Fanfic: A espiã que me amava - vondy adap. (terminada) | Tema: romance e hot

A exclamação admirada de Dulce arrancou-o do passado:

— Oh, você sabia? São poucas as pessoas que já ouviram falar disso.

— Meu pai era matemático, dos mais preeminentes. Infelizmente, não herdei o talento dele para a erudição.

— Que mentiroso — Fisher resmungou para ela. — Se qui­sesse, Christopher poderia ter sido o maior decifrador de códigos desde seu pai.

— Tenho certeza disso!

Christopher olhou para ela e, mergulhando no brilho daqueles olhos verdes, teve um vislumbre do que alentara uma jovem superprotegida pelo pai a cruzar três países sozinha e afrontar o lar de um potencial inimigo disfarçada de rapaz. Dulce María Saviñon era como ele, guiada pela emoção, pelo perigo e, sim, até mesmo pelo medo... Pestanejando, tornou a passar o dedo sobre a letra grega.

— Fi. Por que será que ele gravou esse símbolo na capa do caderno?

— Papai falava dele amiúde, sobretudo depois que minha mãe morreu. Dizia que, como o Fi demonstrara que há uma ordem e um propósito no universo, também provava que mamãe tinha ido viver no paraíso à espera de um dia reencontrá-lo.

— Ora, ninguém nunca me falou dessas coisas! —lamentou-se Fisher. — Vai ver meus velhos professores acha­vam que eu não tinha condições de entender um conceito tão complexo.

— Não é tão complexo assim, e você vai entender perfei­tamente. Quer ver? — Dulce pegou o lápis e um pedaço de papel. — Trata-se de uma razão que se repete na natureza. Na pétala das flores e até mesmo nas proporções do corpo humano. Preste atenção. — Escreveu uma série de números no papel: 0, 1, 1, 2, 3, 5, 8. — Está vendo? Cada número da seqüência é a soma dos dois algarismos que o antecedem. Disso podemos concluir que a razão, a que chamamos de fi, entre dois números consecutivos de uma seqüência desse tipo será sempre 1,6, num valor arredondado.

— E você sabia disso tudo? Ela riu.

— Aprendi quando criança, afinal meu nome foi inspira­do na letra grega que representa essa constante matemática. — Tornou a rir. — Graças a Deus, já que a outra opção era Ruperta!

O nome dela era inspirado... Fi. Phillipa. Christoper deu um tapa na testa.

— Vocêé a chave do código!

Num átimo, estavam os três a um lado da escrivaninha, examinando febrilmente os papeis à procura do código su­postamente identificado. Christopher tentava dominar a ansiedade. Se não fosse aquela a resposta, a França iria triunfar. Napoleão iria triunfar. Lavinia iria triunfar.