Fanfic: A espiã que me amava - vondy adap. (terminada) | Tema: romance e hot

— Estou tentando, Christopher, mas você sabe que quase todo santo dia recebo novos documentos da França. E com um só decifrador de códigos para... Perdão, não quis ser indelicado, mas sim dizer que eu nem deveria estar fazendo isto, afinal era ainda um mero aprendiz quando Upkirk morreu. E até Weatherby voltar, se e que ele vai se recuperar... — Deixou os ombros cair. — Como vão as coisas do seu lado? Apareceu alguém na agência postal para apanhar a correspondência?

— Não estou contando com isso. As cartas são endereça­das a "Sr. Amor, Agência Central dos Correios, Londres". Mas suas cópias continuam lá.

— Sr. Amor... — Fisher torceu o nariz.

Christopher balançou a cabeça. Tendo em vista o tórrido teor daquelas cartas, o trocadilho havia muito tinha perdido qual­quer resquício de humor.

— Obrigado, Fish.

— Disponha — respondeu o rapaz ao vê-lo partir em dire­ção à porta. — E não me chame de Fish.

Dessa vez, Christopher não deu um dos seus sorrisinhos. Nos últimos tempos, nunca tinha a menor vontade de sorrir quando estava prestes a ver lady Winchell.

Quando enfim viu os pratos de Flip e Dulce vazios, Kurt recolheu a louça que os dois haviam largado sobre o balcão com um resmungo satisfeito.

— A carne estava uma delícia — elogiou ela, sorrindo para o gigante coberto de cicatrizes. De onde vinha a sensação de que já o conhecia? Bem, com tantas pessoas que conhecera cm tantos lugares do mundo... — Seu tempero lembra o da minha mãe. Você colocou um punhadinho de aneto no molho?

Kurt ficou a fitá-la por um bom lapso de tempo e só en­tão fez um gesto afirmativo com a cabeça. Enquanto Dulce anotava mentalmente que os homens não gostavam de reve­lar seus segredos culinários, Flip segurou-a pela mão para puxá-la cm direção à porta.

— Vamos. Quero lhe mostrar o clube.

Ela nem titubeou. Quem haveria de dizer: uma mulher perambulando pelas dependências de um clube masculino!

Com mobília de luzidia madeira e mesas cobertas por feltros verdes, o saguão de maiores dimensões parecia ser a sala de jogos à entrada do estabelecimento. Nos fundos do salão na forma de um "L" erguia-se o tablado, com cortinas verme­lhas típicas de um palco.

— Aqui tem espetáculos — observou Flip, dando-se ares de importância. — Dançarinas com cobras e coisas do tipo.

— Meu Deus, que exótico. -—Temendo que a bailari­na usasse tanta roupa quanto a serpente, Dulce comentou: — Espero que você não esteja falando porque assistiu a um desses espetáculos.

Tanto o palco, como a sala de jogo e a saleta para fumantes com um bar delimitado por uma parede espelhada repleta de garrafas de bebida não traziam à mente um antro de depravações. Por outro lado, o clube, de certo modo, também não sugeria um ambiente absolutamente respeitável. Dulce sempre imaginara os clubes para cavalheiros como locais sossegados, onde se liam jornais e discutia-se política numa atmosfera tomada por fumaça de tabaco e camaradagem masculina. O clube de Christopher, porém, fazia pensar em algo mais... perigoso.