevivi. Mas ele não é o tipo de homem que se esquece dos negócios inacabados, é? O único meio de se livrar de um rastreador é matando-o. Tenho certeza de que Arbus sabe disso.
Olho para Elizabeth a fim de ver se ela assimila isso. Olho para Dulce na esperança de que ela comece a desmoronar, ao menos uma fissura. Quero que ela sinta o medo que estou sentindo.
Mas se Any está arrasada e eu estou com medo, Dulce mantém a aparência de determinação tranquila. Está assimilando tudo, mas isso não a perturba. É apenas informação. Não é uma ameaça de morte, porque ela não vai permitir que seja.
Gostaria de saber o motivo.
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— Alguma sorte com a porta? — pergunta ela.
Eu me esqueci completamente da porta.
— Vamos ver — diz ela, e fica de pé. — Meus braços são mais finos. Deixe-me tentar.
Ela encosta na porta e tateia ao redor.
— Parece que ele colocou toda a mobília do cômodo contra ela — comenta. Depois pega o celular. — Vou ligar para pedir reforços.
Christian leva cerca de vinte minutos para chegar e mais dez para afastar a mobília de modo que haja espaço suficiente para sairmos.
Enquanto esperamos que termine, tento obter mais informações de Any.
— Há algum meio de conseguirmos pará-lo? — pergunto a ela. — Quero dizer, o que é que Poncho está tentando fazer agora?
— Não sei o que Poncho pensa que pode fazer. Ele não é um assassino. Nenhum de nós é. Mas é isso que nos custaria. Conjuradores são seres humanos como o restante de nós. Se você esfaqueá-los, vão sangrar. Você só precisa pegá-los primeiro. Pegá-los desprevenidos. E isso é algo extremamente difícil de se fazer.
— Mas pode ser feito — diz Dulce. Nem mesmo me dera conta de que ela estava prestando atenção em nossa conversa.
— Sim — diz Any. — Pode ser feito.
Tal fato não parece muito encorajador para ela. Pronuncia as palavras, mas o tom de voz está entremeado de dúvida.
Autor(a): leticialsvondy
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— Quase lá! — grita Christian.Eu me aproximo de Dulce para que any não escute.— Vamos para casa depois disso — digo. — Ou vamos ao cinema com Christian. Uma coisa normal.Dulce se afasta de mim. Não de modo dramático, mas o suficiente para que eu perceba. — Arbus está lá fora — diz ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 31
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juhcunha Postado em 17/02/2015 - 00:54:41
eu gostei mais o problema e que se alguem um dia vai ver ele pra mim um dia ela vai quebra a madiçao e eles vao ter filinhos e todos vao pode ver a familia deles!
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juhcunha Postado em 08/02/2015 - 22:25:58
Ai meu deus me diz que no final vai fica tudo bem e todos vao ver ele!
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juhcunha Postado em 20/01/2015 - 21:43:13
poxa nimguem pode mais ver ele que triste! posta mais!
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juhcunha Postado em 19/01/2015 - 13:49:50
Nao to entedendo mais nada agora todo mundo pode ver ele ou mais nimguem? posta mais!
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juhcunha Postado em 19/01/2015 - 13:48:45
desculpa nao ter comentado eu estava sem tempo tava uma locura aqui e casa ok!
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juhcunha Postado em 13/01/2015 - 17:37:36
cooitada da dul! o que sera que o ucker vai fazer!
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juhcunha Postado em 05/01/2015 - 23:48:56
a cada capitulo eu fico mais maluca por mais!
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juhcunha Postado em 30/12/2014 - 03:03:36
o que sera que o christopher vai fazer meu deus que curiosidade
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juhcunha Postado em 27/12/2014 - 21:39:04
Que bizarro essas maldicoes! Esse avo do ucker e muito ruim
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juhcunha Postado em 15/12/2014 - 01:13:16
nao se proculpa posta assim que pode gata