Fanfic: A espiã que me amava - vondy adap. (terminada) | Tema: romance e hot

Com o cuidado de não trair a curiosidade que a deixava em comichões, uma vez que mulheres não tinham permissão para adentrar a sacrossanta intimidade de refúgios masculinos como aquele, Dulce foi atrás dele. E não demorou a sentir-se um tanto decepcionada, já que o lugar parecia apenas um salão de bilhar com decoração de gosto duvidoso. Havia tam­bém um palco nos fundos do recinto, porém as cortinas acha­vam-se fechadas. Embora os fregueses ainda não tivessem chegado, um punhado de garotos circulava pelo estabeleci­mento, preparando-o para os eventos da noite.

O apetitoso aroma que vinha das portas de vaivém numa parede lateral levou-a a suspirar.

— Perdão — desculpou-se. — Flip e eu perdemos o chá da tarde.

— Ora, é claro que você deve estar com fome, afinal ainda está em crescimento.

— Crescimento?

— Oh, agora sou eu quem pede desculpas. — Christoper er­gueu as mãos como a defender-se. — Você é um homem-feito, em tudo e por tudo. Só se esqueceu de avisar à sua barba que era hora de aparecer.

Dulce levou a mão ao rosto. Oh, céus. Ele a tomava por um frangote jovem demais para ter barba.

— Não se preocupe, Flip; um dia você será tão penado quanto Kurt. Escreva o que estou dizendo.

Ao ser apresentada ao tal Kurt logo a seguir, ela entendeu a verdadeira extensão daquele comentário: em toda a vida, jamais tinha visto alguém com tanto cabelo e pelos como o cozinheiro. Ou tão grandalhão. Ou tão assustador. Por outro lado, a cozinha, com hortaliças pendentes de suportes e gran­des panelas onde borbulhavam apetitosos enigmas, evocava acolhimento e vida em família.

Com os pensamentos tomados por doces imagens da fale­cida mãe a cozinhar suas comidas prediletas, Dulce aceitou o prato repleto de carne e alho-porro cobertos por aromático e espesso molho que Kurt estendia para ela. E assim que sentou com seu pequeno tesouro ao balcão, que no momento sustentava Flip e o prato quase vazio no colo dele, deu um piparote na cabeça do menino.

— Você quase me mata de susto. Não podia ter me avisado que viria para cá?

Ele respondeu com uma careta.

— Fuja outra vez de mim e vou ensiná-lo a bordar.

Dessa vez, Flip se abalou com a ameaça.

— Não vou fugir de novo.

— Muito bem. É só isso que lhe peço... por ora. — Tratou de concentrar-se nos nacos de carne guisada em seu prato, satisfeita com que aos homens se permitisse comer à farta, esbaldando-se nas delícias culinárias enquanto as mulheres tinham de se contentar com delicadas porçõezinhas, como se fossem sensíveis demais para deleites tão mundanos como os prazeres da mesa.

Depois de deixar a cozinha com um pedaço de pão na boca, Christopher atravessou a área pública do clube para tomar o corre­dor onde ficava a passagem secreta rumo à sala de criptografia.

— Diga que tem algo para mim.

Fisher olhou para ele com uma fisionomia quase pesarosa.

geo12:obrigado por comentar, que bom que esta gostando da adaptção e continuando bjss!!!