Fanfic: A espiã que me amava - vondy adap. (terminada) | Tema: romance e hot

 Ficar de olho em Christopher Uckermann.

— O que tem ali? — Apontou o corredor que levava à ala dos fundos do edifício.

— Nada de mais. — Flip brincava com a rolha que tinha achado no chão. — A sala do gerente, almoxarifados... Ei, não é para ir lá!

Mas ela já havia partido em direção ao corredor. A maioria dos prédios em dois níveis ladeados por outros imóveis tinha mais profundidade do que largura, e aquele parecia ter uma forma quase quadrada. Era impressão sua ou havia algo além do que os olhos conseguiam ver no Clube dos Mentirosos?

No fim do corredor havia apenas duas portas. Uma, encera­da e com vistosos entalhes, pertencia ao escritório do gerente, seguramente. A outra, menos trabalhada, combinava com os painéis de madeira que recobriam a parede. Levando a mão à maçaneta, Dulce entreabriu a segunda porta e enfiou a ca­beça pela fresta. Lá dentro, uma fileira de vassouras em pé, vários esfregões, baldes, escovas, prateleiras com roupa de cama e mesa, toalhas e outros que tais. Havia também potes disso e latas daquilo, na maior parte produtos para a limpeza e manutenção de móveis e pisos.

Tornando a fechar a porta, ela se virou... e viu-se diante de um senhor com os cabelos brancos e um horrendo colete, que, em frente ao escritório da gerente, observava-a com olhos de gavião. Cruzando os braços, o desconhecido ergueu uma sobrancelha salpicada de fios grisalhos.

— O que acha de me dizer de onde tirou a idéia de que um camarada... que nem ao menos é sócio deste clube privado, veja você... deveria meter o nariz no quartinho de despejo?

Flip colocou-se entre eles.

— Esse é o meu professor particular, sr. Jackham. O nome dele é Diego Espinósa.

— Então você trabalha para Christopher Uckermann, é? — Jackham examinou-a da cabeça aos pés, e Dulce tremeu só de pensar que ele poderia ver o que não devia.

— Sim, trabalho para o sr. Uckermann. Um excelente patrão. Depois de tornar a medi-la de cima a baixo, o senhor apro­ximou a boca do ouvido dela para afirmar:

— Há algo estranho com você. Não sei dizer o que é, mas isso me incomoda. — Afastou-se. — Então, Flip, por que não leva seu novo preceptor lá para o salão, que é o lu­gar dele? Aqui nos fundos não há nada além dos esfregões e meus livros contábeis.

Com o menino logo atrás dela, Dulce, de bom grado, não perdeu tempo a retornar ao salão.

— Quem é aquele senhor?

— Jackham toma conta do clube. Ele era um grande gatu­no. O melhor.

Surpresa, ela cuidou de arquivar a informação na memória: Christopher Uckermann dava-se com larápios. Pelo visto, poderia descobrir coisas interessantes perambulando por ali.

Alheio às divagações da mestra, Flip cismou de ir para casa e, assim que deixaram o clube, Dulce aproveitou para dar uma boa espiada pelos arredores. À lateral do edi­fício, um beco estreito ia desembocar na rua paralela à que estavam. Uma viela bastante longa, bem mais extensa do que a metragem lateral interna do clube.

O que sugeria que o clube talvez não terminasse onde pa­recia terminar.