Fanfic: A espiã que me amava - vondy adap. (terminada) | Tema: romance e hot

— Nas minhas contas pessoais?

— Não! Desculpe-me pela confusão. Eu estava procu­rando papel para treinar, mas... A verdade é que não consigo desenhar nem uma única linha reta.

— Já eu desenho relativamente bem. Quer dizer, não sou nenhum artista, mas sei fazer boas reproduções de coisas simples. — Ao ver Diego olhar para ele com um ar admira­do, surpreendeu-se com os belos olhos de um notável tom de verde do rapaz. Aquela era a primeira vez que prestava aten­ção a esse detalhe da fisionomia do aio de Flip. Que, se assim o quisesse, tinha lá seus atributos para ser um sedu­tor quando chegasse à vida adulta. — Muito me alegra saber que você ficou acordado até tarde pensando numa forma de incentivar os estudos de Flip. Se quiser, posso ajudá-lo.

— Acha que... — Dulce pôr-se a recolher os livros e os papéis — que conseguiremos encontrar palavras que come­cem com as vinte e seis letras do alfabeto? Digo, palavras que façam parte do mundo dele?

— Não é tão difícil assim. "X" de"xixi"? Flip não teria a menor dificuldade em... Por Deus, Diego, não me olhe com essa cara. Um homem pode falar "xixi", não?

— C-claro.

— Você e essa sua mania de ser sempre respeitoso e mui­tíssimo bem-educado. — Com isso, abaixou-se para ajudar a dar um pouco de ordem naquela confusão.

Por pouco Dulce não deu um pulo quando sentiu a coxa dele encostar na sua. Ainda tremia dos pés à cabeça de vê-lo pegá-la xeretando onde não devia.

Depois de apanhar um último volume, Christopher passou a pilha de livros que havia juntado para os braços dela. E, ao vê-la derrubá-los no chão, ergueu-se.

— Diego, olhe para mim.

Amaldiçoando seu nervosismo em pensamentos, Dulce fitou os olhos castanhos que a miravam com inopinada intensidade.

— Sei que você não é o que alega ser, Diego.

Ela sentiu-se gelar e, como a voz não lhe saísse, levantou-se devagarzinho apertando os livros que tinha nas mãos de encontro ao peito.

— Sei que você não é preceptor nem tem a idade que afirma ter. E sei também que passou por maus bocados... provavelmente sem ter nem o que comer.

Era isso? Louvado seja Deus.

— Pouco me importa que você tenha mentido. — Christopher segurou-a pelos ombros; desconcertada, ela baixou o olhar. — Para mim, o que conta é sua boa vontade, seu interesse, que salta à vista, em promover a educação e o bem-estar de Flip. Os momentos difíceis por que você passou decer­to irão ajudá-lo a influenciar positivamente um menino que nunca teve a oportunidade de descobrir do que é capaz.

Dulce ergueu a cabeça. Quem era aquele homem tão atencioso e, ao mesmo tempo, tão arredio? Poderia confiar em Christpopher Uckermann? Ele teria como ajudá-la?

— Por que essa cara, Diego? No que está pensando?

— Em Flip. Na sorte que ele teve quando você o conheceu.

Com um sorriso acanhado, Chistopher largou os ombros dela e começou a desabotoar a elegante sobrecasaca que usara para ir à corte.

— Sirva uma dose de uísque para mim enquanto vou trocar de roupa, sim? Depois pensaremos numa palavra que comece com "X".