Fanfic: A espiã que me amava - vondy adap. (terminada) | Tema: romance e hot

O tempo foi passando e, como Christopher não aparecesse, Dulce concluiu ser bem provável que ele tivesse ido em­bora, afinal, não se esperava de um homem que servisse de acompanhante a outro. O que deveria fazer? Ir-se também? A idéia era inspiradora: dar uma desculpa qualquer e rumar para casa, sem ninguém, aia ou criado, a escoltá-la. Oh, os homens eram tão livres!

Após uma tão exaustiva quanto inútil sessão de persua­são, Christopher finalmente deixou o salão de jogos. Mas, apesar da frustração, tivera uma idéia brilhante ao ver os cavalheiros ali reunidos debatendo calorosamente assuntos relativos a esportes: levar Diego ao ginásio de pugilismo, um ótimo lu­gar na cidade onde praticar a varonil arte de lutar a socos. O rapazola iria adorar, ainda mais porque era exatamente disso que estava precisando.

Inteligente, atilado, correto até a medula. No fundo, Diego Espinósa era um Mentiroso nato.

Amanhã mesmo iria começar a prepará-lo para o ofício, e ele nem precisava saber.

— Que lugar é este? — Dulce reprimiu um bocejo. Era cedo demais para surpresas.

— Você vai gostar, Diego. E Flip vai se morder de inveja quando souber onde estivemos. Ele adora vir ao salão esporti­vo Gentleman Jackson.

Pousando o olhar aqui e ali, ela viu alguns homens dei­xar uma sala para entrar no ginásio propriamente dito. Christopher ergueu a mão para cumprimentar um deles.

— Olá, Bertie. Veio exercitar-se um pouco?

O camarada deixou o grupo para aproximar-se deles.

— Fazia tempo que eu não o via, Ukermann. Como está seu ombro?

— Em forma. Tanto que vou voltar a pisar no ringue após tanto tempo.

Ela entrou em pânico. Assim como os outros que emer­giam da porta à lateral do ginásio, o sujeito chamado Bertie estava praticamente nu. Todos vestiam somente calções até os joelhos, deixando o restante do corpo à mostra.

— Vamos nos trocar, Diego?

Como coração na boca, Dulce ficou olhando para ele em atônita mudez. E Christopher não perdeu tempo a empurrá-la em direção ao vestiário.

Mas ela empacou na soleira. Mais homens. Baixos, altos, esquálidos, obesos. Homens de pele alva e luzidia, homens queimados de sol. Homens em calções e, que Deus a ajudasse, sem uma única peça de roupa. Virando o rosto, encostou-se à parede. O inferno era um lugar repleto de homens nus e suarentos, onde uma farsante tinha por penitência passar a eternidade olhando para o teto.

— Se não se importa, vou... vou esperar... aqui fora.

— Ora, por favor. Você não pode lutar boxe em calças e camisa.

Incapaz de se conter, Dulce sacudiu a cabeça.

—Como preferir, Diego. Mas você vai ao menos testar o ringue, certo?

— Claro. — Farei tudo o que você quiser, só não me obri­gue a entrar aí dentro! — Claro.