Fanfic: A espiã que me amava - vondy adap. (terminada) | Tema: romance e hot

— Não vou ler aquele livro hoje — anunciou Flip, atrás do prato com presunto e ovos mexidos.

— Pois saiba que, se estudá-lo diretinho, terá a tarde toda para se distrair com o que bem entender. — E eu terei um tempinho para relembrar os...

— Brincar com os soldadinhos!

— Como preferir. Agora se sente noutra cadeira e deixe essa para mim antes que Denny veja as manchas que você fez na toalha ao redor do seu prato.

Com os olhos azuis como dois poços de gratidão, o garoto correu a fazer o que ela pedia.

Mais tarde, na sala de estudos, Flip recompensou-a acertando todas as letras da cartilha feita em casa.

— E com "Z" se escreve zaptl —Satisfeitíssimo com seu desempenho, fechou o livrete e correu para a porta. — Hora dos soldadinhos!

Depois de arrumar a escrivaninha e recolocar as cadei­ras no lugar, Dulce foi atrás do menino, pasma com a ra­pidez com que ele havia aprendido o alfabeto. Tudo levava a crer que aquele traquinas fosse bem mais inteligente do que todos pensavam.

Quando entrou no gabinete de Christopher, o pequeno exército de chumbo já se achava todo espalhado pelo tapete. Passando ao largo de um pelotão, ela partiu em direção à estante que ia de parede a parede a fim de apanhar um livro... e ouviu o ofego de Flip reverberar pelo aposento.

— Você pisou num homem da infantaria!

— Oh, perdão. — Dulce baixou os olhos ao brinquedo todo torto na mão do menino. — Será que dá para consertar?

Flip tentou reparar o estrago, porém o soldadinho continuou lembrando um quadrúpede em miniatura.

— Parece que ele está rastejando. — O garoto suspirou. — Soldados não rastejam, marcham.

— Nem sempre. — Foi se sentar numa poltrona. — Se for um espião, ele rasteja para evitar que o vejam.

— Um espião! Bem pensado! — Após colocar o solda­dinho nos limites do acampamento inimigo, atrás de uma barraca feita com um dos vistosos guardanapos de linho de Denny, olhou para ela como se acabasse de digerir o que tinha ouvido. — O que entende de espionagem? Você é mulher.

— Um pouco mais alto, por favor. Acho que o cozinhei­ro não ouviu. — No intuito de fazê-lo manter a voz baixa, cuidou de sentar-se ao lado dele no chão. — Por que uma mulher não pode entender de espionagem tanto quanto um garotinho levado?

— Eu sei tudo sobre espiões.

— Sabe?

Flip, entretido com os brinquedos, não respondeu.

Intrigada com a naturalidade com que ele fizera aquela afirmação, como se dissesse que o céu era azul ou que a gra­ma era verde, Dulce teve a impressão de ouvir uma sineta soar em algum canto de sua mente. Christopher... aquela casa... o clu­be... os amigos dele...Ficar de, olho em Christopher Uckermann.