Fanfic: A espiã que me amava - vondy adap. (terminada) | Tema: romance e hot

Aquilo era a última coisa que ele esperava ouvir.

— Você não me ama, Diego. Você mal me conhece.

Dulce ia responder quando Fisher entrou na sala trazen­do o espião mestre. Enquanto Dalton os cumprimentava com certo ar de quem desconfiava do que pudesse ter acontecido ali, o decifrador espalhou alguns documentos sobre a mesa.

— Acho que vai gostar de ver isto aqui, Christopher.

Evitando olhá-los nos olhos, ele se acercou dos recém-chegados. A princípio muito contente por ver-se excluída da atenção dos três, Dulce reconheceu o caderno do pai entre a papelada sobre a mesa e, aproximando-se, resolveu entrar na conversa:

— Esse caderno de registros não está cifrado, Fisher. Já o li um sem-número de vezes e não encontrei padrões que pudessem indicar uma codificação.

— Aqui há, sim, um padrão que aparece repetidamente em cartas e mensagens interceptadas. Só que não consegui decifrá-lo — resmungou Fisher, entregando alguns papéis a Dulce.

Ao examinar por alto as cartas, recibos e listas, ela iden­tificou o padrão a que o decifrador se referia na repetição do radical de certas palavras.

— É numérico! Tenho certeza de que é numérico! — Fisher cocou a cabeça onde os cabelos rareavam prematuramente. — Algo me diz que é um simples código de interpretação... Simples quando se sabe a chave.

—Uckermann , se puder ficar por aqui enquanto o sr. Fisher e a srta. Saviñon trocam idéias, eu agradeceria. Avisem-me assim que tiverem alguma informação, sim? — E com isso Dalton se foi.

— Não sei como ajudá-lo, Fisher. Não sou uma profissio­nal, e sim apenas uma filha que gostava de se divertir com os quebra-cabeças propostos pelo pai.

Apoiando o quadril na mesa, Christopher, cornos pensamentos bem longe dali e bem próximos ao que ocorrera naquela sala antes que Fish e Dalton aparecessem, refez com a ponta do dedo os contornos do símbolo em baixo-relevo na capa do caderno. Dulce então comentou:

— É uma letra grega, Fi. Há quem diga que simboliza...

— A Proporção Divina. — Num piscar de olhos, Christopher viu-se de volta ao gabinete do pai. Era como se sentisse a lã do tapete sob os cotovelos quando, espichado de braços no chão, o queixo apoiado nas mãos, ficava a ouvir o velho Uckermann fazer a associação entre Matemática, Ciência e Filosofia num raro-momento de loquacidade. "Trata-se da evidência de um plano sagrado, uma prova Matemática e cientificamente irrefutável! A chave para o universo, da espi­ral da concha de um molusco ao padrão das estrelas! A Razão Áurea! Um pequenino fragmento da Matemática que pode exprimir a proporção de coisas inimagináveis!"