Fanfic: Invisível(adaptada) | Tema: Vondy
Estou tão acostumada ao som baixinho dos pés de Any se arrastando de um lado a outro nos limites do magistorium que fico admirada com a rapidez com que caminha. Com o cabelo grisalho brilhando conforme capta a luz do sol da tarde, ela desliza no fluxo veloz das ruas de Manhattan, e eu me apresso para acompanhá-la.
Christian também notou.
— O que diabos ela põe no chá? — irrita-se ele, e corre ao meu lado quando nos flagramos fazendo esforço para acompanhar o passo de Any.
— Um torrão de açúcar e um pouco de leite — digo com um gemido quando perco Any de vista na multidão que se dirige ao Museu de História Natural. — Talvez ela faça caminhadas rápidas em shoppings com outros idosos.
— Plantão de Notícias, Maria — retruca Christian. — Estamos em Manhattan agora. Zona livre de shoppings. Os shoppings ficaram no passado, em Minnesota.
Agarro a mão dele e o puxo quando entrevejo o penteado cuidadosamente preso de Any balançando no mar de turistas.
Christian aperta meus dedos com força.
— Ela está tentando nos despistar? — Ele parece um pouco magoado e com muito medo.
Eu compreendo. É assim que me sinto também.
Mas não porque Any parece mais decidida a chegar ao destino do que certificar-se de que sua única aluna — e talvez a única outra rastreadora ainda viva — a esteja acompanhando. Não posso deixar de notar que a distância entre nós está aumentando. Ao passo que as pessoas continuam a entrar na minha frente e na de Laurie, nos atrasando ainda mais, a multidão se ajusta para acomodar a marcha determinada de Any.
Parte de mim não a culpa por não se importar se estou sendo deixada para trás agora.
Não tenho sido exatamente uma aluna exemplar. Em vez de permitir que as pessoas que me ajudam se aproximem, eu as tenho afastado. Por mais que tenha justificado minhas escolhas e o rastreamento solitário como necessidades, como parte de tentar solucionar o quebra-cabeça da maldição de Christopher, sei que isso também é mentira. É só mais um pretexto para evitar algo mais assustador que magia ou maldições: confiar em outra pessoa. Amar outra pessoa. Precisar de outra pessoa.
As mentiras que contamos para nós mesmos são as piores.
A massa de corpos que ocupa a calçada da Central Park West transformou-se num engarrafamento. As pessoas à minha volta param e fitam o outro lado da rua, boquiabertas. Celulares saem dos bolsos para disparar uma rápida torrente de mensagens ou fazer um vídeo. A sensação de alarme dispara uma descarga elétrica no ar, tão palpável que quase consigo enxergá-la. Fico me perguntando se isso significa que todos estamos amaldiçoados agora.
— Fique de olho em Any — digo a Christian. — Não a perca de vista.
Confiando que ele me ouviu, fico na ponta dos pés e espio por cima da multidão — e não os culpo por olharem.
Devo ter ficado tensa, porque Laurie puxa minha mão levemente.
— Ainda observando o alvo, juro — diz ele. — Mas qual é o problema?
— Estão fechando o parque. — Vejo as viaturas alinhadas com as sirenes piscando. A polícia de Nova York organiza as barricadas e interrompe o tráfego, inclusive o de pedestres, até o Central Park. O barulho dos cascos forrados, com ferro das montarias da polícia ressoa na calçada quando mais policiais chegam e bloqueiam as trilhas, impedindo que quaisquer observadores mais curiosos se aproximem demais.
Christian me incita a avançar. Meus ouvidos estão atentos, e meu peito fica apertado quando ouço a onda crescente de pânico nas vozes dos outros observadores.
— O parque inteiro? Não. Isso não pode estar certo. Sério? A coisa toda?
— Seis pessoas? Ouvi dizer que eram vinte!
— Deus, outro ataque não. Outro não.
— Com certeza deviam fechar. Não dá pra deixar os filhos da mãe saírem dali.
Provavelmente estão escondidos na mata.
— Bioterrorismo? Ai, meu Deus. Será que temos de sair da cidade?
— Já acabou? Tiraram todo mundo?
Uma voz muito mais próxima me afasta do alarido.
— Graças a Deus.
— Graças a Deus pelo quê? — pergunto a Christian, que me puxa com força para a esquerda.
— Any mudou de direção — responde ele. — Eu não aguentaria nem mais um segundo naquela calçada.
Não sei se ele se refere ao emaranhado de corpos que impedia nosso progresso ou ao terror infeccioso que está se espalhando pela multidão. Meu estômago parece uma colmeia de abelhas, vivo e me ferroando.
Autor(a): leticialsvondy
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 31
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juhcunha Postado em 17/02/2015 - 00:54:41
eu gostei mais o problema e que se alguem um dia vai ver ele pra mim um dia ela vai quebra a madiçao e eles vao ter filinhos e todos vao pode ver a familia deles!
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juhcunha Postado em 08/02/2015 - 22:25:58
Ai meu deus me diz que no final vai fica tudo bem e todos vao ver ele!
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juhcunha Postado em 20/01/2015 - 21:43:13
poxa nimguem pode mais ver ele que triste! posta mais!
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juhcunha Postado em 19/01/2015 - 13:49:50
Nao to entedendo mais nada agora todo mundo pode ver ele ou mais nimguem? posta mais!
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juhcunha Postado em 19/01/2015 - 13:48:45
desculpa nao ter comentado eu estava sem tempo tava uma locura aqui e casa ok!
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juhcunha Postado em 13/01/2015 - 17:37:36
cooitada da dul! o que sera que o ucker vai fazer!
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juhcunha Postado em 05/01/2015 - 23:48:56
a cada capitulo eu fico mais maluca por mais!
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juhcunha Postado em 30/12/2014 - 03:03:36
o que sera que o christopher vai fazer meu deus que curiosidade
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juhcunha Postado em 27/12/2014 - 21:39:04
Que bizarro essas maldicoes! Esse avo do ucker e muito ruim
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juhcunha Postado em 15/12/2014 - 01:13:16
nao se proculpa posta assim que pode gata