Fanfic: A espiã que me amava - vondy adap. (terminada) | Tema: romance e hot

O assistente, prestativo, não perdeu tempo a ir tirar o paletó dela. E quando ele levou as mãos aos botões de sua camisa, Dulce deu um passo para trás.

— Pode deixar. Obrigad... Obrigado.

— Será que o rapazinho vai querer treinar de chapéu? — zombou um dos camaradas que assistiam aos treinos nas cadeiras ao redor do tablado.

Depois de fazer um sinal para o sujeito pedindo-lhe que se calasse, Chistopher sussurrou para ela:

— Vamos, Diego. Você prometeu que iria tentar. De mais a mais, não vai querer passar por café com leite na frente desses marmanjos, não é?

— Pouco me importa o que eles pensam. Mas, se dei minha palavra... — Engoliu em seco. — Vou tentar, Chistopher.

Pouco depois, já com as mãos enfaixadas, Dulce subiu no ringue para se apresentar à frente dele, toda empertigada, os pés juntos, os punhos erguidos diante do corpo. Aos apupos que irrompiam em meio aos espectadores Christopher respon­deu com uma carranca e, ajoelhando-se junto dela, obrigou-a a afastar os joelhos rijos como tábuas.

— Com os pés separados você tem mais equilíbrio. Agora coloque o pé esquerdo à frente do direito,

Abismada com a sensação que a mão dele em sua perna lhe provocava, Dulce demorou uma eternidade para adiantar um dos pés.

— O esquerdo, mocinho — gritaram da platéia.

Com o rosto em brasa, ela sentiu Chistopher erguer-se e, indo se pôr às suas costas, segurar em seus braços para levantar suas mãos no ar, a esquerda mais alta, a direita mais baixa e mais próxima do corpo.

— Defesa.

Acompanhadas pelas respectivas posições de corpo, bra­ços e pés, as explicações foram se sucedendo: direto de direi­ta, gancho de esquerda, cruzado, upper, jabes... A voz cálida e pausada lhe provocava arrepios, o calor do físico suado pa­recia penetrar através do colete e da camisa que ela usava, o aroma que o envolvia, excitante e viril, trazia à vida todos os seus sentidos. O desejo insano que a assaltava parecia um...

— Diego? Está se sentindo bem? O susto a fez pestanejar.

— C-claro — balbuciou enquanto se dava conta de que Chistopher estava bem à sua frente, mirando-a por entre os punhos erguidos.

— Pronto? Ou precisa se sentar?

— Prefiro acabar com isto o mais depressa possível.

— Pois minutos atrás me pareceu que você estava ansioso por treinar.

— Oh, realmente. — Respirando fundo, Dulce posicio­nou as mãos como ele havia ensinado. — En garde.

Chistopher riu, e ela atentou ao modo como os olhos castanhos pareciam ter se iluminado como se... O soco atingiu-a no ombro.

— Ai!

— Recomponha sua guarda.

— Como?