Fanfic: "Nos Caminhos da Vida"(continuação da web original)

Ela olhou nos olhos dele, conseguindo enxergar a sinceridade neles. Baixou a cabeça para suas coisas, que já estavam todas prontas e fechou o zíper da nécessaire. Virou-se para ele e suspirou, se aproximando dele devagar, ficou de frente a ele e continuou olhando nos olhos dele, quem não desviava a mirada em nenhum momento.

Chris: E de matar também se for preciso...
Dulce: Isso não vai ser preciso.
Chris: Se Deus quiser que não!

E deu um sorrisinho, vendo como ela fazia o mesmo.

Dulce: Todo mundo já sabe da briga?
Chris: Acho que sim...
Dulce: Escutei um boato de que ele já foi embora.
Chris: Melhor mesmo ele ter ido... Não queria ver o que eu fiz com ele.

Dulce bufou vendo como ele se entristecia e pousou uma mão em seu braço, consolando-o.

Dulce: Sei que você não agiu corretamente... Mas como você disse, ambos estavam bêbados. E com certeza você não teria reagido assim se ele não tivesse provocado. Você não é violento, Christopher. Eu te conheço. Não se martirize com isso. Ele também vai reconhecer que o que ele fez também foi errado...e qualquer dia desses vocês voltam a se falar como sempre.

O olhar dele pairou um pouco surpreso em no rosto de Dulce.

Chris: Gracias... (e abriu um sorrisinho)
Dulce: Pelo que?
Chris: Por estar do meu lado, até mesmo estando puta da vida comigo.

Dulce ergueu uma sobrancelha e o mirou.

Dulce: Mesmo estando puta da vida contigo, eu te amo...acho que isso é mais do que suficiente. Você é o suficiente para mim, e nunca tive dúvidas disso.

Dito isso, ele a puxou pelos ombros e a abraçou forte, enterrando o rosto entre os seus cabelos. Mas Dulce não o abraçou, somente se deixou sentir seus braços fortes a envolvendo e seus lábios correndo por seu pescoço. Sentiu o cheiro da pele dele e fechou os olhos, sentindo como era bom aquilo. Sentir a presença dele, a força dele... Seus lábios se moveram pela clavícula alheia em um movimento automático.

Chris: E você será o suficiente pra mim por todo sempre...

Dulce abriu um sorrisinho, sentindo como suas palmas não conseguiam ficar quietas. Não agüentava estar tão perto e não tocá-lo. Era uma coisa impossível. E antes que se dar conta, já estava tocando-o. Seus dedos já encontravam o rastro de pele de sua cintura e continuaram subindo por suas costas, dedilhando, tocando, acariciando... Seus braços se cerraram em torno de seu torso, diminuindo o espaço entre eles. Dulce suspirou, fechando os olhos, sabendo que já estava passando por alto a noitada de Christopher.

Se apaixonar às vezes era uma merda, pensava ela. Nem sua dignidade ela conseguia livrar mais. Christopher derrubava suas barreiras. Mas não podia passar isso por alto. Não podia passar por alto por ela mesma, e nem pelo seu futuro. Christopher ainda era quase um adolescente, e ele precisava de uns freios até realmente aprender a agir como um homem de verdade.

Usando de sua força de vontade, suas mãos se afastaram dele...e recuou o corpo para longe dele, antes que aqueles lábios lindos acabassem por tocar os seus, ansiosos por esse encontro. Dulce colocou a franja de lado e respirou fundo, pegando sua nécessaire em cima da mesa, enquanto ele a olhava com cara de cachorro abandonado. Ele não venceria sua força de vontade! Não! Dessa vez não!

Podia sentir essa força magnética a puxando novamente junto dele e suspirou, virando-se para sair do banheiro.

Chris: Você vai terminar comigo?

Dulce se abaixou para guardar a bolsinha em sua mochila e simplesmente ignorou sua pergunta. Christopher precisava de um gelo de uma semana depois dessa noitada... Ela franziu a testa, um gelo de dois dias, talvez. Também não podia ser tanto...

Christopher seguiu esperando a resposta enquanto vestia sua camisa. Fez uma careta de dor ao levantar os braços e arquejou. Sentiu como o suor frio brotava de suas têmporas e exalou um suspiro quando a camisa estava posta corretamente. Sentou-se na cama para calçar seus sapatos, respirando aquele silêncio que se fazia entre os dois.

Nunca entenderia Dulce, realmente. A sentiu estremecer entre seus braços e meio minuto depois, ela se afastava como se ele estivesse cheirando mal. Por via das dúvidas, levantou os braços e pousou seu nariz em suas axilas. Não estava cheirando mal, ele havia acabado de tomar banho. Olhou de novo para ela não entendendo nada daquele silêncio, quem por sinal colocava um gorro roxo na cabeça e seus óculos escuros, para depois colocar a mochila nas costas.

Chris: Eu levo sua mochila... (se ofereceu amavelmente)

Ela buscou o celular e foi andando para a porta.

Dulce: Não precisa...
Chris: Você não vai me esperar?
Dulce: Não. (disse abrindo a porta)
Chris: Você vai terminar comigo?