Fanfic: O tempo não apaga

Capítulo 4 – alta

Geovana recebeu alta três dias depois, quando o médico teve certeza de que já estava tudo bem com ela e não teria nenhum problema.

Assim que saiu do quarto em uma cadeira de rodas, seu pai, sua mãe, Vinicius e Fernanda esperavam por ela na recepção.

- chegou a hora de sair daqui. – falou Vinicius sorrindo e ela se levantou da cadeira de rodas.

- finalmente. – falou Geovana sorrindo e ela já estava com suas roupas mesmo e não mais com a roupa do hospital.

- Vamos para casa então? – perguntou Gabriela e abraçou a filha rapidamente.

- vamos sim. – falou Geovana sorrindo e todos eles sairam do hospital indo na direção do estacionamento.

Daniel, Gabriela e Geovana entraram no carro de Daniel enquanto Vinicius e Fernanda entraram no carro de Vinicius e logo todos já estavam dirigindo em direção  a casa dos Devonne.

Fred também recebeu alta naquele dia.

Quando Geovana chegou em casa com os pais, Alice estava sentada no sofá da sala vendo desenho, mas assim que viu Geovana ela veio correndo ao encontro da irmã.

- Geovana. – falou ela sorrindo.

- oi linda. – falou Geovana sorrindo e abraçou Alice bem forte. – como eu senti sua falta.

- também senti muito a sua falta. – falou Alice. – a sua e a do Kevin.

- logo o Kevin vai estar aqui com a gente. – falou Geovana e Vinicius entrou na casa junto com Fernanda.

- Tio Vinicius. Tia Fernanda. – falou Alice e foi correndo até eles.

- oi Alice. – falou Fernanda sorrindo e a abraçou.

- oi princesa. – falou Vinicius sorrindo e a pegou no colo.

- você sumiu. Já estava com saudade. – falou Alice.

- a também senti sua falta Alice. – falou Vinicius sorrindo.

- lar doce lar. – falou Geovana sorrindo.

- eu vou preparar o almoço. – falou Gabriela sorrindo e foi para a cozinha.

- eu tenho que resolver uns assuntos do trabalho. – falou Daniel e então saiu de casa.

Geovana sentou no sofá sendo seguida por Vinicius e Fernanda que fizeram o mesmo.

Alice continuava no colo do rapaz.

- porque so a Geovana voltou para casa? – perguntou Alice.

- o Kevin ainda não esta bem para voltar. – falou Vinicius.

- ouvi o papai dizendo que ele esta em coma. – falou Alice.

- é verdade. – falou Vinicius.

- ele vai morrer? – perguntou Alice.

- não. Ele só esta dormindo. – falou Vinicius segurando as lagrimas. – logo ele vai acordar.

- mas eu já sou grandinha. Sei que uma pessoa em coma pode morrer. – falou Alice e as meninas também estavam segurando as lagrimas.

- você esta certa. É uma possibilidade. Mas o Kevin não vai. – falou Vinicius.

- como você sabe? – perguntou Alice.

- não sei. Mas temos que ter esperança. – falou Vinicius. – e a Geovana estava como ele e veja só. Ela esta aqui agora.

- estou com saudades dele. – falou Alice. – saudades das brincadeiras. Até do ataque de cócegas eu estou com saudades.

- não vai ser igual, mas eu posso fazer um ataque de cócegas. – falou Vinicius e começou a fazer cócegas em Alice que começou a rir muito.

- ai para. – falava ela rindo muito. – ai que cócegas.

Vinicius também estava rindo e Geovana sorria. Fernanda também estava sorrindo.

Quando terminou o ataque de cócegas, eles estavam rindo muito e Geovana disse:

- você leva jeito com crianças. – falou Geovana.

- é, vai ser um ótimo pai. – falou Fernanda.

- eu gosto muito de crianças. – falou Vinicius. – elas iluminam o dia de qualquer pessoa.

- verdade. – falou Geovana sorrindo.

O fim de semana chegou.

Kevin continuava internado para desespero de todos e não reagia. Todos estavam sofrendo muito com isso.

E mais um mês se passou.

Geovana visitava Kevin todos dias na esperança de que alguma coisa tivesse mudado em relação a seu estado de saúde, mas nada acontecia. Nada de o rapaz reagir.

Era uma tarde como qualquer outra e Geovana estava na UTI outra vez conversando com Kevin.

- Boa tarde Kevin. – falou ela como se ele fosse responder, mas o silencio tomou conta do lugar. – eu queria tanto que você pudesse responder.

Ela se aproximou da cama e pegou na mão do rapaz.

- quando você ai voltar para a gente hein? – perguntou ela. – estamos sentindo muito a sua falta. Você tem que ficar bom logo. A faculdade de direito esta esperando pela gente, e a Megan também. Todos nós estamos com saudades das suas brincadeiras, do seu humor, enfim de você e do seu jeito único de ser.

Enquanto isso, Felipe continuava na UTI e a mãe continuava ali com ele. A irmã dele também estava ali.

Beatriz estava distraída e a irmã dele, que se chama Maria Luisa, o olhava quando ele mexeu um dedo.

- Mãe o Felipe mexeu um dedo. – falou Malu se enchendo de esperanças.

- você tem certeza disso? – perguntou Beatriz.

- tenho sim, eu vi. – falou Malu sorrindo. – o Felipe esta acordando.

Logo o rapaz abriu os olhos e então perguntou:

- quem esta ai?

- Felipe sou eu. A Malu. – falou Malu com os olhos marejados. – e a mamãe também esta aqui.

- filho que bom que você acordou. – falou Beatriz sorrindo.

- Mãe eu não estou vendo nada. – falou Felipe. – o que esta acontecendo?

- deve ser porque você ficou muito tempo desacordado. – falou Beatriz mesmo sabendo que não era verdade. Malu ainda não sabia que seu irmão poderia ficar cego. – eu vou chamar um médico.

Beatriz saiu da UTI para ir buscar um médico e logo voltou acompanhada de um médico.

- ola Felipe. – falou o médico.

- oi. – falou Felipe olhando para o lado meio desorientado.

- como você esta? – perguntou o médico.

- estou bem. Eu acho. – falou Felipe. – doutor porque eu não estou vendo nada?

O médico e a Beatriz trocaram um olhar preocupado e Malu percebeu que tinha alguma coisa errada.

- o que esta acontecendo? – perguntou Malu.

- me falem porque eu não estou enxergando. Quando eu vou voltar a ver? – perguntou Felipe.

- Felipe a sua situação é delicada. – falou o médico. – no acidente alguma coisa pontiaguda, provavelmente os vidros do carro, atingiram os seus olhos e você não vai voltar a ver.

- eu estou cego? É isso eu vou ficar cego? – perguntou Felipe e um desespero tomou conta do rapaz.

- eu sinto muito. – falou o médico.

- não me diz que é mentira. – falou Felipe e começou a chorar desesperado. – eu não posso ficar cego. Faz alguma coisa por favor.

- Não há o que fazer Felipe. – falou o médico e Malu estava chorando ao ver o sofrimento do irmão.

Geovana tinha ido para casa depois de ter passado algum tempo com Kevin.

Vinicius e Fernanda estavam com ela e os três estavam sentados no sofá da sala conversando.

- como esta o Kevin? – perguntou Vinicius. – algum sinal de melhora? Algum sinal de vida?

- não, ele continua na mesma. – falou Geovana e uma lágrima escorreu pelo rosto de Geovana. – eu estou com medo de que ele não acorde mais.

- não pensa nisso Geovana. – falou Fernanda. – ele vai acordar sim. Temos que acreditar nisso e não perder as esperanças.

- esta difícil não perder as esperanças. – falou Geovana.

- cadê a Alice? – perguntou Vinicius. – temos que tomar cuidado para ela não nos ouvir falando do estado de saúde do Kevin.

- ela esta na piscina. – respondeu Geovana.

Enquanto isso, no hospital, alguma coisa estava acontecendo com Kevin depois de tanto tempo.

A correria pelos corredores do hospital foi enorme e logo a UTI se encheu de médicos que tentavam salvar a vida de Kevin.

- ele esta tendo uma parada cardíaca. – gritou um dos médicos.

- o coração parou de bater. – falou outro médico.

- ele não esta respirando. – falou uma médica e Gabriela assistia a tudo pelo vidro que separava o leito de Kevin do leito dos outros pacientes. Gabriela chorava muito.

- Vamos fazer massagem cardíaca. – falou o primeiro médico e começou a fazer massagem cardíaca no rapaz, mas ele não estava reagindo. – Vai Kevin acorda. Reage por favor.

- não esta funcionando. – falou o segundo médico.

- Vamos tentar a reanimação. – falou a médica e começou a preparar o desfibrilador enquanto o médico continuava com a massagem cardíaca.

Logo o desfibrilador já estava pronto para uso e o médico o pegou começando a dar os choques em Kevin na intenção de reanimá-lo, mas nada acontecia.

- carga máxima. – gritou a médica e foi o que o médico fez, mas também não adiantou.

O médico tentou mais algumas vezes, mas não teve jeito. Kevin estava morto.

- hora da morte. 13:30. – falou o médico com um olhar triste.

- nããããããããão. – gritou Gabriela desesperada através do vidro e Daniel, que estava ao lado dela agora, a abraçou bem forte não conseguindo conter as lagrimas. – o Kevin não pode estar morto, façam alguma coisa. Eu quero o meu filho vivo.

- Gabriela se acalma. – falou Daniel.

- como você pede para eu me acalmar? – gritou Gabriela. – meu filho esta morto.

- os médicos fizeram o que podiam. – falou Daniel chorando muito também. – infelizmente não teve jeito. Mas temos que tentar nos controlar. Temos que ser fortes e ficarmos mais unidos do que nunca.

- desculpa. eu te amo. – falou Gabriela e abraçou Daniel bem forte outra vez.

- eu também te amo. – falou Daniel abraçado com ela e deu um beijo em seu cabelo.

Logo uma enfermeira se aproximou deles com um calmante e um copo de água e Gabriela tomou o remédio.

Voltando a casa de Geovana, o telefone tocou e ela mesmo foi atender.

- alo. – falou Geovana.

- Geovana sou eu. – falou Daniel do outro lado da linha. – eu tenho uma noticia para te dar.

- ele acordou? – perguntou Geovana se enchendo de esperanças e os amigos a olharam.

- Não Geovana. Ele não acordou. – falou Daniel e começou a chorar outra vez. – o Kevin não resistiu.

- Não. Me diz que isso é mentira. – falou Geovana começando a chorar imediatamente e Vinicius arregalou os olhos.

- Infelizmente não é mentira. O Kevin esta morto. – falou Daniel.

Geovana soltou o telefone das mãos em choque com a noticia e olhou para os amigos.

- ele não resistiu. – falou ela desabando no choro, desesperada. – o Kevin esta morto, ele não vai voltar.

- não pode ser. – falou Vinicius começando a chorar também.

- não é justo. – falou Fernanda que também já estava chorando.

- porque isso esta acontecendo, porque? Eu quero o meu irmão de volta. Isso não é justo, não é justo. – falava Geovana desesperada.

- Geovana eu sei que isso é quase impossível e que você esta sofrendo mais tenta se acalmar. – falou Vinicius. – você vai acabar passando mal.

-  eu não quero em acalmar. E não estou nem ligando se eu vou passar mal. – falou Geovana. – tudo o que eu quero é o Kevin de volta.

Vinicius não disse mais nada e abraçou Geovana bem forte.

Alice entrou na sala bem nessa hora e ao ver o desespero da irmã, ficou preocupada.

- o que esta acontecendo? – perguntou ela e Vinicius terminou o abraço com Geovana. – ouvi os gritos.

- Fer leva a Geovana para o quarto dela. – pediu Vinicius.

- ta. – falou Fernanda e fez o que ele pediu.

- Alice vem ca. – falou Vinicius a olhando com muita tristeza. Ele sabia que a menina ia sofrer muito.

- Tio Vinicius você esta me deixando preocupada. – falou Alice. – você esta quase chorando.

- o que eu vou te contar não é uma noticia nada agradável. – falou Vinicius tentando conter as lagrimas.

- o que aconteceu? – perguntou Alice.

- o Kevin não resistiu. – falou Vinicius com um pouco de medo da reação da menina.

- ele morreu? – perguntou a menina e Vinicius assentiu.

- sinto muito. – falou Vinicius.

- não. – falou Alice começando a chorar e isso apertou o coração de Vinicius que não conseguiu mais conter as lagrimas e deixou elas rolarem. – não pode ser. Porque isso tinha que acontecer?

- as vezes acontecem coisas na nossa vida que não sabemos como explicar o porque, mas acontecem. – falou Vinicius. – isso faz parte da vida. Mas agora, temos que ser fortes.

- ele esta no céu agora? – perguntou Alice.

- com certeza. – falou Vinicius. – mas pode ter certeza de uma coisa. O Kevin sempre vai estar com você.

- como? - Perguntou Alice.

- bem aqui. – falou Vinicius e colocou a mão no peito dele, no lado do coração. Depois ele apontou o dedo na direção da menina. – no seu coração.

A menina o abraçou forte e ele somente a abraçou de volta, sem dizer nada. e os dois começaram a chorar muito.

No quarto de Geovana, ela tinha se acalmado um pouco e disse:

- será que o Vinicius contou a ela?

- deve ter contado. – falou Fernanda. – e acho que ele seria a pessoa mais indicada para fazer isso. ele tem um jeito todo especial para falar com crianças.

- verdade. – falou Geovana. – o Vinicius é uma pessoa muito especial.

- é. – falou Fernanda. – ele é sim.

- assim como o Kevin. – falou Geovana.

- o Kevin sempre estará com a gente. – falou Fernanda.

- em nossos corações. – falou Geovana sabendo o que a amiga ia dizer. –nunca vai ser a mesma coisa. Nunca.

continua...