Fanfics Brasil - Capitulo 25 (PARTE 3) (Christopher) Invisível(adaptada)

Fanfic: Invisível(adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capitulo 25 (PARTE 3) (Christopher)

600 visualizações Denunciar


— Christopher — continua a voz. — Achei que já era hora de nos encontrarmos.
A voz é velha, mas não é fraca. É grave, rouca e desprovida de qualquer traço de bondade. Permaneço em silêncio. Falar alguma coisa seria reconhecer a presença dele. Eu me recuso a fazer isso.
— O apartamento não é como imaginei — diz meu avô. — Durante todos esses anos, não sei o que eu estava pensando.
A voz é simplesmente como qualquer voz seria. Mas o corpo não está lá. É isso que me atinge, que me magoa. Isso é como eu pareço para outras pessoas. É assim que deve ser ficar comigo em um cômodo.
E como é apropriado que Maxwell Arbus seja a primeira pessoa a não estar aqui comigo.
— Sei que você está aqui — diz ele. — Posso sentir. É parte disso, sabe. Uma pessoa que pinta um quadro não o vivencia do mesmo modo que um estranho. Há um elemento de experiência em cada encontro, e essa experiência se manifesta não na visão, mas na sensação. O mesmo acontece com o que faço. Sei que você está aí porque criei você. Ele está de pé diante da porta. Quer que eu saiba com precisão onde ele está. Bloqueando minha fuga.
Não digo nada.
— Não precisa ter medo. O que passou, passou. Como você tem andado na companhia de rastreadores, imagino que faça alguma ideia do que aconteceu. Talvez sua mãe tenha lhe contado. Ou seu pai.
Ele espera alguma coisa de mim. Não vou lhe dar isso.
Ele tenta soar paciente, mas não é bom em disfarçar a insatisfação.
— Estou velho, Christopher. Estou cansado. Só posso imaginar o que sua mãe lhe contou, mas, acredite, havia dois lados nessa história. Ela não era uma mulher forte. Não quis o poder que eu podia lhe dar. Mas você, Christopher... você é forte.
Desta vez, ele finge que respondi.
— Como sei que você é forte? Porque conheço sua maldição. Sei o que deve ter sido conviver com ela. Você precisa ser forte. Se não fosse, não sobreviveria.
— O que você quer? — pergunto baixinho.
— Aí está. É bom estarmos conversando. Não quero nada para mim, Christopher. Não mesmo. O que quero é que você aceite seus direitos inatos. Ao passo que meu tempo diminui, quero dar a você o que é seu. É um legado poderoso... deve perceber isso. E não tenho mais ninguém a quem dá-lo. Ninguém o merece mais que você.


Volto a ficar em silêncio. Ele parece racional, não malévolo. Mas ainda é o lobo diante da porta.
— É fácil retirar a maldição — diz ele. — Assim que você concordar, posso fazer isso em questão de minutos. Ficará visível para todos. Pense nisso. Na vida que teria.
Tem uma pegadinha nisso. Tem de haver uma pegadinha.
— Diga a palavra, Christopher. Diga que você não quer mais ser invisível.
Não confio em você. As palavras de Any estão aí. Mesmo que minhas esperanças queiram assumir o controle e fazer um acordo com ele, sei que não confio nele. Não está oferecendo isso por bondade genuína, porque não há bondade em seu coração.
Ele ri, melancólico.
— Eu já devia saber... Você simplesmente é como sua mãe.
A intenção não era que fosse um elogio.
Quero gritar com ele. Quero dizer que ele nem mesmo sabe o significado de força se pensa que minha mãe era fraca. Que ele não é capaz de imaginar o inferno que a fez passar e o que foi necessário para percorrê-lo. Especialmente comigo. Especialmente com o filho invisível de quem ela cuidou em todos os dias de sua vida. E, sim, no fim, isso a derrotou. No fim, o corpo dela cedeu. Mas ela durou tempo suficiente para que eu me tornasse uma pessoa. Ela durou tempo suficiente para saber que eu sobreviveria.
Mas não digo nada disso a ele. Não grito. Não ataco. Porque não quero que ele pense que sou seu inimigo... embora eu seja.
— Você realmente fala sério quando diz que eu também poderia ser um conjurador? — pergunto num sussurro sem fôlego, como se ele fosse o Papai Noel realizando meu maior e melhor desejo.
— Claro — retruca ele, a voz monótona. — Afinal, você é um Arbus.
— Você me ensinaria?
Imagino que esteja concordando com a cabeça e, então, se dê conta de que não tenho como ver. Há uma pausa, e ele diz em seguida:
— Sim, ensinaria.
Nesse exato momento, eu poderia desfazer isso. Tudo o que preciso é dizer a ele que quero, e ele pode dar fim ao que pensei ser uma prisão perpétua.
Mas se eu fizer isso, ele poderia pôr uma maldição nova e diferente em mim. E a energia da antiga maldição que retornaria para ele poderia torná-lo ainda mais poderoso que antes.
Não posso arriscar. Mas também não posso arriscar que saiba que não estou do seu lado.


— Preciso de tempo — respondo. — Não muito, só um pouco. Porque isso mudará tudo. E quero me preparar.
— Não é uma coisa na qual você precise pensar — argumenta ele, irritado. — Estou oferecendo a você o que imagino ser tudo o que mais desejou na vida. Posso nunca voltar a oferecer. Eu o aconselharia a aceitar.
Assumo o tom irritado dele.
— Eu não cheguei tão longe fazendo juízos precipitados. Você diz que quer que eu me junte aos seus negócios de família? Bem, você quer um trabalhador impulsivo ou alguém que analise todos os ângulos? Se estiver procurando por um idiota, há milhões de outras pessoas nesta cidade para escolher.
Desta vez, é ele quem fica em silêncio. Forcei muito a barra, penso.
Finalmente, ele diz:
— Vou lhe dar 24 horas. E isso, você descobrirá, é muito generoso da minha parte.
Você viu o que posso fazer com as pessoas. Não tome a decisão errada, ou muita gente pagará por isso.
A porta abre e fecha. Suponho que ele foi embora. Mas, até onde sei, ainda está aqui. Observando. Assombrando. Sabendo.
Ele não falou como vai me encontrar daqui a 24 horas.
Mas não imagino que isso vá ser um problema.
Não para ele.



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): leticialsvondy

Este autor(a) escreve mais 15 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
Prévia do próximo capítulo

Estou tão acostumada ao som baixinho dos pés de Any se arrastando de um lado a outro nos limites do magistorium que fico admirada com a rapidez com que caminha. Com o cabelo grisalho brilhando conforme capta a luz do sol da tarde, ela desliza no fluxo veloz das ruas de Manhattan, e eu me apresso para acompanhá-la.Christian também no ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 31



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • juhcunha Postado em 17/02/2015 - 00:54:41

    eu gostei mais o problema e que se alguem um dia vai ver ele pra mim um dia ela vai quebra a madiçao e eles vao ter filinhos e todos vao pode ver a familia deles!

  • juhcunha Postado em 08/02/2015 - 22:25:58

    Ai meu deus me diz que no final vai fica tudo bem e todos vao ver ele!

  • juhcunha Postado em 20/01/2015 - 21:43:13

    poxa nimguem pode mais ver ele que triste! posta mais!

  • juhcunha Postado em 19/01/2015 - 13:49:50

    Nao to entedendo mais nada agora todo mundo pode ver ele ou mais nimguem? posta mais!

  • juhcunha Postado em 19/01/2015 - 13:48:45

    desculpa nao ter comentado eu estava sem tempo tava uma locura aqui e casa ok!

  • juhcunha Postado em 13/01/2015 - 17:37:36

    cooitada da dul! o que sera que o ucker vai fazer!

  • juhcunha Postado em 05/01/2015 - 23:48:56

    a cada capitulo eu fico mais maluca por mais!

  • juhcunha Postado em 30/12/2014 - 03:03:36

    o que sera que o christopher vai fazer meu deus que curiosidade

  • juhcunha Postado em 27/12/2014 - 21:39:04

    Que bizarro essas maldicoes! Esse avo do ucker e muito ruim

  • juhcunha Postado em 15/12/2014 - 01:13:16

    nao se proculpa posta assim que pode gata


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais