Fanfic: A espiã que me amava - vondy adap. (terminada) | Tema: romance e hot

Agitada demais para trocar de roupa e pular na cama, Dulce zanzava pelo quarto.

Por que raios Christopher Uckermann não podia ser uma pessoa perversa e mesquinha, um brutamontes com cara de ratazana, ou então um simpático velhinho de cabeleira branca e angeli­cais olhos azuis? Por que ele tinha de ser tão... tão...

Largando-se sobre a poltrona ao lado da lareira, cobriu o rosto com as mãos. Tão viril. Tão generoso e cheio de vida, e maravilhosa e insuportavelmente encantador. Em toda a sua atribulada vida, jamais se sentira tão atraída por um homem. Parecia que mal conseguia respirar na presença de Christopher!

E, no entanto, não podia flertar com ele.

— Droga. Droga, droga, droga.

Precisava ater-se ao motivo pelo qual estava naquela casa: seu pai sabia quem era Christopher Uckermann; se conseguisse descobrir como e por quê, saberia o que fazer. Logo, tinha de concentrar-se em investigar tudo o que fosse possível.

Mas por onde começar?

Olhou à sua volta. Christopher passava a maior parte do tempo no gabinete dele, rodeado por aquele caos de livros e papéis. Papéis que talvez pudessem lhe dizer o que tanto precisava saber. Muito bem. Erguendo-se, partiu em direção à porta de seu dormitório. Tão logo não haveria oportunidade propícia como aquela: como o dono da casa só fosse retornar tarde da noite, Denny havia se recolhido horas atrás, e Flip dormia a sono solto no quarto dele.

O que mais poderia querer?

Ao chegar em casa por volta da meia-noite, a última coi­sa que Christopher esperava encontrar era Diego esparramado no tapete diante de sua escravinha.

— Lendo um pouco, sr. Espinósa?

— Oh! — Correndo a sentar-se, Dulce deixou cair o livro que segurava sobre o peito. — Sr. Uckermann.

Christopher passou os olhos pelo aposento que costumava ostentar acolhedora desordem e, no momento, encontrava-se na mais perfeita bagunça: além dos livros abertos por todos os cantos, havia uma bela de uma papelada espalhada pelo tapete. Abaixando-se, apanhou um dos papéis. A conta do mês passado do açougueiro?

— Eu... — Dulce sentou-se sobre os calcanhares en­quanto o via levantar-se com um olhar inquiridor. — Tive a idéia de... de fazer um... uma cartilha para Flip.

— Não seria mais fácil comprar uma pronta?

— Não há uma com... com elementos que ele possa reconhecer. Como... como "mercado" em vez de "marajá".

— "Carroça" no lugar de "castelo"? Excelente. É mais adequado a um garoto criado na cidade.

Abafando um suspiro de alívio, ela retrucou:

— Só que não sei desenhar uma carroça. Ou um cachorro. Por isso, estava procurando uma imagem para copiar.