Fanfic: A espiã que me amava - vondy adap. (terminada) | Tema: romance e hot

— Ah. — Acercou-se um pouco mais dele. — É esse o nosso fim, não?

Christipher tombou a cabeça de encontro ao espaldar da poltrona.

— As pessoas morrem por nossa causa, Diego?

— Talvez. Nunca se sabe de que forma nossas escolhas vão afetar os outros.

— Oh, a velha história dos círculos que vão se forman­do ao redor da pedra que atiramos no lago. — Christopher colo­cou o cálice sobre a mesinha junto à poltrona com exagerado cuidado. — Se você for a pedra, então sou uma bala. Uma rota para a morte um tantinho mais rápida e mais certeira... Pobre Weatherby.

Indo se sentar no banquinho de apoio para os pés diante dele, Dulce o fitou por alguns instantes antes de indagar:

— Você puxou o gatilho?

— O real ou o metafórico?

—O que realmente conta.

— Não. Não apertei o gatilho.

— Nesse caso, tem todo o direito de sofrer. Mas tem tam­bém o direito de sentir-se culpado? Ou este é simplesmente um momento de autocomplacência?

— Autocomplacência? Como pode dizer isso?

Ela indicou o cálice com um gesto de cabeça.

— Está bebendo por alguém? Ou por si próprio? Pelo que sei, o álcool alivia a dor de quem o toma, não dos outros. O que me leva a pensar... Por quem é este momento? Pela pessoa que morreu? Ou por você mesmo?

Depois de ficar um longo lapso de tempo olhando para ela, instantes em que Dulce teve a sensação de estar com o coração na garganta, Christopher deu um sorriso enigmático.

— Você está absolutamente certo, Diego. Eu estava me comprazendo com um momento de autoflagelação. Tolo que sou, quando há tanto que fazer.

Percebendo que ele não havia entendido sua intenção, Dulce levantou-se com a idéia de deixá-lo a sós.

— Sente-se, rapaz.

Ela voltou a se acomodar no banquinho.

— Deixemos os assuntos penosos de lado, vamos falar de você, meu jovem amigo. Por que seu cabelo está molhado?

— Eu estava me banhando.

— De novo? Por Deus, Diego, você se banha tanto quan­to uma mocinha! Não que eu me importe com isso, é claro. Tanto é que espero que consiga fazer com que Flip ado­te esse hábito. — Riu-se. Embora não soubesse dizer se era efeito do conhaque ou se a presença de Deigo aliviava sua me­lancolia, o fato era que se sentia um pouco melhor. — Você já se apaixonou?

Dulce voltou o rosto para a lareira.

— Não sei, senhor. Sua pergunta é sinal de que está apaixonado?

— Não. Certa vez achei que estivesse, mas isso passou. Agora tenho outro propósito na vida, que não envolve procu­rar uma esposa. — Fez um gesto para indicar o segundo piso da mansão. — Foi por isso que adotei Flip como herdeiro.