Fanfic: A espiã que me amava - vondy adap. (terminada) | Tema: romance e hot

Que, se as informações que recebera estivessem corre­tas, fora libertada por Liverpool em virtude da ausência de provas contra ela.

Com muito esforço, Ren jogou os pés para fora da cama e, a duras penas, afinal conseguiu ficar em pé. Sua cabeça explodia de dor a cada batida de seu coração. Sua pulsação ecoava em seus ouvidos a cada passo que tentava dar. A en­fermeira havia lhe dito que, fraturada em vários lugares, sua perna direita jamais seria a mesma.

Sabia que tinha peladas na região onde seus cabelos ha­viam sido raspados para que o médico pudesse lhe suturar a cabeça. Sabia que seu rosto estava todo inchado, mas o pior eram as cicatrizes que havia sentido na ponta do dedo, uma que lhe tomava toda a face esquerda, a outra que subia o pescoço para ir morrer no canto da sua boca, o que explicava a dificuldade que tinha para falar. Isso sem falar das inúmeras outras, de todas as formas e tamanhos, por todo o seu corpo. E de que perdera irremediavelmente parte da visão.

Certa vez haviam lhe dito que era um homem bonito, e ele gostara. Isso nunca mais voltaria a acontecer. Não fazia mal. Precisava ter a mente atilada, seu físico podia ser apenas funcional. Não tinha nenhuma intenção de viver para sem­pre... Apenas o bastante para vingar-se.

Enquanto seguia para a sala de estar da área secreta do clube, onde lady Raines e lady Etheridge, ao que tudo indica­va, estavam discutindo, Dulce experimentou pela enésima vez a sensação de que aquele antro de espiões não lhe era de todo estranho. Aliás, estranho mesmo tinha sido ouvir Kurt murmurar, quando fora à cozinha agradecer o delicioso café da manhã, "não tão gostoso quanto o da sua mãe".

Descobrir que o assustador gigante conhecera sua mãe fora como acender uma vela nas profundezas de sua memó­ria. A partir daquele instante, lembrara que já tinha estado naquele lugar, com aquelas mesmas pessoas, compatriotas de seu pai, amigos diletos de sua mãe. Ao contrário de Arieta, onde vivera por tão pouco tempo que mal chegara a conhe­cer meia-dúzia de vizinhos, aquele clube poderia vir a ser o lugar em que realmente se sentia em casa.

Isso se Christopher não a enxotasse de lá a tabefes.