Fanfic: A espiã que me amava - vondy adap. (terminada) | Tema: romance e hot

 Christopher passou a mão pelo rosto. Seu amigo, combalido e quase cego, sozinho pelas ruas de Londres. Nem conseguia pensar no que podia acontecer a Ren naquelas condições.

— Avise a todos, Stubbs. É preciso procurá-lo por todos os cantos. É bem possível que ele esteja fora de si.

Enquanto isso, a algoz de Ren volta para a bela casa onde mora, livre para urdir novas mortes e mais devastação. Antes que descarregasse o ódio em suas entranhas no inocente Stubbs, subiu a escada e rumou para a passagem secreta no fundo do corredor. Foi então que ouviu algo que o fez estacar por um instante...

Ao entrar na sala de criptografia, Dulce quase matara o pobre Fish do coração. De olhos arregalados e tropeçando nas palavras, o rapaz então deixara a sala às pressas com a desculpa de ir buscar alguns documentos para que ela se exercitasse na prática de decodificação,

Feliz da vida com a conclusão de que ainda conserva­ra seus encantos femininos, ao ponto de deixar um bobão como Fish sem fala, Dulce pôs-se se a separar o material à espera de ser decifrado em duas pilhas: códigos numéricos aqui, códigos alfabéticos ali. E, entretida na tarefa, começou a cantarolar com os lábios fechados enquanto esperava que o rapaz reaparecesse com os papéis.

Ante o ruído de passos junto à porta, virou-se para presen­teá-lo com um sorriso.

— Que rapidez! Pensei que... Mas era Christopher quem a mi­rava com o semblante carregado. Gelada, passou a língua pelos lábios subitamente secos. — Christopher, eu...

Ele ficou frio... e então sentiu uma ira vulcânica erguer-se de suas entranhas. Amilah tinha sido outra mentira. A única centelha de vida naqueles terríveis últimos dias não passava de mais uma prova da sua infinita estupidez. Aquela mulher, aquela mulher dos infernos, invadira-o de todas as maneiras, Diego... Dulce... Amilah. Pela primeira vez, via todas as faces daquela pérfida fêmea de camaleão num só belo e trai­çoeiro ser a fitá-lo com aqueles grandes olhos de um verde-esmeralda temperado com uma suave pitadinha de azul.

Cretino, idiota, obtuso. Cego de desejo e solidão, perdido num oceano de culpa. Que alvo mais fácil poderia haver? Só de pensar no quanto ela devia ter rido à sua custa já sentia o sangue...

— Qual é o seu jogo? — Quando deu por si, segurava-a contra a parede. — O que quer de mim? Se está atrás de um pedaço da minha alma, vai ter de entrar na fila!

— Não há... — Dulce percebeu que mal conseguia falar. — Não há jogo algum!

— Então do que se trata? É isto o que quer de mim? — Levando a mão ao seio dela, afagou-lhe o mamilo sob a seda. — Pois isto eu posso lhe dar, à vontade.

— Pare! — Ignorou as lágrimas que ameaçavam esca­par de seus olhos para arrancar a mão dele de seu corpo. — Você não quer isso, Christopher.