Fanfic: A espiã que me amava - vondy adap. (terminada) | Tema: romance e hot

Era como se Flip tivesse evaporado. Quarteirão após quarteirão, Dulce interpelou uma sucessão de transeuntes, e todos lhe garantiram não ter visto um menino com um glo­bo terrestre nas mãos. De volta ao local onde dera pela falta dele, parou para repor as idéias no lugar.

— Ele é esperto — disse para si mesma na tentativa de conter uma onda de pânico. Oh, por que fora cismar que era capaz de tomar conta de um garoto levado se nada entendia de crianças? Calma! — Flip conhece Londres melhor do que você.

Com os olhos atentos a todos os becos pelos quais ia passando e sem deixar de espiar o vão sob os veículos para­dos junto à calçada, virou-se para percorrer a mesma rua pela centésima vez quando viu uma pilha de caixotes vazios numa viela junto a um dos restaurantes. Passando os embrulhos para um dos braços, foi até lá e curvou-se a fim de examinar os engradados. Nada. Inferno. Endireitou-se e deu meia-volta... O impacto com o avantajado físico fez com que ela se escarrapachasse nó chão. Dúzias de folhas de papel soltaram-se do pacote e adejaram sobre o calçamento imundo enquanto sua preciosa lousa se partia em vários pedaços.

— Praga de todos os demônios do quinto dos infernos! — Pôs-se em pé de um pulo, pronta para descontar a raiva pelo tombo e a aflição pelo sumiço de Flip no infeliz que a fizera cair. E deparou com Christopher Ucjermann bem à sua frente, encantadoramente despenteado devido ao encontrão, fitando-a com um ar de discreta reprovação.

— Espero que não deixe Flip ouvi-lo imprecar dessa maneira, Diego.

— Não, não... Claro que não. — Não era mentira. Diante do menino, só xingava em russo. — Oh, Flip! Ele sumiu! Já procurei em tudo o que é canto, mas não vi nem sinal de...

— Flip deu uma corridinha até meu clube para fazer um lanche rápido. Ele adora a comida de Kurt, o cozinheiro que trabalha lá.

Profundamente aliviada com que o garoto estivesse bem, Dulce curvou-se para apanhar os pacotes... e levou um par de tapas nas nádegas.

— Ai! — Aprumando-se, olhou feio para ele.

— Não seja maricas, Diego. — Christopher revirou os olhos num gesto impaciente. — Seu traseiro estava sujo.

— Ah... Certo. — Seu traseiro estava ardendo, isso sim. Que mão pesada ele tinha!

Christopher ajudou-a a recolher os embrulhos e os empilhou nos braços dela. Dulce nem cogitou pedir que ele a ajudasse a carregar as compras, afinal de contas por que um "rapaz" iria pedir auxílio? Assim, resignou-se a seguir nos calcanhares dele até vê-lo deter-se diante de uma entrada guarnecida por um par de portas duplas encravadas numa fachada em estilo gótico.

— Foi aqui que nosso pirralho veio forrar o estômago. — Com um discreto aceno para o robusto porteiro, Christopher entrou no clube.