Fanfic: A espiã que me amava - vondy adap. (terminada) | Tema: romance e hot

— Está quebrado, não é?

— Está, sim, querido. Dói?

— Muito. Vai atrapalhar quando eu for colocar minhas tropas em posição de combate. Mas nem tanto quando eu for comer pavê.

— Posso ajudá-lo, se você quiser.

— Acho que vou querer. — Bocejou. — Está no clube porque eles pegaram você, não é? Será que vão castigá-la?

— Não, querido. Nem a mim nem a meu pai. Ficou prova­do que ele é inocente. E eu também.

— Que bom. — Tornou a bocejar. — Agora você já pode... se casar... com Christopher.

Ao perceber que ele havia adormecido, Dulce beijou-o na testa antes de cobri-lo. Profundamente aliviada, só então se deu conta de que ele dissera qualquer coisa a respeito de Christopher estar tendo um pesadelo. Seria melhor ir acordá-lo? Pesadelos eram sempre terríveis e, se as histórias que Anahí contara não fossem exageros de irmã excessivamente zelosa, os sonhos de Christopher deviam ser assombrados por uma legião de demônios...

A porta se fechou, mergulhando-o na escuridão novamen­te. Ainda meio desnorteado, demorou a perceber que estava amarrado. Faminto. Sujo. Ondas de calor o engolfavam. A cela era pequena demais para um homem do seu tamanho, pequena demais para qualquer pessoa. E as paredes pareciam avançar sobre ele. Tentou gritar. Tentou soltar-se. Tentou...

— Acorde, Christopher. É só um sonho.

Mãos frescas deslizaram por seu rosto. Sobressaltado, voltou a lutar contra as cordas... que haviam sumido. A cela escura tinha sumido. Em vez das trevas abrasadoras, o rosto aflito de Diego em meio ao límpido clarão de uma vela.

— Acordou?

Inspirando uma golfada de ar, Christopher fez que sim.

— Obrigado... Obrigado pela gentileza. — Sentou-se na cama estreita ao lado dela e, enquanto colocava os pés no chão, seu olhar buscou o leito onde Flipdormia. Só que não havia ninguém entre as cobertas reviradas. — Flip!

— Shhh. Ele está no meu quarto, dormindo feito um an­jinho. — Dulce sorriu. — Foi você quem o acordou. Não é maravilhoso?

— Sim, maravilhoso. — Cerrou as pálpebras ante a in­descritível sensação de alívio que o invadia. — Ele... Ele está bem, não é?

— Melhor do que nós.

Em resposta, Christopher colocou a mão em cima da mão que ela pousara em seu braço e apertou-a de leve, partilhando a ale­gria que sentia com a única pessoa no mundo que a entendia. Ficaram dessa maneira por alguns instantes, até que Dulce comentasse:

— Seu sonho... deve ter sido assustador. Você demorou a despertar. — Virou a mão para cima para entrelaçar os dedos aos dele. — Anahí me contou que o mantiveram prisioneiro por meses.